terça-feira, 31 de março de 2009

Pancadão Maximal

Guitarras distorcidas, baterias pesadas e muitas camadas de sintetizadores

Dizem que é apenas um nome criado para confrontar a soberania do minimal techno nas pistas de dança, tipo como o punk esteve para os hippies. E mesmo que o maximal não tenha nada de político em sua formação, ele confronta a passividade do minimal com a agressividade de batidas estouradas e toda a sujeira de distorções sintéticas.

Se alguns artistas como o Boys Noize o definem como "uma rebelião contra a chatice minimal", a dupla francesa Justice apenas se apóia na influência da geração french touch, mais especificamente no Daft Punk, para explicá-lo - é engraçado notar que o surgimento do maximal case com a consolidação máxima do Daft Punk no mainstream. Se 2006 assistiu o retorno do duo aos palcos, 2007 os viu sendo sampleando como base de rappers, lançando o primeiro álbum ao vivo e se consolidando como referência para a grande maioria dos novos atos da música eletrônica.

O gênero foi criado no início desse ano pela impressa especializada que não via relação alguma entre alguns produtores, DJs e bandas com a new rave. Afinal, música eletrônica feita para pessoas dançarem existe desde sempre e não é uma roupa mais colorida que definirá o seu som. Mas não estamos falando de um hype do New Musical Express: o site Pitchfork, a revista XLR8R e o blog Missing Toof estão entre aqueles que usam o termo "maximal" para definir a sonoridade de bandas como Justice, Simian Mobile Disco, Boys Noize e Digitalism e parte dos artistas das gravadoras francesas Ed Banger e Kistuné.

Apesar de não terem uma sonoridade tão uniforme quanto se espera para um novo rótulo, o que une as bandas aqui é o constante uso guitarras na maioria da composição, que passam por pesadas camadas de distorção, lembrando os solos mais cafonas do heavy metal, devidamente acompanhados de barulhentas baterias e linhas de sintetizadores secas e até TBs histéricas ocasionais.

A dupla Justice iniciou seus trabalhos em 2003 remixando a faixa "Never Be Alone" do Simian. No meio de 2007 lançaram um elogiado álbum de estréia, Cross, no qual mesclaram elementos de house, com timbres do electro e influências de rock pesado e melódico.

Justice - Waters of Nazareth

Seja nos recortes brutos de SebastiAn, no electro-grime da Uffie, no breakbeat de Krazy Baldhead ou no engloba-todos-os-estilos Mr. Oizo, a gravadora Ed Banger é a definição perfeita do maximal. Não por menos, o dono do crew é Busy P, que também é DJ e empresário do Daft Punk e Justice.

Sebastian - Ross Ross Ross
Mas esse não é um estilo restrito à terra da Torre Eiffel. Na Alemanha, o barulhento Boys Noize testa os limites de grave e agudo com sua receita de techno e electro furioso, enquanto os já veteranos do Modeselektor engrossam ativamente o coro anti-minimal em Berlim com seus timbres gingados e pró-hip-hop. Já Shir Khan aposta na diversidade de escolha para promover o seu maximal, aqui em forma de coletânea, uma das mais aplaudidas do ano por sinal. Além do Digitalism que quase apresentou as faixas do seu elogiado álbum de estréia Idealism aqui no Brasil em 2007.

Boys Noize - E Down

Digitalism - Idealistic


Logo acima na Inglaterra, a dupla Simian Mobile Disco lançou seu primeiro álbum, Attack Decay Sustain Release, no mesmo tempo que a conceituada BBC Radio 1 adiciona ao seu cast o DJ Kissy Sell Out. Esse inglês, dono de vários remixes pertencentes às listas de melhores do ano, usa timbres agudos e cheios de eco como assinatura de seu trabalho.

Simian Mobile Disco - I Believe

Kissy Sell Out - Let There Be Blazing Light


Enquanto Knightlife, Riot in Belgium e MIAMIHORROR mantêm a ensolarada Austrália bem representada, Shinichi Osawa não deixa o Japão por trás e lançou uma versão de "Star Guitars' (Chemical Brothers), talvez o melhor cover feito em 2007.

Riot in Belgium - La Musique

BRASILIANISMOS
Por aqui, o movimento cresce entre DJs e ganha fãs. Aos poucos, começam a surgir os primeiros projetos inspirados na cena internacional e, coincidentemente, os maiores destaques brasileiros são feitos por duplas. Os fluminenses do Twelves seguem a linha electro-house ácida do Justice na hora de compor seus sets e remixes, muitíssimos blogados pelo mundo recebendo dezenas de elogios. Ainda como destaque no Brasil estão as duplas Roots Rock Revolution, Database e Killer on the Dancefloor.

Como todo novo estilo musical, há aqueles que fazem esse tipo de música antes dela ter esse label, aqueles que negam sua existência e aqueles que são atirados num balaio cheio de pessoas de sonoridades diferentes. Contudo, esse não é um movimento disforme e irregular como a new rave foi em 2006. Se esse ano foi marcado pelo surgimento do maximal, 2008 pode esperar a consolidação do movimento e muitos, mas muitos filhos/clones do Justice, netos do Daft Punk, nas mais diversas embalagens.
Que consigamos filtrar bem para não cair nas repetições excessivas que já tiraram o charme de N estilos de outros tempos.
Por: Raphael Caffarena (rraurl.com.br)

Mais sobre o assunto
Maximalismo - http://guerrilhaclub.blogspot.com
Minimal vs Maximal - http://blitz.aeiou.pt

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XXXPerience Ed. Curitiba

Sábado, 23 de Haio, 10h00
Fazenda Heimari - Piraquara/PR

Venha plantar a sua semente no 13º ano da maior festa open air de música eletrônica do Brasil. Pode ser um gesto de delicadeza ou mesmo um pequeno ato de respeito pela mãe terra. A XXXPERIENCE já está fazendo sua parte contra o aquecimento global. Toda a TOUR 2009 terá sua emissão de carbono neutralizada!

Experimente o novo mundo mágico da XXXPERIENCE! Experimente a vida!

LINE UP

GLOBAL MAIN STAGE
10:00 – STEPHAN
12:00 – MUSH
14:00 – PARANORMAL ATTACK live
15:00 – INFECTED MUSHROOM live
16:30 – KROME ANGELS live
17:30 – DICK TREVOR
19:00 – RICA AMARAL x FEIO
20:30 – TICON live
21:30 – ACE VENTURA live
22:30 – TRUE TO NATURE live
23:30 – TRENTEMÖLLER
* line up sujeito a alterações.

GREEN VIP STAGE
10:00 – JEJE
12:00 – YONI
14:00 – ROBERT BABICZ
16:00 – AUDIOJACK
17:30 – BOOKA SHADE (DJ SET)
20:00 – RODRIGO CARREIRA
* line up sujeito a alterações.

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LOUNGE ZONE
Uma área de conforto e tranqüilidade pra você repor as energias, comer alguma coisa ou escutar a mistura de soul, future jazz e broken beats.

ADRENALIN AREA
Experimente sentir o impacto e adrenalina do bungee jump e outras surpresas!
* Por medida de segurança, em caso de chuva, os brinquedos não funcionarão durante o evento.

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INGRESSOS
LOTE PROMOCIONAL LIMITADO (INGRESSO + CD EXCLUSIVO) - R$ 50,00** + 1kg de alimento*
- ingressos nos Pontos de Vendas a partir de 17/03/09
2º lote** R$60,00 + 1 kg de alimento não perecível*
3º lote** R$70,00 + 1 kg de alimento não perecível*
4º lote** R$80,00 + 1 kg de alimento não perecível*

GREEN VIP AREA (BACKSTAGE) – brinde: passaporte para os brinquedos (exceto bungee jump):
LOTE PROMOCIONAL LIMITADO (INGRESSO + CD EXCLUSIVO) - R$ 70,00** + 1kg de alimento - ingressos nos Pontos de Vendas a partir de 17/03/09
2º lote** R$80,00 + 1 kg de alimento não perecível*
3º lote** R$90,00 + 1 kg de alimento não perecível*
4º lote** R$100,00 + 1 kg de alimento não perecível*
5º lote** R$120,00 + 1 kg de alimento não perecível*

O CD EXCLUSIVO É VENDIDO APENAS COM O LOTE PROMOCIONAL, COM TIRAGEM LIMITADA. CONTÉM FAIXAS DE BOOKA SHADE, KROME ANGELS, PARANORMAL ATTACK, TICON, ENTRE OUTROS HEADLINERS DO EVENTO.

Na portaria sujeito à disponibilidade e alteração de preço.

Valores promocionais válidos com apresentação do flyer, para estudantes e idosos de acordo com as leis 4161/03 e 10741/03.

* Obrigatória a entrega de 1kg de alimento não perecível na portaria do evento, EXCETO SAL E AÇÚCAR. O ingresso só é válido perante a entrega do alimento. Os ingressos adquiridos online também só serão válidos mediante a entrega de 1kg de alimento. A organização do evento disponibiliza, na portaria, o ticket social por R$ 3,00.
** Esgotado um lote, inicia-se automaticamente a venda do seguinte com o novo preço. Nos pontos de venda credenciados, somente em dinheiro, vendas online pagamento via cartão de crédito ou boleto. Não nos responsabilizamos por ingressos comprados fora dos pontos credenciados. Evite prejuízos, não compre ingressos falsos de cambistas. Preço sujeito à alteração. Valores não-promocionais: Pista lote promocional R$ 100,00/ 2º lote R$120,00/ 3º lote R$140,00/ 4º lote R$ 160,00. Backstage: lote promocional R$ 140,00/ 1º lote R$ 160,00/ 2º lote R$ 180,00/ 3º lote R$ 200,00/ 4º lote R$ 240,00.

PASSAPORTE PARA ADRENALIN PARK
•    Nos pontos de venda autorizados – R$ 10,00 com acesso a todos brinquedos, exceto bungee jump***. Na hora, R$ 15,00.
•    A compra do ingresso Green Vip Area (Backstage) já inclui como brinde o acesso a todos os brinquedos, exceto bungee jump***.
•    Bungee Jump*** – venda durante o evento no Adrenalin Park – R$ 50,00. Venda antecipada nos pontos de venda autorizados – R$ 40,00.

*** Pré-requisitos básicos: estar bem física e mentalmente, livre do efeito de álcool ou qualquer outro tipo de drogas, não possuir problemas cardíacos e de coluna, não ter sofrido nenhum tipo de cirurgia, no período mínimo de 2 anos, alongar antes do salto (dores abdominais são freqüentes após o salto em pessoas sedentárias ou que não se preocupam com o alongamento). Para as mulheres é expressamente proibido o salto de gestantes.

PONTOS DE VENDA
Online: www.aloingressos.com.br / www.soundshop.com.br
Call Center: (41) 3315.0808

PARANÁ
Curitiba:
Quiosques Disk Ingressos – Shop. Muller e Curitiba
Back Wash: Shoppings Muller / Curitiba / Palladium / Polo XV / Total / Itália/ Omar / Jardim das Américas e Rua XV de Novembro
São José dos Pinhais: Back Wash - Rua XV
Foz do Iguaçu: Lojas Vanguarda
Cascavel: LZK – Av. Brasil
Ponta Grossa: Psico
Maringá: MT3 – Shop. Av. Center
Londrina: MT3 – Rua Piauí

SANTA CATARINA
Florianópolis: Naguchi – Shop. Beiramar
Authentic – Shop. Iguatemi
Bal. Camboriú: Naguchi / Posto Brava / Pit Stop
Blumenau: Naguchi – Shop. Neumarkt
Brusque: Life Surf
Criciúma: Colcci
Itajaí: Posto Brava
Itapema: Posto Brava
Jaraguá: Colcci
Joinville: Ethos - Centro

TRANSPORTE:
Chronic Tour: Saindo da R. Comendador Araújo em frente ao Shop. Omar a partir das 09h00. Info: (41) 8401.2239
* O transporte exclusivo será realizado por empresa terceirizada que se responsabiliza pela qualidade do serviço.

EXCURSÕES:
Para informações, compra e cadastramento ligue para (41) 3284.3344 ou escreva para info@t2eventos.art.br

INFOS: (15) 4009.8855/ (41) 3284.3344/ info@t2eventos.art.br/ www.xxxperience.com.br

Evento exclusivo para maiores de 18 anos. Obrigatória apresentação do RG ou CNH original.

PATROCÍNIO: Skol Beats, Red Bull

CO-PATROCÍNIO: Skyy Vodka

APOIO: Trade Sound, Chilli Beans, Back Wash, Alô Ingressos, Sound Shop, Naguchi, Portal Essential, Rede em Ação, NLS, IBDN.

REALIZAÇÃO
No Limits Eventos
T2 Eventos

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segunda-feira, 30 de março de 2009

Trancedownloader.ru de volta

O mais conhecido site de downloads de músicas eletrônicas está de volta. O www.trancedownloader.ru que nas últimas semanas ficou fora do ar para alguns usuários voltou a funcionar normalmente no domingo (29.03).

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sábado, 28 de março de 2009

Universo Paralello 9

Um dos melhores videos sobre a edição de 2008/2009 do maior festival de musica e cultura alternativa do país.

Vale a pena dar uma olhada... e que venha a edição de 10 anos.

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sexta-feira, 27 de março de 2009

A culpa é de quem?

Mais uma vez o cenário eletrônico foi vítima de pessoas “ignorantes” e preconceituosas que não conseguem enxergar que as raves são, em primeiro lugar, um espaço para manifestações artísticas e culturais.

As vitimas dessa vez foram os frequentadores da festa Kaballah, marcada para acontecer no último dia 21, na cidade de Campinas (SP). A festa teve o alvará caçado em cima da hora pela prefeitura da cidade, que alegou que o cancelamento foi devido à proibição à "realização de festas e demais atividades de lazer noturno naquela região, em função de barulho excessivo". Porém quem convive no meio deste cenário sabe que esses argumentos são usados para esconder o preconceito causado pela imagem negativa passada pela imprensa nos últimos anos.

Imagem essa que a cada ano vem se tornando cada vez mais real, simplesmente pelo fato de “fanfarrões” verem as festas eletrônicas apenas como um “livre espaço” para o consumo de drogas e se esquecem da essência que envolve todo esse cenário.

Hoje em dia é comum encontrarmos em sites de relacionamentos pessoas dialogando abertamente sobre: “quais drogas tomaram ontem”, “onde comprar”, “competição entre amigos para ver quem agüenta tomar mais”. Também se tornou comum gravar vídeos e tirar fotos de pessoas desconhecidas ou não e depois publicar esse material na internet para ser acessado por todos. Esse mesmo material é o que acaba servindo para a imprensa sensacionalista bombardear de notícias negativas as páginas de jornais e os noticiários da TV. Então será que a imprensa é mesmo culpada por essa “péssima imagem” que as raves adquiriram ou somos nós mesmos?

Raramente, ou quase nunca, se vê matérias envolvendo as ações sociais desenvolvidas pelos núcleos organizadores não são mostradas. Para se ter uma idéia, nesta edição da Kaballah cancelada pela prefeitura a estimativa era de arrecadar oito toneladas de alimentos não perecíveis que depois seriam doados para instituições de caridade. Além da parceria com o projeto Dance 4 life, que tem como principal finalidade dissipar a idéia de proteção e prevenção contra uma das doenças que mais matam no planeta: a AIDS.

Não se mostra também que as raves geram um grande número de empregos terceirizados, desde a montagem da estrutura, equipe de limpeza, equipe do bar entre outras pessoas. Além do que, se realizado um projeto junto com a prefeitura o município só tem a ganhar, como é o caso da cidade de Ituberá (BA), onde desde 2003 é realizado o maior festival de cultura alternativa do país: o Universo Paralello. Graças ao festival a cidade recebe todos os anos milhares de turistas vindos de todos os estados brasileiros e também de países como França, Alemanha, EUA entre outros.

Mas então qual é a melhor solução para resolvermos esse impasse e evitarmos que mais festas sejam canceladas e jovens morram dentro delas? Para a DJane e sócia do clube Kraft (Campinas/SP) é “fundamental a regulamentação das festas, para garantir eventos com segurança para o público, com qualidade e estrutura para atender bem os consumidores. O que não pode acontecer é um monte de festinhas pipocando por aí que não oferecem o mínimo de conforto para as pessoas que pagam por um bom evento. Proibir nunca, porque as festas são grandes celebrações musicais e culturais, mas tem que haver regras para quem organiza, e proteger o público de falta de segurança e organização.”

Proibir nunca foi e nunca será a melhor maneira de se resolver uma situação como essa, temos como exemplo, em nossa história o Ato Institucional nº5 o qual recrudesceu a censura, determinando a censura prévia, que se estendia à música, ao teatro e ao cinema de assuntos de caráter político e de valores imorais. Onde várias pessoas foram presas, torturada e mortas por expressar suas idéias e valores.

Proibindo as raves as drogas continuarão dentro dos clubs, escolas, esquinas e tantos outros lugares. Basta os governantes assumirem que isso é um problema público, que está em todos os lugares e não apenas onde se escuta “música eletrônica repetitiva por várias horas”. Os freqüentadores também devem fazer a sua parte e entender que a música vem antes das drogas e não ao contrário como vem acontecendo de alguns anos para cá.

Quando essas duas partes – governo x público – entenderem qual o seu papel dentro deste cenário eletrônico com certeza teremos festas melhores.

Veja abaixo a opinião de algumas pessoas sobre o assunto:

Bruna Armani – Assessora de Imprensa do Grupo No Limits: Tenho ciência de algumas restrições isoladas, não está havendo um movimento unificado por parte do poder público contra as festas. O que gera mais alarde são as discussões on line e boatos do que propriamente as proibições. Festas dentro das normas exigidas por lei são praticamente 100% aceitas, porém existem eventualidades que podem interferir na concessão do alvará.

DJ Mush (www.djmush.com.br): Eu acredito que tem empresas serias no mercado, fazendo o trabalho para regularização do evento, com tudo que um evento precisa na parte da liberação, mesmo assim ha perseguição em algumas regiões, existe também alguns organizadores amadores e isso acabou manchando a imagem da cena, mas que fique claro que esse amadorismo existe em todos os mercados, como club, restaurante e etc. Uma regulamentação seria o ideal para que não ocorra outras festa embargadas, tendo uma regra geral para todos, é uma segurança para ambos os lados.

Katia Regina Collini da Cruz Gomes, 53 anos – Administradora: Quanto as proibições, acredito que elas acontecem devido ao uso "indiscriminado das drogas ilícitas, Sabedores que somos através da mídia de casos que chegam ao extremo com uso. Não considero que a mídia esteja formando opiniões, pois, se formos ver a maioria das emissoras de rádio e TV, tem em alguma programa seu a música eletrônica, portanto parece uma realidade os casos de mortes e overdoses em locais onde estas festas são realizadas, o que me causa estranheza é as festas serem realizadas em lugares ermos, onde sabemos que sempre haverá possibilidade de falha de segurança, outra coisa garantir que os seguranças sejam dignos, e não passem a fazer o tráfico destas drogas. Creio que deveria ser feito um fórum a fim de divulgar também a parte do divertimento e preferência musical, conscientizando seus frequentadores atuais e dando segurança para os futuros adeptos da música eletrônica.

Leandro Mello – Administrador do site Portal Mivi (www.portalmivi.com.br): O problema das proibições de algumas festas é uma tentativa do poder público de coibir o uso e o comércio das drogas ilegais. Uma tentativa que na minha opinião é inútil, proibir realmente nunca é o melhor caminho. A conscientização dos organizadores e do público em relação ao consumo descontrolado é a melhor solução de diminuir os danos causados. Atender atentamente e detalhadamente quaisquer normas exigidas também é essencial para que possamos continuar a ter os eventos.

Marluce dos Santos, 19 anos – Fotógrafa (http://www.flickr.com/photos/mar_photo): Acredito que pelo consumo exagerado de drogas sintéticas, muitas pessoas vão para a festa sem saber o que vai tocar, qualidade e tudo mais, vão por simplesmente ir, não estou falando de todos, pois muitas pessoas vão porque realmente gostam da musica eletrônica, mas acredito que proibir as festas é errado pois isso não irá impedir o consumo, até porque hoje o consumo esta tanto em baladas quanto em pagodes da vida.

Simoní Rodrigues, 25 anos - Estudante de Comunicação Social - Mídia Eletrônica: O motivo é preconceito, rave na cabeça dos que não entendem é motivo de drogas. Acham que música eletrônica é sinônimo de gente drogada. Tudo bem, que tem gente que se passa.
Autoridades e afins tem preconceito sim, embargam festas temáticas porque na cabeça deles, somos doidos que só pensamos em orgias e bagunças. Não entendem que estas festas acontecem sempre e que só queremos curtir, descontrair e ponto. Os responsáveis pelas festas deveriam sim fazer uma campanha contra o uso de drogas em excesso, fazer campanhas do tipo: “Vá pra rave, mas não abuse!”. Deveriam incentivar a galera a festar com moderação quem sabe assim ate o consumo de drogas ia diminuir.



Acesse: www.rcgomes.com.br e veja as fotos da Kaballah edição Curitiba(PR)

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quinta-feira, 26 de março de 2009

Crises da meia idade

A música eletrônica estagnou ou ainda inova? Se sim, por quê? Se não, onde está a excitação? Essa é uma discussão polêmica e talvez não tenha mesmo só uma resposta, mas várias.

Em primeiro lugar, a inovação dentro da música eletrônica vem acontecendo de maneira bem vagarosa. Parece estranho pensar hoje numa "explosão" do novo. Algo que um belo dia apareça e, boom, estabeleça novas regras, nova estética, novo tudo.

Impacto menor
A internet simplesmente eliminou o tempo de incubação, de desenvolvimento de um gênero um movimento ou um artista.

Hoje, é impossível acontecer de uma banda tomar aquele caminho de meses ou até anos entre surgir, ficar conhecido entre um grupo de pessoas, depois numa cena local, depois entre pessoas mais ligadas em outros lugares, depois na mídia especializada, para depois acontecer e explodir num patamar maior graças a esse acúmulo de repercussão.

Hoje, isso acontece num espaço de tempo muito menor. E quanto menor esse tempo de incubação, menor vai ser o seu impacto, menor vai ser a surpresa, todo o fator imprevisível que costumava vir quando algo estourava antigamente.

Pense no movimento punk, que começou no underground de Nova York no começo dos anos 70, foi exportado para o underground londrino alguns anos depois e ai vieram os Sex Pistols e todo mundo ficou sabendo do que se tratava. O punk, mesmo no Brasil, só veio dar seu primeiros sinais de vida a partir de 1978.

A house music ficou tomando forma em Chicago, assimo como o techno em Detroit, por vários anos, até que a Europa começasse a tomar conhecimento. No resto do mundo, tudo isso só foi se assimilado no anos 90, muitos anos depois.

Hoje os gêneros vão aparecendo na vida da gente aos poucos, sem grande impacto. A gente olhou para um lado, olhou para outro e dai eles tavam lá, sem grande estardalhaço. Você lembra como foi quando o minimal apareceu na sua vida? Ou o som maximal tipo Justice? Eu não, só sei que um dia olhei pro lado e eles estavam ai.

"Nunca mais vai haver uma banda como Beatles, ou pop stars como Madonna e Michael Jackson que alcançavam todo tipo de pessoa e faziam um sucesso praticamente universal."

Subgêneros não surpreendem mais
Outra coisa é que, como a música eletrônica está ai há muito tempo, estabelecida, vendendo celulares e refrigerantes, ninguém dá muito mais bola para os subgêneros. Para quem é de fora então, a quantidade absurda de vertentes parece até brincadeira.

As pessoas também parecem menos dispostas a serem surpreendidas ou ainda têm menos oportunidade para isso. Com a internet é muito fácil você ir direto ao tipo de som que gosta, em algo com vocal do jeito que você acha legal, com a referência aos anos 80 que você acha bacana e, para melhorar, é muito mais fácil se conectar com pessoas de qualquer parte do mundo que curtem aquilo que você gosta. As coisas ficaram muito mais setorizadas, mais individualizadas.

Isso reflete em várias áreas. A cultura de massa como era até os anos 90 não existe mais. Nunca mais vai haver uma banda como Beatles, ou pop stars como Madonna e Michael Jackson que alcançavam todo tipo de pessoa e faziam um sucesso praticamente universal.

E os DJs e produtores eletrônicos
Quem é o novo Mau Mau, o novo Marky, o novo Rica Amaral, o novo Fabrício Peçanha, o novo Leozinho? O mais perto que se chega é o Gui Boratto. Existem nomes que estouram e ficam famosos. Mas por quanto tempo?

Os nomes que ainda são os mais potentes são aqueles que vieram da década de 90: Fatboy Slim, Deep Dish, Richie Hawtin, Sven Vath, Daft Punk. Você pode argumentar que ainda não deu tempo para eles se formarem, mas eu digo: olhe para o calendário, estamos em 2008 e a década já vai acabar. Já tinha dado muito tempo para um nome forte se formar e isso não aconteceu. E se alguém me falar em Skazi e Infected Mushroom eu devolvo: se isso é o melhor que a música eletrônica pode oferecerem termos de um nome forte e duradouro para essa década, melhor a gente mudar de assunto.

Pelo mesmo motivo, a música eletrônica também não trouxe novos nomes para a mesa do mainstream nessa década: não teve um Fatboy surgido nesse milênio ou um Prodigy ou um Chemical Brothers. Você pode até citar Justice ou Digitalism, mas eu tenho absoluta certeza que esse nomes chegaram até onde chegaram com uma bela ajuda de duas forças: um marketing muito bem feito e uma super-ajuda da mídia.

Está difícil surgir um novo Prodigy
Como as pessoas parecem saber mais do que gostam, elas se aventuram menos. A sensação geral na música é que não estamos vivendo um momento especialmente criativo, nem inovador. Isso vale para o rock, MPB, black music e eletrônico. As pessoas preferem procurar mais daquele mesmo que gostam. Parece que vai sumindo o esforço para se gostar de algo fora do seu mundo. Pra que mesmo?

Mas a música eletrônica é convidativa hoje para quem é de fora dela? Quantas coisas se produzem que tentam abranger mais do que um universo limitado ou paralelo? Quanta coisa se produz de interessante e acessível que pode ser ouvido fora da pista de dança? Pode-se até dizer que muita coisa, mas essas coisas não estão indo além da cena eletrônica ou alternativa.

Uma coisa que se observa hoje é que nunca se produziu tanta música parecida no universo eletrônico. Uma massa de faixas funcionais, que seguem uma cartilha de comandos que irão fazer a maioria esmagadora dessas faixas são praticamente iguais até para quem é especializado, imagine para quem é de fora.

Eu continuo ouvindo muita música eletrônica boa, muitas faixas bem feitase, ocasionalmente, bem ocasionalmente, algo com potencial de revolução. Infelizmente, é uma sensação que logo passa na maioria das vezes... Não liguem não, é papo de meia-idade (minha? Da música eletrônica? Você decide...)

Por Camilo Rocha

O artigo abaixo foi retirado da revista House Mag nº 9 (novembro/dezembro 2008)
Fotos: Rodrigo Gomes (Kaballah Curitiba)

Leia também:
Jornalista destrincha o mundo das raves
Take My Breath Away - Um disco de um músico que planeja como um arquiteto

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quarta-feira, 25 de março de 2009

Jornalista destrincha o mundo das raves

Por Camilo Rocha

Alguns meses atrás, fui procurado por um cara chamado Tomás Chiaverini. Ele se apresentou como jornalista, disse que estava preparando um livro sobre raves e que queria me entrevistar. Minha reação inicial foi de ceticismo. O próprio Tomás admitia que não sabia nada de música eletrônica.

Acontece que o Tomás é um bom jornalista. E o bom jornalista não precisa ter conhecimento prévio do assunto que vai abordar. O bom jornalista mergulha naquele assunto, pesquisa, fuça, entrevista, convive com os personagens e, a partir daí, extrai sua história. O livro anterior do Tomás, por exemplo, Cama de Cimento, relata o cotidiano dos sem-teto. Para contar essa história, Tomás virou morador de rua de verdade.

Já em sua pesquisa sobre as raves, ele tomou ecstasy, viajou com a galera de ônibus para a Bahia, frequentou um monte de festas e conversou com dezenas de pessoas desse meio. O resultado é o livro Festa Infinita - O Entorpecente Mundo das Raves, lançado agora pela Ediouro. Ainda não li, mas é certo que vem polêmica por aí. A galope.

O Tomás concorda. Falamos sobre este e outros assuntos na entrevista a seguir:

Por que escrever um livro sobre as raves? O que lhe atraiu nesse tema?
Tive a idéia de escrever o livro quando estava de férias na Bahia e conheci um pessoal que estava indo para o Universo Paralello. Quando eles começaram a falar sobre festas que duram semanas, que atraem dezenas de milhares de pessoas, que são organizadas em praias isoladas, desertos, galpões, que têm toda essa cultura meio neo-hippie por trás, já fiquei pra lá de interessado no assunto.

Depois de pesquisar um pouco, as questões mais antropológicas também me fascinaram: até onde vai o impacto de um festival gigantesco numa cidadezinha baiana, como convivem dez mil pessoas acampadas durante dias num mesmo lugar isolado, como o transe pela música age na nossa cabeça, e assim por diante.

Qual é a balada que costumava frequentar antes? Que tipo de música gostava?
Sou bem eclético no gosto musical, ouço de tudo. Mas o que gosto mais é MPB e rock, com carinho especial pelos clássicos. Quanto às baladas, sempre dei preferência pros botecos, com abundância de amigos e cerveja.

Você me contou que não sabia nada sobre o assunto antes de começar a pesquisa. Mas certamente tinha algumas ideias pré-concebidas sobre esse universo. Quais eram? Quais provaram estar certas e quais erradas?
Como não podia deixar de ser, eu tinha um pouco aquela visão de templo da perdição, que a imprensa geralmente passa sobre as raves. E, convenhamos, há algumas festas que não estão tão longe desse estereótipo. Mas eu imaginava as raves como algo mais soturno, algo mais próximo do punk do que do hippie, visão que hoje me parece incorreta.

JORNALISMO HUMANO

Quais foram as maiores dificuldades que teve durante a pesquisa e elaboração do livro?
Eu faço um jornalismo que é bem diferente do que encontramos nos jornais e revistas tradicionais. É um jornalismo humano, muito voltado pra histórias de vida, pra personagens. E para que esses personagens ganhem profundidade, é preciso uma aproximação muito grande entre o repórter e o entrevistado, o que é muito difícil.

Primeiro porque sou um pouco tímido, então tenho de me esforçar pra me aproximar de desconhecidos. Segundo porque quando essa aproximação acontece, ela quase sempre traz junto uma relação de amizade o que faz com que seja muito difícil manter um mínimo de imparcialidade.

Destaque alguns personagens interessantes que encontrou em sua pesquisa.
Putz, são vários. Mas tem a história do André Meyer, que antes de ser pioneiro das raves e dos piercings por aqui acompanhou o surgimento das festas em Londres e em Goa. Tem o perfil do Alok e toda a tensão que ele enfrenta nas semanas que antecedem o Universo Paralello. Ah, e tem o pessoal do Fuck For Forest, um grupo de gringos que faz shows de sexo, mantém um site com suas performances, e reverte todo o dinheiro que ganha para causas ambientais.

Que DJs e núcleos de festa entrevistou?
Também foram vários. Mas os DJs que estão na ativa e que aparecem bastante no livro são o Rica Amaral, o Gabriel Serrasqueiro (do Wrecked Machines), o Du Serena, o Swarup e o Edu (da Respect). As festas mais retratadas são a Respect, a Xxxperience, a Tribe, o Trancendence e o Universo Paralello. Além disso, têm os DJs pioneiros: André Meyer, Dmitri Rugiero (da Avonts), tem o pessoal da Fusion, têm um pouco das suas festas, que começaram a juntar o mundo eletrônico urbano com as raves que vinham de Trancoso, enfim, muita coisa.

DESCONFIANÇA

Você encontrou muita desconfiança de algumas pessoas na cena, justamente por ser de fora?
Um pouco. Mas tem muita gente esclarecida também, que entende que o fato de eu ser de fora e estar propondo um trabalho sério, é um ponto a favor. Quer dizer, como um outsider, eu tenho muito mais liberdade pra buscar o máximo de imparcialidade.

No final, qual é sua conclusão sobre o modo como a mídia ou a opinião "mainstream" vê as raves. É uma visão injusta? Por quê?
Eu acho que sim, porque as raves geralmente ganham espaço na grande imprensa quando alguém morre de overdose, despenca do penhasco ou é esmagado por uma caixa de som. Por outro lado, é assim que a imprensa funciona, à base de más notícias. E funciona assim, porque é isso que vende jornal, os telejornais têm mais audiência quando mostram catástrofes. Então é injusto? É, mas faz parte do jogo, da natureza humana...

Seu release diz que o livro quer mostrar que o mundo das raves vai muito além das drogas e que este seria praticamente o único aspecto abordado pelos jornais. Ao mesmo tempo, o subtitulo parece ressaltar justamente esse aspecto ("o mundo entorpecente das raves"). Não há uma certa contradição aí?

Não creio que haja contradição. Porque o livro vai realmente além da questão das drogas, mas isso não quer dizer que esse lado não seja retratado. Eu acredito que as drogas, principalmente o ecstasy e o LSD estejam intimamente ligadas com a história da música eletrônica.

O ecstasy, que apareceu junto com o house e o techno, foi um dos principais responsáveis pela popularização desses gêneros. E não tenho medo de afirmar que atualmente a maior parte dos freqüentadores de rave usa algum tipo de droga ilícita. Agora, o que me proponho no livro, é a fazer um retrato menos maniqueísta desse aspecto também, é mostrar as mais diversas facetas da questão.

Ainda não tive a oportunidade de ler o livro. Estou curioso em saber o nível de polêmica que vai levantar, dentro e fora da cena. Você acha que ele tem potencial polêmico?
Eu acho que o Festa Infinita vai causar polêmica dentro e fora da cena, e talvez a questão das drogas seja a mais crítica. Como disse, eu faço um retrato multifacetado da questão. Eu tomo um ecstasy, vou para a pista de dança e conto cada uma das sensações maravilhosas que ele causa. Mas também mostro o que acontece no dia seguinte, detalho os efeitos colaterais no organismo, abordo a questão da violência aliada ao tráfico de drogas, e explicito as ações descabidas da polícia. Então, acho que parte dos aficionados por esse mundo vai me chamar de reacionário, enquanto os reacionários vão me acusar de fazer apologia. Mas, no fim, eu espero que o livro seja maior do que essas polêmicas.

DROGA DEMAIS

Você acha o consumo de drogas excessivo nessa cena?
Acho que sim. Tem muito adolescente que vai a festas apenas pra experimentar uma balinha pela primeira vez. Essa situação se torna mais crítica quando há milhares de pessoas juntas, tomando substâncias que não passaram por nenhum controle de qualidade e podem causar as mais diversas reações no organismo. Mas aí, novamente não podemos colocar a culpa nas raves. Temos o carnaval, as micaretas, os bailes funks, os shows de rock e aposto que nesses eventos o consumo de drogas também é exagerado. As drogas são um problema da sociedade como um todo e não é proibindo as raves que vamos acabar com ele.

Quais as coisas que você mais gostou nesse universo?
Em festivais como o Trancendence e o Universo Paralello, há um clima de paz e amor que me surpreendeu bastante. Estar numa praia paradisíaca, cercado de pessoas bonitas, com performances surgindo de todo o canto, música, e com uma sensação de total liberdade, é algo realmente fascinante.

Agora que acabou a pesquisa e o livro ficou pronto, vc pegou gosto pela brincadeira e pretende continuar a frequentar festas eletrônicas?
Eu gostaria de passar outro réveillon no Universo Paralello. Dessa vez sem ter que anotar nada.

Em dado momento, vc me pediu ajudar para tentar diferenciar os estilos de música eletrônica. E agora, já sente que sabe a diferença entre um minimal, um tech-house, um electro?
Agora já me arrisco na catalogação. Mas ainda estou longe de ser um especialista em música eletrônica.

Dica: O livro já está a venda no site da Livraria Cultura e na livraria Saraiva
Dica2: Autor estará na Respect autografando o livro, leia mais.

Dica3: Entrevista do autor para o Psyte

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Do Céu ao Inferno e de volta à Terra.

Kaballah SP - COMUNICADO OFICIAL

Caros leitores,

Tentaremos resumir aqui tudo o que se passou durante os últimos quatro dias, os quais jamais serão esquecidos.

A Kaballah existe há mais de seis anos, com mais de 15 edições apenas em São Paulo / Campinas e mais de 25 pelo país. Boa parte dessas edições paulistas foram realizadas na região que conhecemos como Helvetia, em meio a lindos campos de polo e propriedades de uma rica vizinhança. E foi realmente um privilégio poder desfrutar da beleza daquela área por tanto tempo.

A edição do dia 21 de Março ia entrar para a história. Era a consolidação de uma idéia de muito esforço e reconhecida qualidade. Estávamos com quase 10 mil ingressos vendidos até a sexta-feira e tamanho sucesso era sabido desde o começo da semana. Estávamos eufóricos.

Finalmente a Kaballah havia se tornado o festival de música eletrônica independente que o Brasil não tinha, representando verdadeiramente vários estilos e trazendo muita gente de volta ao
espírito rave.

E a preocupação com o resultado da festa era de igual proporção, e não poupamos investimentos. Erguemos a festa mais cara de nossa história, sem patrocínios.


Conseguimos movimentar boa parte da cena mundial, com destaques importantes em portais internacionais como Resident Advisor link e DJ Mag link. O line-up falava por si só e o público compareceria em peso.

Em paralelo a tudo isso acontecia o que chamamos de processo de legalização da festa. Uma longa estrada de procedimentos necessários para a realização do evento, onde reuniões memoráveis que juntavam em uma só mesa Infraero, EMDEC (trânsito), Polícia Militar, Concessionária Rodovia das Colinas e Polícia Rodoviária construíram amizades de muito respeito e admiração. E a Prefeitura de Campinas e os Bombeiros sempre propensos a ceder suas devidas autorizações, de acordo com as exigências.


Eis que com tudo encaminhado dentro da habitual normalidade e com a festa sendo montada desde a segunda-feira, 16, sofremos um duro revés na manhã de sexta-feira, 20, através de uma liminar que multaria a Prefeitura de Campinas em R$ 100 mil e os organizadores do evento em R$ 300 mil caso este fosse realizado.

Seu autor, um antigo desafeto das festas na região, jogador de polo e frequentador do Helvetia aos fins-de-semana. Residente, de fato, na cidade de São Paulo. Sua contestação, o som. E a prefeitura de Campinas, naturalmente e pela primeira vez na história de nossa festa, negou o alvará.

Na tarde de sexta-feira, 20, a chance de apresentar uma defesa. Passamos o dia reunindo nossos advogados e até um engenheiro de segurança foi contratado para emitir um laudo técnico que atestasse a capacidade de se realizar o evento sem que o som incomodasse nosso vizinho reclamante, localizado a 1,3 km da festa.

Passada a tarde no Forum de Campinas, um Juiz pouco interessado ratificou sua própria decisão, munido do apoio de outro Tenente-coronel da PM que desencorajava a realização do evento, para a nossa surpresa e de todos os queridos policiais militares que participaram de nossas reuniões preliminares. E dessa vez ainda expediu uma ordem judicial para desmonte da festa. Às 7h30 da manhã do Sábado, 21, um oficial de justiça, 20 policiais e inúmeros funcionários da prefeitura apareceram no local.

A essa altura, o site da prefeitura de Campinas já anunciava a negativa do alvará e a mídia logo retransmitiria a informação. A única chance era trazer o processo para o Tribunal de Justiça de São Paulo, uma instância superior, onde poderíamos apresentar novo recurso ao desembargador de plantão, somente a partir das 11h da manhã do Sábado.

Nossos advogados continuaram os esforços. A festa começou a ser desmontada logo pela manhã mas havia um efetivo pronto para reverter a situação caso a decisão fosse favorável.

O processo, que já juntava 400 páginas, também não recebeu a devida atenção do desembargador responsável e as 17h a festa estava definitivamente no chão. A maior festa que já montamos, com uma estrutura que realmente enchia os olhos, um Cocoon stage especialmente decorado… tudo voltava a ser um esqueleto de box truss.

Todos estavam completamente desolados e, pior, desacreditados em qualquer tipo de reação, nem para essa festa e muito menos para as futuras. Era o fim.

Naquele momento pouco se pensava em qualquer possibilidade, até que surgiu a desesperada idéia de tentar mudar a festa para algum clube. E por que não para dois clubes? Os maiores possíveis, na tentativa de frustrar o menor número de pessoas e de simplesmente dar aos artistas algum tipo de recompensa pelo apoio e viagens tão longas.

Preços de bar, confusão na entrada, educação de seguranças, capacidade dos clubes e qualidade do atendimento, tudo infelizmente previsto. Não conseguíamos nem pensar em números e o que pudemos fazer foi ligar para nossos amigos da Anzu e da Pacha e lançar a idéia, pedindo para que aceitassem os ingressos em seus respectivos clubes enquanto pensávamos na divisão do line-up. Qualquer negociação financeira mais detalhada ficaria para depois. E assim foi.

Ligamos para o Sander Van Doorn e diante de toda a situação ele estava mais do que disposto a se apresentar nos dois clubes. Um headliner estava garantido para ambas as casas. O GMS havia acabado de se apresentar na Pacha (7/3) e o Zabiela na Anzu (14/3), assim, optamos pela inversão. E o resto seguiu o mínimo de coerência musical que conseguimos pensar.

Só para transferir os riders técnicos do campo de polo pra cada respectivo clube já foi um parto. Esses clubes ainda esperavam receber apenas algo como mil pessoas em suas noites normais, e tiveram que correr contra o tempo para aumentar suas brigadas e estoques. Uma pressão indescritível.

Às 20h30 da noite soltamos o comunicado sobre o novo formato do evento e os respectivos line-ups. Nosso público estava em massa on-line e pegou o recado instantaneamente. Não era hora de discussões e nem de revolta. Fechamos a comunidade do Orkut. Quem quisesse realmente apoiar estava convidado, o momento era inédito e tais clubes jamais veriam tamanha euforia.

Aqui ficam nossas primeiras e muito sinceras desculpas a todos que não se divertiram da maneira como haviam previsto, aos que foram mal atendidos, a qualquer grosseria pela qual tenham passado e, principalmente, a inenarrável frustração dos que não conseguiram entrar em nenhum dos dois clubes: desculpem-nos!

Os line-ups foram, aproximadamente, os seguintes:

*** PACHA ***

Domo
2h30 - Sander Van Doorn (HOL)
4h30 – Hardfloor (ALE)
5h30 - Sesto Sento (ISR)
6h30 - Vibe Tribe (ISR)
10h00 - James Zabiela (UK)

Terrazza
6h00 as 10h00 - Pornobot

*** ANZU ***
2h30 Martin Eyerer (ALE)
3h45 Lutzenkirchen (ALE)
4h30 Dusty Kid (ITA)
6h00 Sander Van Doorn (HOL)
8h00 GMS (HOL)

Aos que conseguiram se divertir, tivemos a maior e mais grata surpresa jamais imaginada. Os dois clubes estavam completamente lotados e nunca tamanha energia havia se concentrado naquelas pistas. Dois clubes concorrentes, realizando a mesma festa, lotados e realmente bombando. Inesquecível!

Os artistas tiveram algumas das melhores experiências de suas carreiras. Recebemos todo tipo de apoio - GMS, Dusty Kid, Sander e todos os outros - simplesmente incríveis.

Ver o Hardfloor montar três TB-303 e mais todo o seu vasto sistema analógico em meio à loucura do final do set do Sander na Pacha foi memorável – 20 anos de experiência que valeram essa primeira e histórica visita dessa dupla que definiu o som das primeiras raves dos anos 90: acid!

Às 10h da manhã o Zabiela chegava do Campo de Marten a Pacha, vindo direto de outra festa no sul onde havia tocado. Sua frustração não impediu um set memorável que teria sido grande destaque da festa original.

Às 11h da manhã ainda havia quase mil pessoas em cada clube.

Passada toda essa jornada, conseguimos agora dizer que vamos sobreviver. Ainda não podemos precisar os prejuízos, principalmente em nossa imagem que tanto nos esforçamos para conquistar.


Para os ingressos que não foram utilizados, serão duas as opções:

1) Devolução: o ingresso adquirido deverá ser enviado para nossa caixa postal acompanhado de um formulário preenchido que estará disponível em nosso site a partir do dia 6/ABRIL. Este formulário conterá todas as instruções de reembolso que será feito mediante depósito bancário.

2) Utilização na próxima festa: o ingresso adquirido poderá ser trocado pelo ingresso da próxima festa, dia 20 de Junho. Divulgaremos os pontos de venda onde a troca poderá ser realizada a partir do dia 6/ABRIL. O novo ingresso virá acompanhado de um humilde presente especial para nosso fiel e querido público.

INFORMAÇÕES COMPLETAS SOBRE ESSAS DUAS OPÇÕES DIA 6/ABRIL.

Nossas próximas edições serão:
20/6 – São Paulo
27/6 – Belo Horizonte (day party)
27/6 – Rio de Janeiro (a maior festa de música eletrônica do Estado em 2008)

Para que nosso fiel e querido público acompanhe o andamento das próximas festas, criaremos em nosso site um blog com atualizações em tempo real onde iremos apresentar todos os detalhes do tal processo de legalização – informações que devem ser acompanhadas de perto por todos os interessados, para que não restem dúvidas da seriedade deste trabalho, um projeto de vida que infelizmente depende de inúmeras burocracias (que sempre foram cumpridas!) e de decisões pessoais unilaterais para tomar forma.

E, finalmente, atendendo a pedidos e procurando agradar gregos e troianos com boa e diversa música eletrônica, já estão confirmados para a KABALLAH SÃO PAULO, DIA 20 DE JUNHO:

MEGABAND (ESKIMO + VOID)
SHANTI
PROTOCULTURE
HEADROOM
LIQUID SOUL
AMO & NAVAS
POPOF
DUSTY KID
COCOON STAGE C/ TRÊS ATRAÇÕES SURPRESA!
ELI IWASA
WAIO
PORNROBOT

E muito mais!

Agradecemos do fundo do coração a todas as mensagens de apoio, toda revolta a nosso favor, toda crítica e, principalmente, todos que já estão garantindo presença na próxima festa. Vamos encarar com toda a força do mundo o imenso trabalho que essa recuperação exige, deixando a seguinte mensagem:

A MELHOR KABALLAH DA HISTÓRIA NÃO FOI CANCELADA, FOI APENAS ADIADA.

Mais informações: www.kaballah.com.br

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terça-feira, 24 de março de 2009

Entrevista: Eli Iwasa

Paixão a primeira “ouvida”
Por: Rodrigo Gomes

Kaballah 5 anos, após uma noite de chuva o sol vai surgindo junto com o dia e na tenda “Sounds Like Techno” Eli Iwasa junto com Sam Miura mostra porque já foi considerada a voz do minimal no Brasil pela Cool Magazine. Não resisti e tive que fazer uma entrevista com ela.

Sócia do Kraft, um dos clubs mais respeitados de Campinas (SP), foi a criadora do consagrado projeto Technova no Lov.e Club. Sua versatilidade tornou-se uma marca e seus sets são verdadeiras jornadas musicais, que vão do minimal e sons mais abstratos, passando pelo house pumping e funkeado, electro até o techno cheio de groove.
Sua técnica, feeling e bom gosto, garantiram reconhecimento e respeito dentro da fechada cena paulistana, que vem repercutindo pelo Brasil afora e também no exterior.

Leia abaixo a entrevista na íntegra.

Rodrigo Gomes: Conte como e quando surgiu seu interesse pela música eletrônica?
Eli Iwasa: Sempre amei música, e gosto de ouvir um pouco de tudo mesmo. Ouvia muito rock anos 80, electro pop, ebm quando era adolescente, mas a grande descoberta mesmo foi quando comecei a frequentar o Massivo, depois o Latino, o Hell's Club - acordei para uma cultura de clubs que até então era algo ocasional para mim. Quando o assunto é música, sempre fui atrás de informação, sempre pesquisei muito, e com música eletrônica não poderia ter sido diferente.

R.G: No início de seu envolvimento com a musica eletronica, quais foram suas influências e hoje quais seriam?
E.I: Sempre cito o Mau Mau como minha principal referência. Ele foi residente da minha noite - Technova, às sextas feiras no Lov.e Club - por 7 anos e toda semana, era um set mais surpreendente e inspirador que o anterior. Ele sabe me emocionar como poucos DJs e é um artista que respeito muito pela humildade dele e por sua integridade. Tem muito amor ao seu trabalho no Mau e ele sempre foi muito generoso comigo, me deu uma baita força, quando nem achava que poderia levar a carreira como DJ à sério.

R.G: Quais foram as principais dificuldades que teve no inicio da carreira?
E.I: Honestamente, eu acho que nenhuma. Tive muita sorte, e o privilégio de trabalhar em um club estabelecido como o Lov.e, que definitivamente abriu muitas portas para mim A dificuldade existe como qualquer profissão, quando você começa a buscar espaço. Tem concorrência, tem muita gente mais experiente no mercado, tem muitas coisas para você vencer para construir uma carreira de sucesso, mas acho q isso aconteceria em qualquer outra profissão que eu resolvesse me dedicar.

R.G: Como é ser uma mulher nesse cenário? Em termos de mercado (booking essas coisas) as mulheres são tratadas de igual para igual com os homens?
E.I: Ser mulher é um grande diferencial. Num mercado competitivo como esse, qualquer aspecto pode te ajudar (ou nem tanto). Eu sempre acho que ser mulher ajuda bastante no começo, pq gera uma curiosidade nas pessoas, mas para se consolidar e conquistar respeito, é necessário mostrar serviço e um trabalho consistente, que independende do sexo da pessoa.

R.G: Cite algumas mulheres que na sua opinião também de destacam como DJ.
E.I: Eu gosto muito da Misstress Barbara, que faz uns sets poderosos, com técnica e bom repertório. Também gosto muito da MIss Kittin, que sabe misturar bem os estilos e criar uma verdadeira atmosfera de festa. No Brasil, gosto muito da Denise Konzen e da Ingrid. A gente já viajou algumas vezes juntas para tocarmos Brasil afora, e é sempre muito divertido. Rola uma energia legal entre a gente, uma animando a outra.

R.G: Como é a Eli fora das pickups? O que faz, o que ouve...
E.I Eu sou bem sossegada. Gosto de ficar em casa com meu maridinho, cozinhar, ler... também amo filmes, sou frequentadora assídua de salas de cinema. Também amo sair para jantar com os amigos, para botar a conversa em dia. Ainda amo sair para dançar, mas acho me restringindo às ocasiões em que vou tocar e quando tem algum DJ que eu goste muito.

R.G: Qual a sensação de tocar em uma das maiores festas de Curitiba?
E.I Eu não via a hora de tocar na festa! Sinto uma proximidade muito grande com todo mundo que trabalha na Kaballah, o Gugha é nosso DJ residente no Kraft, e apostou muito no meu trabalho. A Kaballah é como uma grande reunião de família e queria muito participar de edições fora de SP.

R.G: Como você vê o cenário eletrônico do Brasil em relação a outros países. O que temos que melhorar e o que temos a ensinar?
E.I: Cada vez que eu viajo para o exterior, mais eu valorizo o que a gente tem. O fator humano é nosso grande diferencial, e realmente, o melhor público do mundo está aqui. Gente que tem festa em seus genes, entende?
E vejo a cena brasileira caminhando para uma grande profissionalização, todos os setores se organizando para trabalhar melhor, com seriedade, com mais investimento, gerando empregos e renda para o país.

R.G: Em uma entrevista para o site rraurl, no ano passado, você disse que iria lutar pela regulamentação das festas eletrônicas em Campinas e região. Várias autoridades (políticos, delegados) estão lutando pela proibição dos eventos em algumas cidades, e em muitas no Brasil já se obteve essa suspensão. Você como organizadora e DJ como vê o futuro das festas eletrônicas no Brasil?
E.I: Acho fundamental a regulamentação das festas, para garantir eventos com segurança para o público, com qualidade e estrutura para atender bem os consumidores.
O que não pode acontecer é um monte de festinhas pipocando por aí que não oferecem o mínimo de conforto para as pessoas que pagam por um bom evento.
Proibir nunca, porque as festas são grandes celebrações musicais e culturais, mas tem que haver regras para quem organiza, e proteger o público de falta de segurança e organização.

R.G: Antes o psy trance era o que predominava nas festas, como você vê esse crescimento do low bpm nelas?
E.I: Isso eventualmente iria acontecer, como aconteceu com o techno. Antes do minimal, foi uma onda de techno pesado, rápido, que foi natural vir um movimento contra tudo isso. O minimal veio para baixar os bpms, trazer mais groove, deixar a música mais sexy e acho que foi um divisor de águas no techno.
Acho FUNDAMENTAL as grandes festas oferecerem outros estilos de música, porque atualmente os eventos são porta de entrada para muita gente na música eletrônica, fonte de informação para seu público, e é importante cumprir esse papel da forma mais abrangente possível.

R.G: Você já foi apontada pela Cool Magazine como a voz do minimal tech no país, qual a sensação de ver o seu trabalho reconhecido?
E.I: Eu tive a sorte de sair um pouco mais à frente, foi uma questão de timing talvez. Fui viajar, vi uns sets ótimos do Hawtin e do Villalobos em 4 decks, comprei um monte de discos novos, e quis trazer um pouco daquilo q tinha ouvido para minha noite e meu case.

R.G: Defina o seu som para aqueles que não o conhecem.
E.I: Gostaria de pensar que ele é indefínivel. Techno, house, electro, pode de tudo, na hora certa! =)

R.G: Você já tocou em vários lugares como Universo Paralello, Rex CLub (Paris), Sputnik Days (Alemanha) entre outros? Qual o que mais lhe marcou?
E.I: Cada um foi especial da sua maneira. O Rex Club foi minha primeira gig internacional então vai ser sempre marcante. Estava tão nervosa que achava que não ia dar conta, mas é engraçado como basta começar a tocar que o frio na barriga passa. O UP me surpreendeu, não sabia ao certo como o público ia receber meu som, queria que a noite rolasse bem porque tinham outros residentes do Kraft, William e Sassah... mas a pista lotou, o público foi maravilhoso, e até hoje recebo mensagens de pessoas que estavam no festival. Foi a maneira perfeita de dar adeus a 2008, e começar o ano novo a todo vapor.

R.G: Qual é mais dificil ser sócia de um dos pricipais clubs do país, o Kraft em Campinas (SP) ou tocar para milhares de pessoas?
E.I: Ser sócia do clube exige mais trabalho diário, ficando no escritório durante a semana para proporcionar as festas de final de semana. Pois é, não é só a noite que a gente trabalha! Tem um monte de coisas que vem antes para as noites acontecerem, a festa é só a parte final (e boa!) de todo esforço.
Tocar para milhares de pessoas é um prazer!

R.G: Alguma vez já passou sufoco, ou situação inusitada em uma apresentação?
E.I: Já cheguei e não tinha pickups, não tinha retorno, só faltava não ter cabine ahahhahaah.
Fora os pedidos de música malucos que recebo de vez em quando, não me lembro de nada muito inusitado durante uma apresentação.

R.G: Cite, alguns projetos / produtores que estão em um grande momento e outros que estão em ascensão na sua opinião
E.I: No momento, tenho escutado muito Modeselektor e Apparat. Gostei muito do EP novo do Laurent Garnier também. Acho que quem está em um ótimo momento eh a parceria do Christian Smith & John Selway, eles sempre foram ótimos produtores, mas tem soltado um hit após o outro, sempre com a qualidade característica deles.

R.G: Que vertente da eletrônica você jamais produziria?
E.I: Hmmmm, electrohouse daqueles bem rasgados não é muito a minha praia.

R.G: O público pode esperar em breve algum CD Compilado por você ou quem sabe com músicas exclusivas da Eli?
E.I: O Kraft iniciou uma série de compilações do clube. O primeiro volume da noite Progressivamente acabou de sair e foi mixado pelo DJ William. Logo logo, sai a compilação da Discofusão e quem sabe eu não mixo o cd? ;)

- Um Evento - Sónar
- Um Club - Kraft
- Uma Música - Massive Attack - Unfinished Sympathy
- Um Artista - Patti Smith & Debbie Harry, minhas musas punk =)
- Um Sonho - um sonho não, um objetivo: abrir o espaço de eventos e shows do Clube Kraft
- Open air ou club? Os dois, cada um no seu momento.
- Se não fosse DJ o que seria? Acho que teria uma barraquinha de côco verde na Bahia... =)

Quer saber mais sobre a DJane: www.myspace.com/eliiwasa

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sábado, 21 de março de 2009

Kaballah é cancelada

[UPDATE3]
site oficial

Kaballah SP - MUDANÇA DE LOCAL

Pensando exclusivamente no nosso querido público (essa seria a maior Kaballah da história), nos artistas contratados, na possibilidade da festa continuar e no apoio que estamos recebendo dos clubes e profissionais da noite, eis um momento inédito e difícil: a festa será dividida entre os clubs ANZU e PACHA. A capacidade de cada clube será respeitada, e os ingressos aceitos por ordem de chegada. Obrigado a todos pela força, todo apoio é necessário. Fica o bom clichê: a festa não pode parar!

*** PACHA ***

Domo
0h - Rafael Yapudjian
2h - Sander Van Doorn (HOL)
4h - Sesto Sento (ISR)
5h - Vibe Tribe (ISR)
6h - Pornrobot

Terrazza
2h- Residentes
6h - Frank Lorber (ALE)
7h - Hardfloor (ALE)
8:30 - James Zabiela (UK)

*** ANZU **

00h Fern
01:30 Crossover
02:30 Martin Eyerer (ALE)
03:30 Lutzenkirchen (ALE)
04:30 Dusty Kid (ITA)
05:30 Sander Van Doorn (HOL)
07:30 GMS (HOL)

Ingressos aceitos nos 2 clubes.

NA SEGUNDA-FEIRA TEREMOS UM POSICIONAMENTO OFICIAL DETALHADO E MAIS CONSEQUÊNCIAS.

E, sim, o Sander Van Doorn vai tocar nos dois clubs!


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[UPDATE2]


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[UPDATE]



Autor: Alessandra Sabbatini

A Prefeitura de Campinas, por meio das secretarias municipais de Assuntos Jurídicos e de Urbanismo (Semurb), indeferiu o pedido de alvará de funcionamento aos responsáveis pela realização da festa rave "KABALLAH", prevista para ocorrer neste sábado, dia 21 de março, nas dependências do Sítio Marquesa, no bairro Friburgo.

A organização do evento entrou com recurso na Justiça contra a decisão da Prefeitura, mas o mesmo foi negado.

O pedido de alvará foi indeferido, com base em decisão judicial, que proíbe a realização de festas e demais atividades de lazer noturno naquela região, em função de barulho excessivo.

Os fiscais da SEMURB foram até o local para notificar o proprietário do terreno e os organizadores/promotores do evento, de que a festa não pode ser realizada.

A Administração adotou e adotará todas as providências no âmbito da lei, bem como em cumprimento às ordens judiciais, alertando para o fato de que caso o evento ocorra, os responsáveis estarão sujeitos às sanções no âmbito administrativo, cível e criminal.

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sexta-feira, 20 de março de 2009

Produtor Deadmau5 lança CD para os "Colegas de Profissão"

Por Daniel Cardachevski

Depois de sair da ratoeira e se consolidar como grande produtor da cena eletrônica mundial, o canadense Deadmau5 acaba de lançar um CD, assinado com seu nome, voltado para a comunidade de djs e produtores de música eletrônica.


Produzido em parceria com o antigo amigo de estúdio Steve Duda, o release não é um CD de remixes ou tracks inéditas, mas sim um "kit" com variados samplers e efeitos para quem quer produzir.

Intitulado XFER, o CD contém muitos sons extraídos de equipamentos analógicos. Encontra-se um pouco de tudo; synths, percussão, sons de intrumentos de sopro, cordas e muitos efeitos eletrônicos. Detalhe: a utilização de todo o material do release é "royalty-free", portanto livre de taxas e direitos autorais.

"Apesar da grande quantidade de CDs desse tipo, vimos um nicho voltado para a produção musical. Sendo livre de pagamento de direitos autorais, o CD pode ser usado em produções originais sem medo de repercussões jurídicas, como acontece quando se usa efeitos de outros CDs semelhantes", disse Steve a um site de Montreal. Os produtores agradecem.

Dica do blog: Baixe esse kit no Trancedownloader.ru
Dica 2 - Em entrevista à revista inglesa DJ Mag, o produtor Deadmau5 disse que espera que os DJs sejam extintos - leia mais.

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Compact Stick: o sucessor do CD?

Por: Flavinha Campos

Novo formato, adotado em sua maioria por produtores do trance, pretende assumir o lugar do já obsoleto Compact Disc

No final do ano passado, foi lançado o primeiro álbum em Compact Stick do produtor sueco Atmos, intitulado Tour De France. Na data, não se tinha muita informação sobre o que vinha a ser exatamente um Compact Stick e, muito menos, qual seria a resposta do consumidor em relação a este novo formato digital.

Agora, alguns meses depois, deu para perceber o objetivo e o efeito do Compact Stick no mercado fonográfico. A empresa que desenvolveu o formato é a alemã Roy & Jani GbR, e o pequeno "pen drive" vem numa caixa igual a de um CD comum, com encarte e capa, só que a caixinha Jewel (de plástico) abriga encaixe especial contendo dispositivo USB com capacidade aproximada de 2 Gb.

Como conteúdo para seus Compact Sticks, geralmente, os selos oferecem, além das músicas em MP3 e Wav, materiais bônus como vdeoclipes, links para calendário de shows, fotos, arquivos para remixes, etc.

O Compact Stick contém arquivos híbridos que funcionam em qualquer sistema operacional Windos, OSX e Linux, além de players e sistemas de som com porta USB disponível. Os arquivos são protegidos e não podem ser apagados da mídia.

No entanto, o usuário pode copiar todos os arquivos para o disco rígido de seu computador, e também gravar um CD de áudio com os arquivos Wav ou MP3, sem precisar utilizar o flash drive novamente. Só resta a dúvida: qual será a grande vantagem de comprar uma mídia online, que leva tanto tempo para ser entregue quanto um CD e custa três vezes mais?

A resposta do mercado em relação ao Compact Stick não tem sido muito animadora. A maioria dos consumidores de música eletrônica acham que o download legal ainda vale mais a pena.

Apostando nos extras e esperando que o mercado aceite o novo formato, os selos Spiral Trax, Iboga, Tribal Vision, HOM-ega e outros já lançaram álbuns de renomados artistas do trance como Maelstrom, Vibrasphere e Astrix em Compact Stick. No fim das contas, só o tempo dirá se o Compact Stick tem futuro.

O que vocês acham? Essa "substituição" irá ocorrer. Assim como aconteceu com Vinil x CD / VHS x DVD???

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quinta-feira, 19 de março de 2009

Minilogue Lança Animals - The Movie

Por: Thiago Lopes

Eu sempre me impressionei pelo vasto espectro do trabalho do Minilogue. Conhecendo muito bem o trabalho anterior dos suecos Sebastian Mullaert e Marcus Henriksson enquanto ainda produziam toda sorte de sons progressivos sob a alcunha Son Kite, não me surpreendeu a transição tranquila e de sucesso para o projeto mais cerebral e delicado que se tornou o Minilogue. E sobre o Minilogue não precisamos nem falar muito. Donos de tracks icônicas como Inca, Hitchhiker's choice, Jamaica e Snake Charmer e que imprimiram suas pegadas no som de 2008, além de terem lançado um dos álbuns mais aclamados do ano passado no reino techno/minimal, alguém poderia se perguntar quais são os próximos passos na carreira do duo sueco.

Bom, o próximo passo já foi dado, e se tornou concreto com o lançamento de Animals - The Movie, um longa-metragem de 80 minutos, dividido em 15 capítulos. Os clipes do Minilogue sempre foram sensações na internet, abrangendo até um público que não é fã de música eletrônica. O vídeo de Hitchhiker's choice, por exemplo, tem mais de 3milhões e meio de visitas no Youtube.



Mais uma vez, não me surpreendo com o lançamento do DVD. Toda a parte visual por trás do projeto sueco sempre teve um cuidado especial (aliás, me parece que esse tipo de preocupação estética já é de praxe pra muitos artistas nórdicos, algo que muita gente aqui nos climas mais amenos deveria levar em consideração). O artista Kristoffer Ström dirigiu o clipe acima e foi responsável também pelos bonequinhos de argila que ilustram o material gráfico do disco Animals, e os EPs subsquentes. Kristoffer já era conhecido por esse estilo stop-motion live painting e isso casou perfeitamente com a estética que a dupla buscava. A parceria foi tão bem sucedida que Kristoffer até produziu uma das músicas mais focadas no lado Ambient de Animals.

Porém, outro artista gráfico tocou o projeto de tornar Animals um longa. Rob Zorhab. "Cada capítulo tem um tema próprio e a partir daí desenvolve um estilo visual único.", disse Mullaert ao site Beatportal. Zorhab nos guia por um mundo de personagens ao mesmo tempo fofinhos e curiosos, mesclando batidas a visuais idílicos, fortalecendo ainda mais o conceito por trás das músicas. Segundo a dupla, os pequenos e singulares personagens simbolizam a busca por novas sonoridades e conceitos, algo que se continuarem no mesmo ritmo de trabalho não terão problemas em alcançar.

O DVD acabou de ser lançado pela Cocoon Recordings e está a venda aqui, aqui e em diversos outros lugares (procura que você acha hehe). Dá uma olhadinha aí embaixo enquanto isso para matar a curiosidade.



Obs do blog: O site Trancedownloader.ru possui o filme em seu acervo, clique aqui para acessa-lo

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Gui Boratto: Take My Breath Away - Um disco de um músico que planeja como um arquiteto

http://www.essential.limao.com.br


Em um crossover entre o techno e o progressivo, Gui Boratto é introduzido na cena eletrônica com uma grande faixa: "Arquipelago", que vem no seu primeiro álbum, Chromophobia. Convertendo assim um clássico minimal tech-house aos estádios, após esse boom o produtor ganhou milhares de fãs em todo o mundo.

Para o seu segundo álbum, Take My Breath Away, apesar de ter tido sucesso com a maioria das suas faixas de "Chromophobia", as coisas parecem ter mudado. Boratto aproveita o timming que ganhou em 2007 e 2008 para ser intenso nas suas produções, mas sem cair numa dissonância fácil, que só faz bombar as pistas. O álbum é muito mais que isso!

O disco vem com beats bem marcados e sons com efeitos. Em "Colors", "Les Enfants" e "Besides," o nosso brasileiro traz o seu lado musical à tona e usa de influências como Chico Buarque e Manu Chao, fazendo uma junção tecno brasileira, se é que podemos dizer assim. E se você quer saber qual hit substituirá "Beautiful Life", pode apostar suas fichas em "No Turning Back", que além de super bem produzida recebe um agradável som de um vocal feminino.

Gui Boratto, hoje com 35 anos, já mostrou a que veio, arquiteto de profissão, o paulistano é realmente bom no que se propõe a fazer, se não for para planejar casas, sem dúvidas, é quando elucida sons em melodias.

Tracklist - Take My Breath Away
1.Take My Breath Away
2.Atomic Soda
3.Colors
4.Opus 17
5.No Turning Back
6.Azzurra
7.Les Enfants
8.Besides
9.Ballroom
10.Eggplant
11.Godet

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quarta-feira, 18 de março de 2009

Fim da "Discografias"

Retirado da comunidade "Discografias" (18.03.2009)

Informamos a todos os membros da comunidade "Discografias" e relacionadas (Trilhas Sonoras de Filmes, Trilhas Sonoras de Novelas, Coletâneas (V.A.), Pedidos, Dicas/Dúvidas e Índice Geral), que encerramos as atividades devido às ameaças que estamos sofrendo da APCM e outros orgãos de defesa dos direitos autorais.

Nosso trabalho foi árduo para manter as comunidades organizadas, sem auferir nenhum tipo de vantagem financeira com elas, somente com o intuito de contribuir de alguma forma para a cultura e entretenimento.


Não é com o fechamento desta comunidade e outras equivalentes que as gravadoras irão aumentar seus lucros.


Muitos artistas perderão seus meios de divulgação.

Milhares de membros terão que procurar outras atividades no Orkut que não seja o download de músicas e afins. O número de sites e blogs de conteúdo similar, mais programas como eMule, limewire, de torrents e outros P2P, cresce em progressão geométrica.


Perdem eles, perdemos todos, mas enfim, tudo em nome do dinheiro das grandes corporações. Nada em nome da cultura.

Tais entidades de defesa dos direitos autorais, como a R.I.A.A. nos Estados Unidos e APCM no Brasil, que é a representante legal de:
UNIVERSAL MUSIC DO BRASIL LTDA.
;
WARNER MUSIC BRASIL LTDA.;
SONY - BMG BRASIL LTDA.
;
SIGLA - SISTEMA GLOBO DE GRAVAÇÕES AUDIO VISUAIS LTDA;
EMI MUSIC LTDA.;
COLUMBIA PICTURES INDUSTRIES INC.;
DISNEY ENTERPRISES INC.;
METRO-GOLDWYN-MAYER STUDIOS INC.;
PARAMOUNT PICTURES CORPORATION;
TWENTIETH CENTURY FOX FILM CORPORATION;
UNIVERSAL CITY STUDIOS INC.;
WARNER BROS.;
UNITED ARTISTS PICTURES INC.;
UNITED ARTISTS CORPORATION;
UBV - UNIÃO BRASILEIRA DE VÍDEO E ASSOCIADAS

Sendo ainda representante de IFPI - International Federation of the Phonographic Industry e MPA - Motion Picture Association no Brasil, se dizem "sem fins lucrativos", vamos acreditar nisso, né gente? Como todos acreditam nas histórias da carochinha.

Agradecemos a todos que de um jeito ou de outro, colaboraram para que nossas comunidades fossem tão populares.

Valeu, gente!

A Moderação

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