terça-feira, 20 de abril de 2010

Mystic Tribe Festival

Quem já teve a oportunidade de freqüentar um festival, sabe de toda a magia que envolve esse evento. Em um festival aprendemos a conviver com outras pessoas, nos desprendemos de problemas pessoais, nos livramos de todos os preconceitos e o principal, aprendemos a nos conhecer.

A primeira vez que experimentei dessa cultura foi durante os sete dias do Universo Paralello #9 e confesso que voltei transformado interiormente de lá. Nesse último final de semana tive a oportunidade de juntar a barraca, a mochila e partir rumo ao estado de São Paulo para o Mystic Tribe Festival.

Após seis horas dentro de uma van, finalmente chegamos, logo na entrada uma réplica do 14 bis já nos dava as boas vindas, porém logo recebo a notícia de que a festa marcada para começar às 22h do dia 18.04 só começaria as 09h do dia seguinte. Para mim até uma boa notícia, pois daria para montar minha “casa” e descansar sem se preocupar com quem estaria perdendo no main floor ou no chill out.

Quando o galo, literalmente, começou a cantar era hora de levantar, tomar aquele banho quente, um café da manhã reforçado, juntar as coisas e partir para o chillas, afinal Ekanta já devia estar tocando. Mas é só sair da barraca que os boatos como “um promotor cassou o alvará do festival”, “o som só vai começar a tarde” começam a surgir. A sensação que se tem é que o se o som não começasse imediatamente o pessoal começaria a se revoltar, ir embora e xingar a organização, mas o que acontece é justamente ao contrário.

Sem som em ambas as pistas algumas se concentram em volta do lago – talvez pensando se os pedalinhos estariam liberados – outros em volta das piscinas, outros ficam observando os coelhos, avestruzes, pavões e outros animais, mas todos aguardam o momento do primeiro grave sair das caixas para correr para as pistas e ser livre.

Se essa ausência de som acontece em uma festa “normal”, mesmo que por alguns minutos, já vemos pessoas atirando latas nos palcos, xingado até a vó do organizador e até pensando em ir embora. Mas em toda a área do festival não se ouviu uma reclamação, ninguém de cara feia, afinal todos estavam lá com um único objetivo: o de esquecer por algumas horas o mundo lá de fora.

Próximo ao meio dia de sábado os BPMs começam a fazer parte da paisagem da fazenda, mas não demora muito para a policia invadir o lugar e mandar parar com o som e mais uma vez o silêncio toma conta das caixas suspensas no main floor. Durante toda a tarde de sábado o som permanece sendo ligado e desligado, brincadeiras como “é a nova CLT dos DJs, horário de lanche” nos fazem rir enquanto aguardamos o próximo DJ voltar da sua “pausa”.

A pista principal é  “fechada” durante a noite, mas nela é possível encontrarmos grupos de amigos reunidos jogando conversa fora, bebendo, fazendo batucada e cantando músicas de Raul a trilhas do “Castelo Ra-tim-bum”. Nas primeiras horas de domingo o som do Chill Out é religado com a promessa de que não será mais desligado até o final da festa e de que as 10h acontecerá o mesmo com o do main floor.

Durante toda a madrugada o Chill Out se transforma na pista principal – para azar das pessoas que resolveram acampar próximo do mesmo (como eu por exemplo) – afinal quem é que consegue dormir com um Dark atravessando o tecido da barraca.

As dez horas em ponto, conforme o prometido o som é ligado na potência máxima na pista principal, Zaghini, Edu, Dickster fizeram com que o público soltasse a energia acumulada. Como não poderia deixar de existir as apresentações culturais estiveram presentes no domingo, interagindo com o público e mostrando que a cultura eletrônica não se restringe apenas a música.

A alegria estava estampada no rosto de todos os que estavam lá, nas pessoas que acreditaram no nome do festival e permaneceram acampadas, mesmo sem música, durante dois dias.

Mais:
Veja as fotos desta edição da Mystic Tribe
Comunicado Oficial Mystic Tribe

2 comentários:

Emilie disse...

Não há melhores palavras pra descrever o festival! Parabéns!

Dj Edu (respect/2012Live) disse...

Killer dancefloor, toquei como dj surpresa pois n estava no line rs... e foi animal a vibe da pista foi de outro mundo...

Boom Mystic Tribe

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