segunda-feira, 26 de abril de 2010

Religião: solução ou desculpa

Até que ponto a religião pode servir de pretexto de perseguição e/ou preconceito? Há anos vemos Palestinos e israelenses guerreando por uma "Terra Santa"; atentados são feitos em nome de Deus, Alá... Pessoas, Estados e instituições utilizam o nome de sua fé apenas para seu próprio benefício, acusam outras culturas - sem muitas vezes a conhecerem - e quando são criticadas se dizem vítimas de perseguição religiosa.

No ultimo domingo a Rede Record exibiu em seu programa Domingo Espetacular a matéria "Preconceito religioso nas páginas de O Globo" (veja abaixo). Na qual acusava duramente o jornal carioca por matérias vinculadas sobre o "Dia D". O evento, organizado pela Igreja Universal no dia 21 de abril na cidade do Rio de Janeiro reuniu mais de um milhão de pessoas e causou um verdadeiro caos em grande parte da cidade maravilhosa.

Ônibus tomaram conta das ruas, impedindo que moradores saíssem ou chegassem em suas casas, além do trânsito o evento deixou uma enorme quantidade de lixo nas areias das praias. A organização do evento se defende dizendo que a prefeitura sabia do tamanho do evento, a prefeitura por sua vez afirma que foi anunciado um público de 100 mil pessoas. O que o jornal fez foi mostrar esse caos em suas páginas, a emissora presidida pelo bispo Edir Macedo (dono também da Igreja Universal) se sentiu ofendida e perseguida com algumas palavras e fotos utilizadas nas matérias.

Enquanto assistia a matéria me lembrava de quantas reportagens essa mesma emissora exibiu sobre as festas raves, quantas pessoas elas acusaram de serem usuários de drogas e outras tantas se sentiram vítimas de preconceito apenas por amarem as batidas eletrônicas e sua cultura. Mas quando não se possue uma "religião" para se apoiar fica difícil de se defender.

Será que o Sr. Edir Macedo e outros lideres da emissora pensaram no termo preconceito quando autorizaram a veiculação da reportagem abaixo?

Imagens de adolescentes usando drogas em raves impressionam
Repórter Record publicado em 10/11/2009
Os jovens vão às festas raves para usar drogas. As imagens dos adolescentes tendo alucionações, causadas pelas drogas impressionam.


Há tempos a cultura eletrônica é vitima de perseguição por parte dos "imparciais" jornalistas da emissora paulista. Quem não se lembra da matéria exibida em 2005 na qual apenas um off e cenas pejorativas ilustravam a matéria. Nenhum dos organizadores ou freqüentador foi ouvido (engraçado que essa foi um outro ponto levantado pela record contra o Globo), simplesmente transformaram todas as pessoas em drogados e exibiram a matéria em seu horário nobre

Quando se está "amparado" por uma religião fica fácil de organizar mega eventos, se defender de acusações ou até mesmo enriquecer. Afinal qual político, juiz ou delegado seria capaz de desafiar, correr o risco de perder milhões de votos na próxima eleição, ser chamado de ateu e ser acusado de preconceito religioso. Agora embargar festas de música com batidas repetitivas é fácil, afinal todos os presentes são drogados, a sociedade com certeza irá aprovar.

Será que um dia esses “lideres” religiosos sentirão vergonha na cara e vão parar de usar a religião como desculpa pelas suas atitudes erradas? Como minha mãe diz “o macaco nunca olha o próprio rabo”.

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sábado, 24 de abril de 2010

(vale a pena ouvir) Zaghini

Alexandre Zaghini, A.K.A "ZAGHINI". Brasileiro, 29 anos, teve seu primeiro contato com a música eletrônica frequentando festas e festivais do gênero. Apos grande estudo sobre a E.Music começou sua carreira como DJ. Possui uma grande técnica em suas mixagens mantendo uma atmosfera envolvente, entre a cabine e a pista. Seus sets vão do Groove ao Full on Night, com musicas de projetos do Brasil, Africa do Sul, Europa e America Latina, sempre com muito Groove (caracteristica de seus sets).

Nos seus sets vocês vão encontrar artistas que fazem parte de suas influências como: " Headroom, Earthiling, Materia, Painkiller, Zen Mechanics, Naked Tourist, Ital, Pragmatix, Fearsome Engine, Burn In Noise, The First Stone, Twenty Eight, "... Já se apresentou ao lado de grandes Djs nacionais e internacionais como: " Burn In Noise, Dickster, Tristan, Rinkadink, AKD, Andromeda, Naked Tourist, Yage, Journey, A M D, Rica Amaral, Ekanta, Gabe."

Entre os principais festivais,festas e clubs que tocou estao: Universo Paralello 10 Anos, Respect (Connect Your Self To The Universe), Respect (Edicao Nacional), Magic Paradise 5 Anos, Soulvision Festival 2009/2010, Limit Open Air, Klatu, Club A, Blast 97 Fm, Ebano, entre outros; E residente e faz parte da producao dos núcleos R.E.S.P.E.C.T e Magic Paradise, festivais de arte e cultura do sudeste brasileiro. No momento esta se dedicando a Produção Musical, onde futuramente começará a produzir suas próprias Tracks, se aprimorando ainda mais.

Mais: www.myspace.com/zaghinidj
Set Respect 09

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terça-feira, 20 de abril de 2010

Mystic Tribe Festival

Quem já teve a oportunidade de freqüentar um festival, sabe de toda a magia que envolve esse evento. Em um festival aprendemos a conviver com outras pessoas, nos desprendemos de problemas pessoais, nos livramos de todos os preconceitos e o principal, aprendemos a nos conhecer.

A primeira vez que experimentei dessa cultura foi durante os sete dias do Universo Paralello #9 e confesso que voltei transformado interiormente de lá. Nesse último final de semana tive a oportunidade de juntar a barraca, a mochila e partir rumo ao estado de São Paulo para o Mystic Tribe Festival.

Após seis horas dentro de uma van, finalmente chegamos, logo na entrada uma réplica do 14 bis já nos dava as boas vindas, porém logo recebo a notícia de que a festa marcada para começar às 22h do dia 18.04 só começaria as 09h do dia seguinte. Para mim até uma boa notícia, pois daria para montar minha “casa” e descansar sem se preocupar com quem estaria perdendo no main floor ou no chill out.

Quando o galo, literalmente, começou a cantar era hora de levantar, tomar aquele banho quente, um café da manhã reforçado, juntar as coisas e partir para o chillas, afinal Ekanta já devia estar tocando. Mas é só sair da barraca que os boatos como “um promotor cassou o alvará do festival”, “o som só vai começar a tarde” começam a surgir. A sensação que se tem é que o se o som não começasse imediatamente o pessoal começaria a se revoltar, ir embora e xingar a organização, mas o que acontece é justamente ao contrário.

Sem som em ambas as pistas algumas se concentram em volta do lago – talvez pensando se os pedalinhos estariam liberados – outros em volta das piscinas, outros ficam observando os coelhos, avestruzes, pavões e outros animais, mas todos aguardam o momento do primeiro grave sair das caixas para correr para as pistas e ser livre.

Se essa ausência de som acontece em uma festa “normal”, mesmo que por alguns minutos, já vemos pessoas atirando latas nos palcos, xingado até a vó do organizador e até pensando em ir embora. Mas em toda a área do festival não se ouviu uma reclamação, ninguém de cara feia, afinal todos estavam lá com um único objetivo: o de esquecer por algumas horas o mundo lá de fora.

Próximo ao meio dia de sábado os BPMs começam a fazer parte da paisagem da fazenda, mas não demora muito para a policia invadir o lugar e mandar parar com o som e mais uma vez o silêncio toma conta das caixas suspensas no main floor. Durante toda a tarde de sábado o som permanece sendo ligado e desligado, brincadeiras como “é a nova CLT dos DJs, horário de lanche” nos fazem rir enquanto aguardamos o próximo DJ voltar da sua “pausa”.

A pista principal é  “fechada” durante a noite, mas nela é possível encontrarmos grupos de amigos reunidos jogando conversa fora, bebendo, fazendo batucada e cantando músicas de Raul a trilhas do “Castelo Ra-tim-bum”. Nas primeiras horas de domingo o som do Chill Out é religado com a promessa de que não será mais desligado até o final da festa e de que as 10h acontecerá o mesmo com o do main floor.

Durante toda a madrugada o Chill Out se transforma na pista principal – para azar das pessoas que resolveram acampar próximo do mesmo (como eu por exemplo) – afinal quem é que consegue dormir com um Dark atravessando o tecido da barraca.

As dez horas em ponto, conforme o prometido o som é ligado na potência máxima na pista principal, Zaghini, Edu, Dickster fizeram com que o público soltasse a energia acumulada. Como não poderia deixar de existir as apresentações culturais estiveram presentes no domingo, interagindo com o público e mostrando que a cultura eletrônica não se restringe apenas a música.

A alegria estava estampada no rosto de todos os que estavam lá, nas pessoas que acreditaram no nome do festival e permaneceram acampadas, mesmo sem música, durante dois dias.

Mais:
Veja as fotos desta edição da Mystic Tribe
Comunicado Oficial Mystic Tribe

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Comunicado Oficial Mystic Tribe

Para quebrarmos barreiras, precisamos passar por momentos difíceis. Ter 6 meses de trabalho árduo colocados em cheque em poucos minutos, tentando destruir um sonho, é certamente o momento mais difícil pelo qual passou a Mystic Tribe nesse último evento nos dias 16, 17 e 18 de abril.

Iniciamos nossa jornada com o coração à frente de tudo. E foi sempre assim que mantivemos nossa postura. Nos propusemos a fazer algo que não pôde acontecer em sua totalidade, mas resolvemos ir adiante para oferecer tudo o que ainda fosse possível a nosso público. Mas ainda precisamos de mais tempo para compreender tudo o que aconteceu neste final de semana.

Portanto vamos tentar colocar isso por partes.

Em primeiro lugar a Mystic Tribe gostaria de agradecer a todo o público, que desde o início prestigiou e, em sua grande maioria, abraçou a causa da festa, nos deu as mãos e compartilhou conosco esse momento de dificuldade, tentando ao máximo relaxar e esperar a festa acontecer.

Posto isso, cabem algumas explicações e alguns fatos que devem ser de conhecimento de todos, afinal de contas sempre tivemos esse compromisso com o público, dizendo que a festa não é nossa, mas sim de todos que nela estão presentes.

E foi o público que, juntamente conosco, foi guerreiro para fazer tudo acontecer.

Tínhamos toda a documentação necessária para a realização da festa em mãos. Na noite de sexta-feira recebemos uma notificação na portaria dizendo que a mesma estava embargada pois não havia apresentado a documentação necessária para a realização do evento. Com a documentação toda nas mãos, não foi difícil convencer os policiais e a nós mesmos que bastava uma assinatura de outro juiz que a festa aconteceria normalmente. E poderia ser iniciada a qualquer momento.

Por esse motivo, a entrada e o acesso ao local foi liberado. Tudo funcionava na festa, exceto pelo som. Bar, cinema, camping, estruturalmente a festa estava pronta para receber todos confortavelmente.

Com o fechamento da festa, nosso departamento jurídico entrou em ação e no sábado, quando a pista foi ligada, a situação parecia estar prestes a se resolver, mas ainda assim a autorização não saía. Motivo pelo qual o som foi parado no sábado a tarde, e um dos organizadores foi pela segunda vez conduzido à delegacia, enquanto outro sócio ainda tentava resolver a situação no Fórum de São Paulo.
Fomos informados que poderíamos deixar o som do chill out como se fosse um som do próprio hotel, o que nos daria a possibilidade de continuar a festa lá embaixo no sábado. E foi o que fizemos, com metade da noite guiada pela Royal Soul Records e a outra metade com os artistas de dark psychedelic que deveriam se apresentar no mainfloor.

No domingo de manhã a situação foi resolvida e pudemos ligar novamente a pista, reabrir a portaria e fazer a festa acontecer. Claro que nada saiu como o planejado. Nunca seríamos irresponsáveis de construir uma festa daquele tamanho sem ter o suporte legal por trás dela.

Certamente o fato de a festa ter sido embargada prejudicou todo o seu restante, pois não conseguimos focar no controle de outras áreas também importantes. Tudo o que queríamos naquele momento era que a festa começasse, e aí podem ter ocorrido algumas falhas. Falhas que assumimos, nos desculpamos e pedimos a compreensão de todos, pois o que mais importava ali era não deixar a policia fechar a festa e mandar todos embora do local, o que seria desastroso para todos nós.

A revista realmente foi bem intensa. Pedimos desculpas pela grande fila na sexta-feira. Isso aconteceu porque no início a polícia não deixava as pessoas entrarem. Na próxima festa iremos nos organizar melhor, separando mais portas para as revistas. Tinhamos uma previsão de público de 2000 pessoas pelas vendas de ingressos, e esperávamos que todos iam se dividir na chegada. Mas muita gente chegou junto e estávamos com o foco na liberação da festa. Em um certo momento realocamos mais uma equipe para lá e tudo fluiu melhor e a entrada se normalizou.

Sobre os artistas que não se apresentaram: Kindzadza, Symphonix / True Lies e Atmos tiveram seus vôos cancelados pela Iberia e Lufthansa por problemas climáticos causados pelo vulcão na Islândia. Stereographic e Ekanta tiveram problemas com os seus vôos , sabendo da festa embargada os dois não vieram. Circuit Breakers – infelizmente por não ter a certeza da festa continuar ou não o artista não voltou de Vitória para se apresentar.

A Mystic Tribe em sua próxima festa trará Kindzadza, Atmos, Stereographic e Ekanta. O que era para acontecer ainda vai acontecer!

Mais uma vez gostaríamos de agradecer a todos os que se envolveram em nossa história.
Nossos sinceros pedidos de desculpas se fizemos algum mal para alguém. Nossa intenção era justamente a contrária e podem esperar que todos serão recompensados.

Fonte: Comunidade Oficial (orkut)

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quinta-feira, 15 de abril de 2010

Universo Paralello só em 2011, porém vem aí o 303art Festival

A organização do Universo Paralello estreiou o novo site com uma notícia que já era do conhecimento de alguns: UP#11 será apenas em 2011/2012. Porém para que os apaixonados pelo maior festival de música e cultura alternativa do país não tenham que passar a virada vendo o tio estourar o champanhe tentando acertar a lampada, teremos um festival “menor”: o 303art Festival

Leia abaixo o comunicado extraído do site oficial.

Comemorar a chegada de mais um novo ano em paz, com muita arte e cercados de belezas naturais, amparados pela união e força de uma brava gente, com real espírito e consciência psicodélica, conferiu a 10ª edição do Universo Paralello o sentimento de alegria e missão cumprida. Feliz 2010 e sinceros agradecimentos a todos que contribuíram para a realização do festival: público, artistas, funcionários e a comunidade local.

2011/2012
A nave Universo Paralello já começa a se preparar para mais uma nova aventura no psicodélico e deslumbrante trópico baiano, decolando de todos os lugares do mundo para o desembarque em suas florestas e praias paradisíacas.Como nas edições anteriores, a tribo paralella de viajantes da paz terá o próximo UP 11, mais novidades, mais atrações e, principalmente, mais cuidados especiais com os imprevistos que tomaram de surpresa a última edição, #10ª. Não seremos mais tão complacentes e confiantes com os desígnios da sorte, do tempo e até da ação de alguns vândalos*. Apesar da pior estiagem verificada no litoral nordeste nos últimos 30 anos, conseguimos superar os imprevistos de última hora e conduzir com profissionalismo e segurança o evento até o último dia.

No balanço entre altos e baixos seguiremos como sempre foi, com olhar otimista e fé de que uma vida paralella à batida frenética do mundo moderno realmente possa existir: sem guerras, sem pressa e com mais belezas. Nos valemos também dos números de serviços prestados: mais de 500 shows e apresentações, 1.200 artistas, alimentação e bar funcionado ininterruptamente, novamente posto médico altamente equipado e segurança ainda mais eficaz, ambos sem nenhuma ocorrência grave, durante os 8 dias de festival.

O festival tomou dimensões que nos fizeram refletir e entender que é preciso mais do que um ano para a elaboração desse grande encontro, por isso a partir de agora o UP é bienal. Sendo assim nos vemos em um novo paraíso na virada de 2011 para 2012: o reveillon da nova era.

O próximo Universo Paralello, com novas e emocionantes surpresas, já entra em seu novo calendário trazendo a manifestação de apoio, celebração e presença de varias pessoas espalhadas ao redor do mundo. Estamos prontos para realizá-la, com mais ênfase nos acertos, com muitas novidades e cuidados redobrados com os imprevistos. Grandes serão as novidades em 2011/12. Prepare-se para decolar no maior UP de todos os tempos.

UP Crew!

303
Entre as grandes novidades da UP Crew para os amantes da cena psicodélica no Brasil e no mundo, está o 303art Festival, a união entre os núcleos Vagalume Records (UP Crew) e EcoArt (after oficial do UP) na produção de um novo festival de fim de ano, com dimensões menores e não menos consistente, em uma das mais belas praias do Sul da Bahia. Grandes nomes da cena eletrônica, atrações e encontros especiais irao garantir uma energia tao forte e inspiradora. Prepare-se já, neste final de ano de 2010/11 para o primeiro 303art Festival. Um momento inesquecível, com a assinatura UNIVERSO PARALELLO.

*PS: Foi constatado a ação de vândalos através da destruição de 150 m de dutos de água , já no inicio da festa, gerando a perda de mais de 500.000 litros de água potável. Os dutos garantiriam a distribuição dessa água, armazenada ao longo dos 30 dias anteriores de um rio a 5 km de distancia, era mais que suficiente para abastecer e atender a todos até o ultimo momento. Fatos como este nao irão se repetir.

A equipe do UP#10 trabalha junto há 6 anos e justo por conta dessa união e crença no projeto que conseguimos reverter o clima desagradável dos primeiros dias. Obrigado pela energia de cada um.
Enjoy!

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sábado, 3 de abril de 2010

(entrevista) Ital

Conheci o chileno Daniel “Ital” na Odissey, uma PVT do interior catarinense. Foi quando percebi que os “full ons” que tocavam em festas consideradas comerciais não tinham a mesma magia e pureza de outros projetos.

É incrível a sensação que se tem ao ouvir o som do Daniel, um som cheio de grooves que penetram em nossa alma e nos faz entrar em transe.

“Nas festas comerciais, algumas não tem conceito de passar algo para as pessoas, mas um propósito de só ganhar dinheiro e etc...

TIve a oportunidade de acompanhar o som do Ital por mais duas vezes no Universo Paralello e a cada apresentação uma sensação nova, bem diferente de projetos que há anos insistem em manter o mesmo “live” e não conseguem transmitir emoção em suas apresentações.

Há algumas semanas resolvi fazer uma entrevista com o Daniel sobre sua carreria e música eletrônica. O resultado desse batepapo você confere abaixo.

Nos fale um pouco da sua história com a música antes de conhecer o psytrance. Como surgiu o interesse em fazer m·sica eletrônica?
Bom, desde de pequeno estou envolvido com música. Primeiramente tocando como dj em festas, dos 16 anos até agora!!

Em 2000 foi quando me interessei escutando pela primeira vez, música eletrônica experimental, assim como techno e variantes. Foi logo depois de fazer uma viagem para a Europa. Gostei muito do drum and bass, Brain Dance, comecei a tocar esses estilos por um tempo, logo passei para o techno até conhecer o psytrance.

O seu primeiro projeto foi o "Metatron" qual a diferença do som dele para o Ital de hoje?
Metatron foi o começo de minha carreira como produtor e dj de psytrance. Começou com um amigo meu do Chile (Andres) no ano de 2001, depois de nos conhecermos em uma viagem pelo Equador, onde nos conectamos e sincronizamos para começar o projeto depois do verão, em março do mesmo ano. Nesse ano, nossa influência era totalmente do Goatrance, desenrolando e evolucionando o estilo até criar o meu próprio projeto ITAL. Meu projeto no começo foi bem fullon morning, bem psicodélico, até chega hoje em dia ao Fullon Groove.

Quais as influências no começo da carreira?
Os projetos de goatrance como Transwave, Astral Projection, Xerox & Freeman, Haldolium, Ticon entre outros...

E atualmente quais são essas influências?
Atualmente eu gosto dos projetos Dickster, Burn in Noise, Zen Mechanics, Sonic Species, Tristan, Amd, The first Stone, Aphid Moon , entre outros…

Ital significa pureza e é exatamente isso que você passa para as pessoas que ouvem o seu som, de onde vem essa inspiração para produzi-lo?
A inspiração sempre vem do Universo Infinito que nos dá a vida, da natureza, da Floresta, tudo que nos rodeia e faz que tudo seja... acho que como toda arte, nós só somos pessoas que canalizamos a energia divina para ser reenviada ao universo.

Em meu caso a música que se expande como ondas sonoras de luz para este mundo material em que vivemos e espero que vá para muito longe, por todos os cantos do planeta.

Como explicar o seu som para aqueles que não o conhecem?
Musica ital, música pura, música do grande espírito de luz que nos crê e dá a vida.

Como é a cena eletrônica no Chile? Onde são feitas as festas, o tipo de som que toca, como é o público...
Bom, a música no Chile segue crescendo, a cena cada dia maior com as novas gerações de pessoas que gostam do psy. As festas são geralmente nas montanhas, fazendas e em lugares relativamente perto da cidade de Santiago, a galera não gosta de ir muito longe, mas continua sendo uma cena muito nova, ainda tem um caminho longe para percorrer e crescer.

O melhor de tudo, é que quase todos os Lives e djs tocam um estilo de psytrance mais sério e não comercial.

De projetos chilenos além de Ital, conhecemos também Ovnimoon (do Hector) existe algum outro projeto/produtor que destacaria?
Claro, existem 3 projetos que eu gosto muito e que estamos trabalhando juntos também, todos no estilo do fullon groove:
Moai Act: myspace.com/moaiact
Zlott: myspace.com/zlottmusic
Telepatic: myspace.com/telepaticlive

A música eletrônica mudou muito durante os últimos anos, como o surgimento de várias vertentes e também o “boom” das festas comerciais. Como você vê essas mudanças?
De alguma maneira, essa alteração na cena psicodeliga, estragou um pouco. Nas festas comerciais, algumas não tem conceito, de passar algo para as pessoas, mas um propósito de só ganhar dinheiro e etc...  isso que é foda, e é uma pena porque a essência do psytrance nesse aspecto de ter a conexão com a natureza e nossas raízes, se perdeu um pouco.

Daniel tocando prog, minimal ou até mesmo dark é possÌvel vermos isso um dia?
Acho que nao!!!

Hoje as drogas sintéticas estão relacionadas diretamente com a música eletrônica, como você vê essa ligação entre drogas x música?
Eu acho que a droga não tem nada haver com a música... acho que a música leva uma mensagem para ser escutada e interiorizada pelas pessoas, como um conceito de vida. Entregar essa luz do nosso trabalho, qualquer que seja ele, em nosso dia a dia, para que e cada um deles sejamos melhores pessoas.

De alguns anos para cá estamos vendo os MP3 Player conquistarem cada vez o mercado devido a sua capacidade e principalmente o seu preço. E juntamente com isso, o MP3 vem se difundindo ainda mais na internet. Como você encara isso tudo? Isso atrapalha o trabalho do artista?
Claro que atrapalha e muito, porque as pessoas em vez de apoiar o duro trabalho dos artistas e músicos, todo o tempo e dedicação investida, muitas pessoas caem na pirataria, e no final a música chega de qualquer jeito para as pessoas não sendo valorizado de verdade todo o trabalho que ela leva.

Você já· morou no Brasil, como foi sua passada por aqui? Quais os lugares mais incríveis que conheceu aqui e quais os melhores para se tocar?
Brasil é minha segunda terra, eu gosto demais, acho que algo muito especial. Eu já toquei em quase 14 estados, mas cada lugar tem algo especias e energias muito poderosas. Muitas pessoas legais, amigos e pessoas anciosas de entregar o real espírito psy.

Eu gostei muito das ediçõs do Universo Paralello o qual estive 5 vezes, tocando. A Bahia é a Bahia ! Galera da Ecologic em Vitória, além da Amazonia e todo o Nordeste tem algo familiar. São Paulo tem algumas festas muito boas de conceito, como a Respect e a Mystic Tribe, que continuam divulgando o verdadeiro espírito da música psytrance.

Em relação ao cenário eletrônico mundial como está o Brasil? O que temos que melhorar ou acrescentar e o que temos a ensinar?
Acho que o Brasil está demais!! Eu já toquei em vários lugares da Europa e acho que não tem nada que invejar de lá, no Brasil há gente muito alegre, pacífica e dançante.

Acho que a real cena psicodelica está cada dia crescendo e mais gente curtindo e se conectando com este espírito.

Uma apresentação inesquecível e por quê?
Universo Paralello sem dúvida, nada melhor que as praias da Bahia em um grande festival como o UP, acho que é um dos melhores do mundo com certeza!!

Na sua opinião, cite alguns projetos / produtores que estão em um grande momento e outros que estão em ascensão.
Os meus favoritos: Dickser, Burn in Noise, The first Stone, Logica, Avalon, Sonic Species…..

Se pudesse tocar ao lado de um DJ qual seria?
Acho que já toquei ao lado de quase todos os meus projetos favoritos!!! (Risos) Agradeço por isso...

Como é o Daniel fora das pickups? O que faz, o que houve, onde vai?
Eu dedico minha vida à música, só faço isso, todo dia! É meu trabalho e como artista, como falei antes, é minha missão canalizar e divulgar a mensagem de luz do universo, através de nossa arte... acho que temos muito para despertar em nosso espírito, assim como as pessoas e acho que a música é um meio muito poderoso para a transmissão de energia divina para esse despertar do espírito universal.

Acho que todos somos guerreiros de luz e cada pessoa leva essa luz no coração e a despertamos em diferentes momentos da vida.... mas no final desse caminho, vamos todos para o mesmo lugar. Assim como uma simples pessoa, os melhores desejos para todos os seres que chegaram, que estão e que virão a chegar na terra.

Para o ano de 2010 existe alguma novidade? Vem um novo CD por ai?
Claro, prontamente já vem meu novo EP 2010 que vai sair pela minha gravadora Antu  Records do Chile, minha compilação é para julho e logo meu novo albúm para julho/ agosto... espero que a galera goste e o sinta, porque todo meu trabalho foi feito com muito carinho para todos os amantes do psy.

Além de vários tours pelo Brasil e pela Europa em julho e agosto, tem vários festivais e festas pela Alemanha, Suíca e Portugal por agora...

Estou muito ancioso pra minha participação no BOOM festival 2010, um dos grandes festivais do mundo!!!! Obrigado Deus e grato à vida.

Mais: myspace.com/itallive
Agradecimentos: Iohannah Hardy

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