segunda-feira, 12 de julho de 2010

Green Velvet no Tribaltech Festival

Um dos grandes destaques do Tribaltech Festival, que acontece no próximo dia 28 de agosto em Curitiba é o americano Curtis Jones, mais conhecido como Green Velvet. É com certeza, ao lado de Tristan, Italoboyz, Ahmet Sendil, Pedra Branca, Lovefoxxx e Céu um dos nomes que me fazem sentir novamente a ansiedade para uma festa.

Ansiedade essa pela mudança que a T2 está fazendo no cenário eletrônico local e até mesmo nacional (já que teremos uma edição paulista uma semana antes da curitibana). Mudanças essas que no ano passado sofreram várias críticas de frequentadores que “opinaram” antes de conhecer e que quando conheceram o real projeto do núcleo se transformaram as críticas em elogios.

Com a “elevação” para o status de festival, a já conhecida Tribaltech cedeu mais espaço para outros estilos musicais e para a arte audio visual, resta agora sonhar para que em um futuro próximo se torne um festival de vários dias.

Voltando ao assunto principal deste post: Green Velvet. Se você não conhece esse projeto leia abaixo um release retirado do site do Tribaltech e veja o video de uma apresentação do americano em Ibiza.

Green Velvet, nome inicialmente criado por Curtis Jones para seus projetos sem vocais e para suas freqüentes apresentações como DJ, acabou crescendo e se tornando mais popular do que o homem por trás do mito. Com suas músicas contagiantes e refrões inegavelmente divertidos, Green Velvet vem, desde 1993, emplacando hits como La La Land, Preacher Man, The Stalker e Answering Machine. É sem dúvida, um dos maiores DJs de techno do mundo. O americano Green Velvet já esteve no Brasil várias vezes com apresentações memoráveis em 99 na U-Turn, no Skol Beats com seu projeto ao vivo com a banda The Rejects e no Skol Beats de 2003. Sua ultima apresentação foi no ano de 2005. Apaixonado pelo público brasileiro, por ser um povo “explosivo”, Velvet imprimiu sua marca na house music com seus recursos percussivos e sua singular contribuição vocal às composições. Seu som agrada vários clãs por misturar o house de Chicago com o techno e o break beat atuais que costuma fazer qualquer pista delirar.

Saiba mais:

Site oficial
www.green-velvet.com
Myspace
www.myspace.com/greenvelvet

veja o video completo: www.dancetrippin.tv

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domingo, 11 de julho de 2010

Donas do seu nariz, ex-raves de psy riram por último

Desde meus tempos de faculdade que sou fã assumido dos textos do jornalista Camilo Rocha, o lado DJ deste jornalista ainda não tive a oportunidade de ouvir (ainda). Para quem não conhece nenhum desses lados do Camilo pode acessar o blog Bate Estaca e conferir um pouco do trabalho de jornalista o lado DJ pode ser conhecido através do myspace.

Em seus ultimos textos publicados no Bate Estaca, Camilo comenta um pouco sobre a “nova geração” das festas eletrônicas e as tendências dela se converterem em festivais onde se misturam vários tipos de música.

Leia abaixo o artigo: Donas do seu nariz, ex-raves de psy riram por último.

A Tribaltech (foto), festão eletrônico open air, anunciou essa semana a cantora Céu no lineup. A cantora paulistana se junta a nomes como Marcelo D2, Lovefoxxx e Stop Play Moon no elenco do evento que rola no dia 21 de agosto.

Marque esta tendência: cada vez mais, as festas que nasceram como raves de psy vão se convertendo em festivais onde valem vários tipos de música. A XXXPerience de 13 anos, realizada no final do ano passado, se promoveu como um festival. A música ainda era 100% música eletrônica, mas havia muito mais vertentes do que a tradicional dobradinha psy acelerado/low BPM.

APRENDENDO E ENSINANDO

Organizações como, por exemplo, No Limits (parceira dos eventos XXXPerience, Tribaltech e Chemical Music), It’s Magic (Tribe) e Universo Paralello adquiriram ao longo dos anos know-how suficiente em logística e direção artística para ambicionar fazer eventos cada vez maiores.

Ainda têm muito que aprender, pois ainda rolam muitas falhas organizacionais em alguns eventos. Facilidade de estacionamento, organização do trânsito e mais capricho e criatividade na decoração são algumas coisas que podem melhorar.

Mas também têm muito o que ensinar, eu diria até de maneira humilhante, a outras cenas que viraram refém do grande patrocinador. Os novos festivais, ex-raves de trance, nunca dependeram de mega-marcas injetando dinheiro para acontecer. Isso sim é que é ser independente. Também nunca levaram um centavo do governo, que é o que sustenta muito da chamada cena “independente” do rock.

Cresceram organicamente, com força própria. Enquanto outras cenas musicais riam deles e patrocinadores torciam o nariz (não queriam sujar sua marca com a lama da rave…), as festas de psy-trance foram fazendo cada vez mais conta de milhar (no público) e de centena de milhar (no faturamento).

Já numa cena onde os festivais estão atrelados ao super-patrô, se o departamento da marketing da empresa X decidir que a prioridade esse ano é outra, tchau Motomix, Tim Festival, Skol Beats ou Nokia Trends.

NOMES PRÓPRIOS

A independência fica evidente também no nome. Festas como Tribe, XXXPerience, Universo Paralello, Tribaltech, Kaballah e Chemical Music têm orgulhosos nomes próprios, que não são apêndices de uma marca. Nesse sentido, as ex-raves se igualam a eventos europeus como Sonar, Glastonbury, Reading e Melt. O nome do evento é mais forte que o do marca.

Se ainda levarmos em conta que raves e afins passaram anos tomando cacetada (e ainda tomam) da mídia sensacionalista, de prefeitos e vereadores moralistas, juízes, autoridades policiais e outros agentes da lei e da ordem, sua sobrevivência e crescimento parecem ainda mais fenomenais. Coisa digna de aplauso mesmo.

SWU

Como que para coroar esse novo status quo, o festival SWU, talvez o maior de todos os tempos no Brasil, vai ser realizado na Fazenda Maeda, tradicional palco de festas eletrônicas, de incontáveis XXXPeriences e Tribes.

O SWU está propondo algo diferente para o público pop-rock brasileiro, mas muito comum para o frequentador de festival americano ou europeu: acampar por três dias no local do show, esquecendo um pouco do conforto urbanóide em nome da comunhão musical.

Coisa que o povo do trance já faz aqui no Brasil há muito tempo.

Camilo Rocha – Bate estaca

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terça-feira, 29 de junho de 2010

Boom in Motion – Um pouco do Boom Festival 2010

Sonho da maioria dos amantes (se não de todos) da cultura eletrônica, a edição de 2010 do Boom Festival está chegando. Para matar um pouco da curiosidade dos “sortudos” que estarão em terras portuguesas durante o mês de agosto e para atiçar a vontade daqueles que ainda sonham a organização divulgou um video mostrando um o novo lugar e um pouco dos projetos que tornam o Boom um festival auto sustentável.

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sábado, 26 de junho de 2010

Cycles vício aos 17:16

Sabe aqueles SETs que você baixa e/ou recebe através do MSN, depois joga no iPod no meio de tantas outras tracks e que quando ele começa a tocar você rapidamente olha para o player para ver o artista e sente vontade de levantar e sair pulando? É exatamente essas sensações que tive quando Cycles, da Ary aka Mallory Knox, começou a tocar essa semana no meu.

Ouvi pela primeira vez o som da Ary no Magic Paradise Festival, enquanto o DARK confundia a mente da maioria na pista principal, a DJane, com seus dreads, mostrava o lado “alternativo” do festival com um SET minimalistico.

Cycles é um SET de pouco mais de meia hora e que nos deixa com aquela vontade de “quero mais”. Vale a pena baixar e colocar para tocar enquanto vai para o trabalho, balada, faculdade, colégio, academia ou até mesmo naquele almoço de domingo na casa da vó.

Destaque para o vocal de “Xenia Beliayeva – Momentan” que entra próximo aos 17:16.

Download

Saiba mais:

Personalidade forte e ousada, características que fazem parte dos seus sets marcantes, com fortes tendências minimalistas e sensuais melodias. Sua dedicação reflete os bons resultados que vem colecionando. Atualmente faz parte do casting de artistas da Numark, ao lado de grandes nomes como Birdy Nam e Pascal FEOS, representando oficialmente a renomada marca no Brasil.

Aryela Carvalho aka Mallory Knox é formada pelo Instituto de Música eletrônica DUB MUSIC, escola de Djs de grande destaque em São Paulo, e pela Universidade Anhembi Morumbi aonde se especializou e concluiu o curso de produção de Música eletrônica.

Em sua bagagem trás lembranças de vários lugares aonde teve a oportunidade de se apresentar como Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais... Destacando-se entre grandes festas e festivais.

Em 2008 se apresentou no Stand da Pionner na renomada Feira Internacional de Música EXPOMUSIC e em 2009 participou da produção e apresentação da atrevida performance da estilista sul-africana Sakina M'Sa no prédio da Bienal do Parque Ibirapuera no também renomado evento de moda São Paulo Fashion Week.

Atualmente trabalha em parceria com a NUMARK, realizando seminários e workshops pelo Brasil, sempre direcionados à indústria da música eletrônica.

Conheça seu outro projeto: MALICE, uma mistura excelente de diversos gêneros musicais, em parceria com 4 amigos, que começou em 2009 como um trabalho de conclusão de curso da sua faculdade.

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terça-feira, 22 de junho de 2010

Próxima edição do Festival Respect se inspira no ano internacional da biodiversidade

Em sincronia ao Ano Internacional da Biodiversidade declarado pela ONU (link), a fim de estipular metas e usar indicadores mais mensuráveis para reduzir a taxa de perda de espécies que vem crescendo exponencialmente, o festival RESPECT acontece no dia 14 de agosto de 2010.

Mas o que uma coisa tem a ver com a outra?
Conhecido como um festival que promove o Encontro Multicultural e Ecológico e espelhado nos festivais-referência de Arte e Cultura Alternativa do Planeta, o núcleo organizador intitulado ECO-RESPECT segue fiel sua posição de movimento cultural para propor a mudança de comportamento através da arte educação. Unindo conscientização ao entretenimento, o festival faz jus ao nome e dissemina em toda edição, formas criativas e conscientes de transmitir mensagens que ampliem a consciência ecológica através da música eletrônica.

Toda a comunicação artística do festival é elaborada com materiais reaproveitados que não agridem o meio ambiente. As suas famosas intervenções têm também um papel importante na interação do público com a proposta do evento. Ativar a conexão consigo mesmo também faz parte de todo o processo. Só indo para saber.

Nesta próxima edição que acontece em Itú, nomes fortes da cena mundial e nacional do trance se apresentam no mainstage, assim como as portas se abrem também para vertentes do techno progressivo.

O agradável chill out toma mais espaço dessa vez com grandes surpresas do reggae e dub para unir o público alternativo num mesmo evento. Aguardem, em breve detalhes de cada novidade!

Serviço:
Respect 2010
Data:
14/08/2010
Horário: 22h00
Local: Vale das Brisas - Itú-SP
Cidade: São Paulo-SP

Programação:
22hs ABERTURA CAMPING & ESPAÇO GAIA
23hs INÍCIO ALTERNATIVA & CHILL OUT + DANCE FLOOR

Por: Telma Braga - Miki Malka

Saiba mais:
Respect traz novamente a essência da cultura eletrônica

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quinta-feira, 17 de junho de 2010

Magnetronic (review)

Namorados, solteiros, casados, enrolados, porém todos amantes da música eletrônica se reuniram no último dia 12 de junho na Magnetronic para acompanhar o renascimento da cena em Santa Catarina. O local escolhido para essa celebração foi o Life Club que ganhou ares de festival graças às mãos do catarinense Belém, do Sound System, das apresentações do circoloko e ao line up escolhido a dedo pelos organizadores.

A decoração foi o grande destaque da Magnetronic, com muitos panos e luz negra, Belém o modificou totalmente o visual do clube catarinense, o público de pouco mais de duas mil pessoas já era surpreendida com essa arte – que ultimamente está se tornando cada vez mais rara nas festas – logo na entrada. Um tecido na forma de “escamas” dava a sensação de que éramos envolvidos pelo mesmo e como se estivéssemos passando por dentro de um túnel até chegar ao solo sagrado – a pista de dança.

Enquanto o trio do The First Stone – formado por Gustavo Manfroni (Burn in Noise), Swarup e DJ Zumbi – tocava suas tracks o pessoal do circoloko se apresentava no centro da pista com suas fantasias e seus malabares de neon e fogo o que com certeza, fez muitas mentes entrarem no disco voador formado pela união da decoração e luzes e ficassem fora de órbita por alguns momentos.

Para os admiradores de Sound System fortes, os 40 mil watts rms instalados na pista foram suficientes para sentir o corpo tremer com os graves e respirar fundo nos agudos. As caixas colocadas nas laterais agradaram aqueles que detestam ficar grudados na frente do palco, em toda a extensão da pista tinha-se um som limpo, lembrando um pouco “turbo sound” implantado em algumas edições da Tribe. Durante toda a festa e mesmo após o término era impossível não ouvir elogios sobre o som implantando na Magnetronic.

A festa foi dividida em duas partes, a primeira contou com Swarup, Burn in Noise e The First Stone como os headliners, Xpiral e também com o ‘locais’ Cassiano Cruz, Overclock, Anjinho e Bresciani. O full on groove era a preferência dos DJs na hora de tirar o CD de suas cases ou no live com seus MACs ou PCs. A noite acelerada foi dando lugar a luz do dia e ao low BPM e assim iniciava-se o “after party” com destaque para o b2b entre Alex Full e Tomaz que contagiaram os “sobreviventes” com tracks que iam de Felguk a Neelix.

Criada em 2003 pelos DJs Bresciani e Gallo com a intenção de realizar encontros mágicos com arte e música, a Magnetronic ainda mantém a essência da cultura eletrônica. Cultura essa que foi se perdendo em Santa Catarina com o passar dos anos devido ao preconceito por parte de algumas autoridades que chegaram a proibir as festas dentro do Estado e também por pessoas que enxergam as festas apenas como uma maneira de ganhar dinheiro.

veja mais fotos.

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domingo, 6 de junho de 2010

Mixtape: as origens do trance

Por: Jade Augusto Cola - Rraurl

Portal convida Dave Mothersole para set com raridades das festas em Goa (Índia) nos anos 80; DJ inglês também contou relato da versatilidade dos sons (e das trips) que rolavam por lá

O portal britânico de música eletrônica Bleep.43 publicou no mês de abril um material especial interessantíssimo sobre as origens da psicodelia na música eletrônica e a gênesa da própria música trance.

Trata-se de uma mixtape de 2 horas sobre os sons dos anos 80 que, nas festas open-air de Goa (Índia), ajudaram a fundamentar o hippismo (psy)trance e fundamentaram as raves como as conhecemos hoje. Selecionado e mixado por Dave Mothersale, inglês de destaque na cena tech-house, a mixtape veio acompanhada do relato pessoal de Mothersale (em inglês) sobre suas experiências em duas temporadas de verão na cidade indiana a partir de 1986.

Tanto a mixtape quanto o relato do DJ são interessantes para observar como a dance music dos anos 80 foi a fonte da progressão trance e das viagens psicodélicas que geraram o lado mais xamânico da dance music. New wave, italo, EBM, synth pop, goth, electro, new beat e o dueto house/techno eram pontos de partida para DJs pioneiros como Laurent e Gil para criarem infindáveis horas de música hipnótica, que casavam perfeitamente com a brisa quente e úmida do Oceano Índico.

"Remover os vocais era algo muito importante, já que eles eram uma distração na piração de quem dançava", conta Mothersole, apontando como os edits e as mixagens em fitas K7 e DAT eram o substrato sonoro dos DJs - o calor intenso vetava o uso de vinis, que derretiam. Goa Gil, na ativa até hoje, ainda faz questão de tocar seus intermináveis sets em DAT (saiba mais).


Old Rare Goa Party 2/3 (acredita-se ser este vídeo o único relato na web de Laurent tocando em uma festa de Goa)

O relato de Mothersole é amplo e bem escrito, e não faltam história sobre turistas europeus que mudaram suas vidas para sempre em viagens de ácido líquido e o assombro com aquele tipo de música que surgia ali - um dos personagens seria o tal Dr. Bobby, organizador das festas por lá e que é o pai de Tiga (ele falou sobre Goa ao rraurl em 2009).

A origem de Goa como reduto de freaks remete aos anos 70, em que shows improvisados de rock psicodélico aconteciam em suas praias. Com a fusão perfeita entre sons non-stop e viajandões, a própria cultura psicodélica teve, com a dance music nos anos 80, um desdobramento tão hippie quanto suas próprias origens dos anos 60. A verve mítica indiana, o LSD e a natureza local só contribuiram para a evolução desta cultura e desta música.

TRACKLIST
Podcast 165 - The Roots of Trance
DAVE MOTHERSOLE - BLEEP43.COM

link MP3 original

Trecho: "Muitos dos maiores hits de Goa durante os anos 80 eram re-editados à exaustão, geralmente estirpados vocais indesejados, mas também com as partes rítmicas ganhando extensão. Os re-edits de Laurent para "Living on the Ceiling" (Blancmange), "Hurts" (Boytronic) e "Sex Dwarf" (Soft Cell) são exemplos legendários. Remover os vocais era algo muito importante, já que eles eram uma distração na piração de quem dançava. No entanto, isso dependia do tipo de vocal. Tudo que soava muito pop estava fora, mas cantos mais abstratos eram apreciados, especialmente se tocados em um estilo de voz 'new wave'. Então nomes como Depeche Mode, Psyche e Front 242 eram tocados frequentemente com os vocais intactos, enquanto Den Harrow, por exemplo, não era." (texto original)

01) Syntech - "Discontented" (Hotsound)
02) Nux Nemo - "Hiroshima" (Clip)
03) Neon - "Voices" (Target)
04) Public Relations - "Public Relations" (Another Side)
05) Poesie Noire - "Timber - Instrumental" (Antler)
06) Koto - "Jabdah - Long Version" (Memory)
07) Laser Dance - "Humanoid Invasion" (Hotsound)
08) D'Bop - "Dirty Harry - Instrumental" (Subway)
09) Zwischenfall - "Flucht" (Les Disques Du Crepuscule)
10) Mark Shreeve - "Legion - Razor Mix" (Jive)
11) Bappi Lahiri - "Habiba" (Hi-Hat)
12) Alien Sex Fiend - "The Impossible Mission" (Plagiarism)
13) Laser Cowboys - "Radioactivity - From The Ucraine" (ItaloHeat)
14) Boytronic - "Communicate" (Metronome)
15) Psyche - "Unveiling The Secret - The Razormaid Mix" (New Rose)
16) Chris & Cosey - "Exotika - Remix" (Play It Again Sam)
17) DAF - "Program It - Instrumental" (Dean)
18) New Order - "True Dub" (Factory)
19) 4You - "Dragon Beats" (Durium)
20) Cabaret Voltaire - "Don't Argue - Francois Kevorkian & Micheal Hutchinson Mix" (Manhatan)
21) New Design - "Some Like It Hot" (MG)
22) Sandy Marton - "White Storm In The Jungle" (Ibiza)
23) Jean-Michel Jarre - "Zoolookologie" (Polydor)

FONTE: http://rraurl.com

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quarta-feira, 26 de maio de 2010

Respect traz novamente a essência da cultura eletrônica

Paixão a primeira “ida”, é exatamente esse o sentimento que tenho com a paulista Respect. Já havia lido e escutado comentário sobre a festa, mas fui pela primeira vez na edição de Março/10 (veja as fotos) e realmente tudo o que me disseram da festa é real. O núcleo conseguiu trazer novamente a essencia da cultura e da música eletrônica, mostrou que é possível realizar uma festa de qualidade com um line 100% nacional e outros detalhes que só estando presente em uma edição para sentir.

A próxima edição já está marcada \o/, será no dia 14.08 – que presente de aniversário (15) - para quem nunca foi em uma Respect fica o convite. Para quem já foi não é necessário esse convite pois já sabe muito bem o que representa essa festa. O line up desta edição já foi divulgado, veja abaixo, meus destaques ficam por conta de Onion Brain (Prog Dark que conheci no UP#10), Man 2 Deep, Zaghini, 2012, Xibalba, Caramaschi, Odisseo… ahhhh vale a pena abrir e fechar a festa.

 

 

   

DANCE FLOOR
23:00     Onion Brain – Live (myspace.com/onionbrain)
00:00     Sutemi vs Boteon (myspace.com/sutemidj / myspace.com/antimateria)
01:30     Ikpeng (Mind Tweakers Rec/ 2to6 Rec) - Live (myspace.com/ikpeng)
02:30     Killer Buds - Live (myspace.com/killerbudsmusic)
03:30     Nitrous (myspace.com/djnitrouss)
04:30     Drex vs Eder Fm (myspace.com/djdr3x / myspace.com/djederfm)
05:30     Simulation – Live (myspace.com/simulationpsytrance)
06:30     Modi vs Wev (myspace.com/djmodibr)
07:30     Space Tribe – Live (myspace.com/spacetribemusic)
09:00     Man 2 Deep – Live (myspace.com/men2deep)
10:00     Zaghini (myspace.com/zaghinidj)
11:00     2012 – Live (myspace.com/2012live)
12:00     Pragmatix – Live (myspace.com/pragmatixmusic)
13:00     Xibalba - Live (myspace.com/00hamelin00)
14:00     Caramaschi – (myspace.com/caramaschi)
15:00     Odiseo – Live (myspace.com/djodiseo)
16:00     Pakman – Live (myspace.com/pakmanlive)
17:00     Dre (myspace.com/andreguazzelli)
18:00     Fabio Leal vs Edu Lima (myspace.com/fabioleal)

ALTERNATIVA & CHILL OUT
23:00   Felipe Soares (myspace.com/djfelipesoares)
00:30   Angelo Fracalanza - Live (myspace.com/djangelof)
01:30   13Th Floor  (myspace.com/13thfloorakadjteko)
02:30   Gustavo Condé vs Biel (myspace.com/djgustavoconde / myspace.com/trancebiel)
04:00   Alex S (myspace/alexspgroove)
05:00   Kitty (myspace.com/djkitty007)
06:00   Hamelin (myspace.com/00hamelin00)
07:00   Rosa Ventura (myspace.com/djrosaventura)
08:00   Rica Amaral (myspace.com/djricaamaral)
09:00   Grooverdose - Live (myspace.com/grooverdose1)
10:00   Eder Fm & Jimmy Luv - Live Sound System (myspace.com/djederfm / myspace.com/jimmyluv7)
11:00   Tonny Tchang (myspace.com/tonnychang)
12:00   Planta e  Raiz - Banda (myspace.com/plantaeraiz)
13:00   Buguinha Dub (Nação Zumbi) - Live (myspace.com/buguinhadub)
14:30   Pedra Branca - Banda (myspace.com/pedrabranca)
15:30   Sallun (myspace.com/lucianosallun)
16:30   Akilez (myspace.com/samplervagabundo)
17:30   Ricardinho vs Murilo Ganesh (myspace.com/muriloganesh)

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quarta-feira, 19 de maio de 2010

O último que sair, desligue o som

Após quase sete anos, conhecendo pessoas, cidades e aprendendo um pouco mais sobre o mundo eletrônico chegou a hora de “abandonar o barco”. Talvez esteja ficando velho para continuar freqüentando as festas, muito seletivo ou talvez, como diz minha mãe, criando juízo – prefiro acreditar que seja a última opção –.

Já faz alguns meses que perdi a vontade de registrar as festas conhecidas como comerciais. Comecei a freqüentá-las em 2004 e me apaixonei pela cultura que envolvia esse tipo de evento, a paixão foi tão grande que até meu Trabalho de Conclusão de Curso teve como tema principal a cena eletrônica. Durantes esses anos pude assistir projetos como Skazi, Infected írem de ídolos à “chacotas”; presenciei o surgimento de tendas alternativas em um ambiente dominado pelo Full On; ouvi a imprensa divulgar notícias preconceituosas sobre o cenário e acompanhei o “boom” das raves.

Para mim esse ‘crescimento’ teve suas vantagens para o cenário como o surgimento de núcleos sérios e com isso abrindo uma concorrência em busca de se organizar “a melhor festa”, porém surgiram também núcleos formados por pessoas que vêem as festas apenas como uma possibilidade de ganhar dinheiro fácil. Esse boom também foi o responsável pela inclusão de pessoas que viram as raves apenas como um local ‘livre’ para o consumo de drogas, alguns inclusive se vangloriam em redes sociais por terem tomado ‘x’ doces e ‘y’ balas em uma só festa.

 

Atualmente as festas são realizadas em lugares diferentes, possuem diversos nomes, mas as fotos são sempre ‘iguais’. Se colocar minhas ultimas fotos lado a lado, sem alguma identificação de data, cidade ou festa eu mesmo não consigo dizer de qual evento é. As raves tornaram-se um lugar ideal para exibir aquela cueca da Calvin Klein, aqueles mililitros de silicone, o resultado de horas de academia e alguns segundos de aplicação de bomba, aquela fantasia do carnaval passado ou até mesmo aqueles passinhos ensaiados (rebolation, sensualiza). Posso dizer que hoje as festas foram tomadas por uma geração de jovens de muito dinheiro, pouca ideologia e nenhuma consciência.


Hoje em dia não temos mais o argumento de que as raves reúnem milhares de pessoas e não existem brigas, furtos ou coisas do gênero. As pessoas não se importam mais com as outras, antes se alguma pessoa estava sentada no chão era comum alguém parar e perguntar se estava tudo bem ou se queria alguma coisa, agora quando se senta no chão tem que tomar cuidado para não ser pisoteado.

Continuarei freqüentando algumas festas como a Tribal Tech que, na minha opinião, deu um passo importantíssimo, no ano passado quando incluiu um pouco mais de cultura em seus eventos; a Respect que atualmente considero uma das melhores festas, pela organização, line up e principalmente pela magia que ela passa para seu público. Não posso deixar de mencionar os festivais, sejam de três ou sete dias, sejam em São Paulo, Bahia ou Portugal, mas que só quem já esteve em um para entender o que se sente lá dentro.

Gostaria de agradecer a todas as pessoas que conheci durante esses anos – não vou citar nomes, pois com certeza esquecerei alguns – aos núcleos No Limits, Kaballah, T2 por todo o apoio concedido e lógico não poderia de esquecer um vai tomar no ## para todos os “pseudotrancers” que conseguiram fo#d## de vez com essa magia que envolve o cenário.

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segunda-feira, 26 de abril de 2010

Religião: solução ou desculpa

Até que ponto a religião pode servir de pretexto de perseguição e/ou preconceito? Há anos vemos Palestinos e israelenses guerreando por uma "Terra Santa"; atentados são feitos em nome de Deus, Alá... Pessoas, Estados e instituições utilizam o nome de sua fé apenas para seu próprio benefício, acusam outras culturas - sem muitas vezes a conhecerem - e quando são criticadas se dizem vítimas de perseguição religiosa.

No ultimo domingo a Rede Record exibiu em seu programa Domingo Espetacular a matéria "Preconceito religioso nas páginas de O Globo" (veja abaixo). Na qual acusava duramente o jornal carioca por matérias vinculadas sobre o "Dia D". O evento, organizado pela Igreja Universal no dia 21 de abril na cidade do Rio de Janeiro reuniu mais de um milhão de pessoas e causou um verdadeiro caos em grande parte da cidade maravilhosa.

Ônibus tomaram conta das ruas, impedindo que moradores saíssem ou chegassem em suas casas, além do trânsito o evento deixou uma enorme quantidade de lixo nas areias das praias. A organização do evento se defende dizendo que a prefeitura sabia do tamanho do evento, a prefeitura por sua vez afirma que foi anunciado um público de 100 mil pessoas. O que o jornal fez foi mostrar esse caos em suas páginas, a emissora presidida pelo bispo Edir Macedo (dono também da Igreja Universal) se sentiu ofendida e perseguida com algumas palavras e fotos utilizadas nas matérias.

Enquanto assistia a matéria me lembrava de quantas reportagens essa mesma emissora exibiu sobre as festas raves, quantas pessoas elas acusaram de serem usuários de drogas e outras tantas se sentiram vítimas de preconceito apenas por amarem as batidas eletrônicas e sua cultura. Mas quando não se possue uma "religião" para se apoiar fica difícil de se defender.

Será que o Sr. Edir Macedo e outros lideres da emissora pensaram no termo preconceito quando autorizaram a veiculação da reportagem abaixo?

Imagens de adolescentes usando drogas em raves impressionam
Repórter Record publicado em 10/11/2009
Os jovens vão às festas raves para usar drogas. As imagens dos adolescentes tendo alucionações, causadas pelas drogas impressionam.


Há tempos a cultura eletrônica é vitima de perseguição por parte dos "imparciais" jornalistas da emissora paulista. Quem não se lembra da matéria exibida em 2005 na qual apenas um off e cenas pejorativas ilustravam a matéria. Nenhum dos organizadores ou freqüentador foi ouvido (engraçado que essa foi um outro ponto levantado pela record contra o Globo), simplesmente transformaram todas as pessoas em drogados e exibiram a matéria em seu horário nobre

Quando se está "amparado" por uma religião fica fácil de organizar mega eventos, se defender de acusações ou até mesmo enriquecer. Afinal qual político, juiz ou delegado seria capaz de desafiar, correr o risco de perder milhões de votos na próxima eleição, ser chamado de ateu e ser acusado de preconceito religioso. Agora embargar festas de música com batidas repetitivas é fácil, afinal todos os presentes são drogados, a sociedade com certeza irá aprovar.

Será que um dia esses “lideres” religiosos sentirão vergonha na cara e vão parar de usar a religião como desculpa pelas suas atitudes erradas? Como minha mãe diz “o macaco nunca olha o próprio rabo”.

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sábado, 24 de abril de 2010

(vale a pena ouvir) Zaghini

Alexandre Zaghini, A.K.A "ZAGHINI". Brasileiro, 29 anos, teve seu primeiro contato com a música eletrônica frequentando festas e festivais do gênero. Apos grande estudo sobre a E.Music começou sua carreira como DJ. Possui uma grande técnica em suas mixagens mantendo uma atmosfera envolvente, entre a cabine e a pista. Seus sets vão do Groove ao Full on Night, com musicas de projetos do Brasil, Africa do Sul, Europa e America Latina, sempre com muito Groove (caracteristica de seus sets).

Nos seus sets vocês vão encontrar artistas que fazem parte de suas influências como: " Headroom, Earthiling, Materia, Painkiller, Zen Mechanics, Naked Tourist, Ital, Pragmatix, Fearsome Engine, Burn In Noise, The First Stone, Twenty Eight, "... Já se apresentou ao lado de grandes Djs nacionais e internacionais como: " Burn In Noise, Dickster, Tristan, Rinkadink, AKD, Andromeda, Naked Tourist, Yage, Journey, A M D, Rica Amaral, Ekanta, Gabe."

Entre os principais festivais,festas e clubs que tocou estao: Universo Paralello 10 Anos, Respect (Connect Your Self To The Universe), Respect (Edicao Nacional), Magic Paradise 5 Anos, Soulvision Festival 2009/2010, Limit Open Air, Klatu, Club A, Blast 97 Fm, Ebano, entre outros; E residente e faz parte da producao dos núcleos R.E.S.P.E.C.T e Magic Paradise, festivais de arte e cultura do sudeste brasileiro. No momento esta se dedicando a Produção Musical, onde futuramente começará a produzir suas próprias Tracks, se aprimorando ainda mais.

Mais: www.myspace.com/zaghinidj
Set Respect 09

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terça-feira, 20 de abril de 2010

Mystic Tribe Festival

Quem já teve a oportunidade de freqüentar um festival, sabe de toda a magia que envolve esse evento. Em um festival aprendemos a conviver com outras pessoas, nos desprendemos de problemas pessoais, nos livramos de todos os preconceitos e o principal, aprendemos a nos conhecer.

A primeira vez que experimentei dessa cultura foi durante os sete dias do Universo Paralello #9 e confesso que voltei transformado interiormente de lá. Nesse último final de semana tive a oportunidade de juntar a barraca, a mochila e partir rumo ao estado de São Paulo para o Mystic Tribe Festival.

Após seis horas dentro de uma van, finalmente chegamos, logo na entrada uma réplica do 14 bis já nos dava as boas vindas, porém logo recebo a notícia de que a festa marcada para começar às 22h do dia 18.04 só começaria as 09h do dia seguinte. Para mim até uma boa notícia, pois daria para montar minha “casa” e descansar sem se preocupar com quem estaria perdendo no main floor ou no chill out.

Quando o galo, literalmente, começou a cantar era hora de levantar, tomar aquele banho quente, um café da manhã reforçado, juntar as coisas e partir para o chillas, afinal Ekanta já devia estar tocando. Mas é só sair da barraca que os boatos como “um promotor cassou o alvará do festival”, “o som só vai começar a tarde” começam a surgir. A sensação que se tem é que o se o som não começasse imediatamente o pessoal começaria a se revoltar, ir embora e xingar a organização, mas o que acontece é justamente ao contrário.

Sem som em ambas as pistas algumas se concentram em volta do lago – talvez pensando se os pedalinhos estariam liberados – outros em volta das piscinas, outros ficam observando os coelhos, avestruzes, pavões e outros animais, mas todos aguardam o momento do primeiro grave sair das caixas para correr para as pistas e ser livre.

Se essa ausência de som acontece em uma festa “normal”, mesmo que por alguns minutos, já vemos pessoas atirando latas nos palcos, xingado até a vó do organizador e até pensando em ir embora. Mas em toda a área do festival não se ouviu uma reclamação, ninguém de cara feia, afinal todos estavam lá com um único objetivo: o de esquecer por algumas horas o mundo lá de fora.

Próximo ao meio dia de sábado os BPMs começam a fazer parte da paisagem da fazenda, mas não demora muito para a policia invadir o lugar e mandar parar com o som e mais uma vez o silêncio toma conta das caixas suspensas no main floor. Durante toda a tarde de sábado o som permanece sendo ligado e desligado, brincadeiras como “é a nova CLT dos DJs, horário de lanche” nos fazem rir enquanto aguardamos o próximo DJ voltar da sua “pausa”.

A pista principal é  “fechada” durante a noite, mas nela é possível encontrarmos grupos de amigos reunidos jogando conversa fora, bebendo, fazendo batucada e cantando músicas de Raul a trilhas do “Castelo Ra-tim-bum”. Nas primeiras horas de domingo o som do Chill Out é religado com a promessa de que não será mais desligado até o final da festa e de que as 10h acontecerá o mesmo com o do main floor.

Durante toda a madrugada o Chill Out se transforma na pista principal – para azar das pessoas que resolveram acampar próximo do mesmo (como eu por exemplo) – afinal quem é que consegue dormir com um Dark atravessando o tecido da barraca.

As dez horas em ponto, conforme o prometido o som é ligado na potência máxima na pista principal, Zaghini, Edu, Dickster fizeram com que o público soltasse a energia acumulada. Como não poderia deixar de existir as apresentações culturais estiveram presentes no domingo, interagindo com o público e mostrando que a cultura eletrônica não se restringe apenas a música.

A alegria estava estampada no rosto de todos os que estavam lá, nas pessoas que acreditaram no nome do festival e permaneceram acampadas, mesmo sem música, durante dois dias.

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Comunicado Oficial Mystic Tribe

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Comunicado Oficial Mystic Tribe

Para quebrarmos barreiras, precisamos passar por momentos difíceis. Ter 6 meses de trabalho árduo colocados em cheque em poucos minutos, tentando destruir um sonho, é certamente o momento mais difícil pelo qual passou a Mystic Tribe nesse último evento nos dias 16, 17 e 18 de abril.

Iniciamos nossa jornada com o coração à frente de tudo. E foi sempre assim que mantivemos nossa postura. Nos propusemos a fazer algo que não pôde acontecer em sua totalidade, mas resolvemos ir adiante para oferecer tudo o que ainda fosse possível a nosso público. Mas ainda precisamos de mais tempo para compreender tudo o que aconteceu neste final de semana.

Portanto vamos tentar colocar isso por partes.

Em primeiro lugar a Mystic Tribe gostaria de agradecer a todo o público, que desde o início prestigiou e, em sua grande maioria, abraçou a causa da festa, nos deu as mãos e compartilhou conosco esse momento de dificuldade, tentando ao máximo relaxar e esperar a festa acontecer.

Posto isso, cabem algumas explicações e alguns fatos que devem ser de conhecimento de todos, afinal de contas sempre tivemos esse compromisso com o público, dizendo que a festa não é nossa, mas sim de todos que nela estão presentes.

E foi o público que, juntamente conosco, foi guerreiro para fazer tudo acontecer.

Tínhamos toda a documentação necessária para a realização da festa em mãos. Na noite de sexta-feira recebemos uma notificação na portaria dizendo que a mesma estava embargada pois não havia apresentado a documentação necessária para a realização do evento. Com a documentação toda nas mãos, não foi difícil convencer os policiais e a nós mesmos que bastava uma assinatura de outro juiz que a festa aconteceria normalmente. E poderia ser iniciada a qualquer momento.

Por esse motivo, a entrada e o acesso ao local foi liberado. Tudo funcionava na festa, exceto pelo som. Bar, cinema, camping, estruturalmente a festa estava pronta para receber todos confortavelmente.

Com o fechamento da festa, nosso departamento jurídico entrou em ação e no sábado, quando a pista foi ligada, a situação parecia estar prestes a se resolver, mas ainda assim a autorização não saía. Motivo pelo qual o som foi parado no sábado a tarde, e um dos organizadores foi pela segunda vez conduzido à delegacia, enquanto outro sócio ainda tentava resolver a situação no Fórum de São Paulo.
Fomos informados que poderíamos deixar o som do chill out como se fosse um som do próprio hotel, o que nos daria a possibilidade de continuar a festa lá embaixo no sábado. E foi o que fizemos, com metade da noite guiada pela Royal Soul Records e a outra metade com os artistas de dark psychedelic que deveriam se apresentar no mainfloor.

No domingo de manhã a situação foi resolvida e pudemos ligar novamente a pista, reabrir a portaria e fazer a festa acontecer. Claro que nada saiu como o planejado. Nunca seríamos irresponsáveis de construir uma festa daquele tamanho sem ter o suporte legal por trás dela.

Certamente o fato de a festa ter sido embargada prejudicou todo o seu restante, pois não conseguimos focar no controle de outras áreas também importantes. Tudo o que queríamos naquele momento era que a festa começasse, e aí podem ter ocorrido algumas falhas. Falhas que assumimos, nos desculpamos e pedimos a compreensão de todos, pois o que mais importava ali era não deixar a policia fechar a festa e mandar todos embora do local, o que seria desastroso para todos nós.

A revista realmente foi bem intensa. Pedimos desculpas pela grande fila na sexta-feira. Isso aconteceu porque no início a polícia não deixava as pessoas entrarem. Na próxima festa iremos nos organizar melhor, separando mais portas para as revistas. Tinhamos uma previsão de público de 2000 pessoas pelas vendas de ingressos, e esperávamos que todos iam se dividir na chegada. Mas muita gente chegou junto e estávamos com o foco na liberação da festa. Em um certo momento realocamos mais uma equipe para lá e tudo fluiu melhor e a entrada se normalizou.

Sobre os artistas que não se apresentaram: Kindzadza, Symphonix / True Lies e Atmos tiveram seus vôos cancelados pela Iberia e Lufthansa por problemas climáticos causados pelo vulcão na Islândia. Stereographic e Ekanta tiveram problemas com os seus vôos , sabendo da festa embargada os dois não vieram. Circuit Breakers – infelizmente por não ter a certeza da festa continuar ou não o artista não voltou de Vitória para se apresentar.

A Mystic Tribe em sua próxima festa trará Kindzadza, Atmos, Stereographic e Ekanta. O que era para acontecer ainda vai acontecer!

Mais uma vez gostaríamos de agradecer a todos os que se envolveram em nossa história.
Nossos sinceros pedidos de desculpas se fizemos algum mal para alguém. Nossa intenção era justamente a contrária e podem esperar que todos serão recompensados.

Fonte: Comunidade Oficial (orkut)

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quinta-feira, 15 de abril de 2010

Universo Paralello só em 2011, porém vem aí o 303art Festival

A organização do Universo Paralello estreiou o novo site com uma notícia que já era do conhecimento de alguns: UP#11 será apenas em 2011/2012. Porém para que os apaixonados pelo maior festival de música e cultura alternativa do país não tenham que passar a virada vendo o tio estourar o champanhe tentando acertar a lampada, teremos um festival “menor”: o 303art Festival

Leia abaixo o comunicado extraído do site oficial.

Comemorar a chegada de mais um novo ano em paz, com muita arte e cercados de belezas naturais, amparados pela união e força de uma brava gente, com real espírito e consciência psicodélica, conferiu a 10ª edição do Universo Paralello o sentimento de alegria e missão cumprida. Feliz 2010 e sinceros agradecimentos a todos que contribuíram para a realização do festival: público, artistas, funcionários e a comunidade local.

2011/2012
A nave Universo Paralello já começa a se preparar para mais uma nova aventura no psicodélico e deslumbrante trópico baiano, decolando de todos os lugares do mundo para o desembarque em suas florestas e praias paradisíacas.Como nas edições anteriores, a tribo paralella de viajantes da paz terá o próximo UP 11, mais novidades, mais atrações e, principalmente, mais cuidados especiais com os imprevistos que tomaram de surpresa a última edição, #10ª. Não seremos mais tão complacentes e confiantes com os desígnios da sorte, do tempo e até da ação de alguns vândalos*. Apesar da pior estiagem verificada no litoral nordeste nos últimos 30 anos, conseguimos superar os imprevistos de última hora e conduzir com profissionalismo e segurança o evento até o último dia.

No balanço entre altos e baixos seguiremos como sempre foi, com olhar otimista e fé de que uma vida paralella à batida frenética do mundo moderno realmente possa existir: sem guerras, sem pressa e com mais belezas. Nos valemos também dos números de serviços prestados: mais de 500 shows e apresentações, 1.200 artistas, alimentação e bar funcionado ininterruptamente, novamente posto médico altamente equipado e segurança ainda mais eficaz, ambos sem nenhuma ocorrência grave, durante os 8 dias de festival.

O festival tomou dimensões que nos fizeram refletir e entender que é preciso mais do que um ano para a elaboração desse grande encontro, por isso a partir de agora o UP é bienal. Sendo assim nos vemos em um novo paraíso na virada de 2011 para 2012: o reveillon da nova era.

O próximo Universo Paralello, com novas e emocionantes surpresas, já entra em seu novo calendário trazendo a manifestação de apoio, celebração e presença de varias pessoas espalhadas ao redor do mundo. Estamos prontos para realizá-la, com mais ênfase nos acertos, com muitas novidades e cuidados redobrados com os imprevistos. Grandes serão as novidades em 2011/12. Prepare-se para decolar no maior UP de todos os tempos.

UP Crew!

303
Entre as grandes novidades da UP Crew para os amantes da cena psicodélica no Brasil e no mundo, está o 303art Festival, a união entre os núcleos Vagalume Records (UP Crew) e EcoArt (after oficial do UP) na produção de um novo festival de fim de ano, com dimensões menores e não menos consistente, em uma das mais belas praias do Sul da Bahia. Grandes nomes da cena eletrônica, atrações e encontros especiais irao garantir uma energia tao forte e inspiradora. Prepare-se já, neste final de ano de 2010/11 para o primeiro 303art Festival. Um momento inesquecível, com a assinatura UNIVERSO PARALELLO.

*PS: Foi constatado a ação de vândalos através da destruição de 150 m de dutos de água , já no inicio da festa, gerando a perda de mais de 500.000 litros de água potável. Os dutos garantiriam a distribuição dessa água, armazenada ao longo dos 30 dias anteriores de um rio a 5 km de distancia, era mais que suficiente para abastecer e atender a todos até o ultimo momento. Fatos como este nao irão se repetir.

A equipe do UP#10 trabalha junto há 6 anos e justo por conta dessa união e crença no projeto que conseguimos reverter o clima desagradável dos primeiros dias. Obrigado pela energia de cada um.
Enjoy!

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sábado, 3 de abril de 2010

(entrevista) Ital

Conheci o chileno Daniel “Ital” na Odissey, uma PVT do interior catarinense. Foi quando percebi que os “full ons” que tocavam em festas consideradas comerciais não tinham a mesma magia e pureza de outros projetos.

É incrível a sensação que se tem ao ouvir o som do Daniel, um som cheio de grooves que penetram em nossa alma e nos faz entrar em transe.

“Nas festas comerciais, algumas não tem conceito de passar algo para as pessoas, mas um propósito de só ganhar dinheiro e etc...

TIve a oportunidade de acompanhar o som do Ital por mais duas vezes no Universo Paralello e a cada apresentação uma sensação nova, bem diferente de projetos que há anos insistem em manter o mesmo “live” e não conseguem transmitir emoção em suas apresentações.

Há algumas semanas resolvi fazer uma entrevista com o Daniel sobre sua carreria e música eletrônica. O resultado desse batepapo você confere abaixo.

Nos fale um pouco da sua história com a música antes de conhecer o psytrance. Como surgiu o interesse em fazer m·sica eletrônica?
Bom, desde de pequeno estou envolvido com música. Primeiramente tocando como dj em festas, dos 16 anos até agora!!

Em 2000 foi quando me interessei escutando pela primeira vez, música eletrônica experimental, assim como techno e variantes. Foi logo depois de fazer uma viagem para a Europa. Gostei muito do drum and bass, Brain Dance, comecei a tocar esses estilos por um tempo, logo passei para o techno até conhecer o psytrance.

O seu primeiro projeto foi o "Metatron" qual a diferença do som dele para o Ital de hoje?
Metatron foi o começo de minha carreira como produtor e dj de psytrance. Começou com um amigo meu do Chile (Andres) no ano de 2001, depois de nos conhecermos em uma viagem pelo Equador, onde nos conectamos e sincronizamos para começar o projeto depois do verão, em março do mesmo ano. Nesse ano, nossa influência era totalmente do Goatrance, desenrolando e evolucionando o estilo até criar o meu próprio projeto ITAL. Meu projeto no começo foi bem fullon morning, bem psicodélico, até chega hoje em dia ao Fullon Groove.

Quais as influências no começo da carreira?
Os projetos de goatrance como Transwave, Astral Projection, Xerox & Freeman, Haldolium, Ticon entre outros...

E atualmente quais são essas influências?
Atualmente eu gosto dos projetos Dickster, Burn in Noise, Zen Mechanics, Sonic Species, Tristan, Amd, The first Stone, Aphid Moon , entre outros…

Ital significa pureza e é exatamente isso que você passa para as pessoas que ouvem o seu som, de onde vem essa inspiração para produzi-lo?
A inspiração sempre vem do Universo Infinito que nos dá a vida, da natureza, da Floresta, tudo que nos rodeia e faz que tudo seja... acho que como toda arte, nós só somos pessoas que canalizamos a energia divina para ser reenviada ao universo.

Em meu caso a música que se expande como ondas sonoras de luz para este mundo material em que vivemos e espero que vá para muito longe, por todos os cantos do planeta.

Como explicar o seu som para aqueles que não o conhecem?
Musica ital, música pura, música do grande espírito de luz que nos crê e dá a vida.

Como é a cena eletrônica no Chile? Onde são feitas as festas, o tipo de som que toca, como é o público...
Bom, a música no Chile segue crescendo, a cena cada dia maior com as novas gerações de pessoas que gostam do psy. As festas são geralmente nas montanhas, fazendas e em lugares relativamente perto da cidade de Santiago, a galera não gosta de ir muito longe, mas continua sendo uma cena muito nova, ainda tem um caminho longe para percorrer e crescer.

O melhor de tudo, é que quase todos os Lives e djs tocam um estilo de psytrance mais sério e não comercial.

De projetos chilenos além de Ital, conhecemos também Ovnimoon (do Hector) existe algum outro projeto/produtor que destacaria?
Claro, existem 3 projetos que eu gosto muito e que estamos trabalhando juntos também, todos no estilo do fullon groove:
Moai Act: myspace.com/moaiact
Zlott: myspace.com/zlottmusic
Telepatic: myspace.com/telepaticlive

A música eletrônica mudou muito durante os últimos anos, como o surgimento de várias vertentes e também o “boom” das festas comerciais. Como você vê essas mudanças?
De alguma maneira, essa alteração na cena psicodeliga, estragou um pouco. Nas festas comerciais, algumas não tem conceito, de passar algo para as pessoas, mas um propósito de só ganhar dinheiro e etc...  isso que é foda, e é uma pena porque a essência do psytrance nesse aspecto de ter a conexão com a natureza e nossas raízes, se perdeu um pouco.

Daniel tocando prog, minimal ou até mesmo dark é possÌvel vermos isso um dia?
Acho que nao!!!

Hoje as drogas sintéticas estão relacionadas diretamente com a música eletrônica, como você vê essa ligação entre drogas x música?
Eu acho que a droga não tem nada haver com a música... acho que a música leva uma mensagem para ser escutada e interiorizada pelas pessoas, como um conceito de vida. Entregar essa luz do nosso trabalho, qualquer que seja ele, em nosso dia a dia, para que e cada um deles sejamos melhores pessoas.

De alguns anos para cá estamos vendo os MP3 Player conquistarem cada vez o mercado devido a sua capacidade e principalmente o seu preço. E juntamente com isso, o MP3 vem se difundindo ainda mais na internet. Como você encara isso tudo? Isso atrapalha o trabalho do artista?
Claro que atrapalha e muito, porque as pessoas em vez de apoiar o duro trabalho dos artistas e músicos, todo o tempo e dedicação investida, muitas pessoas caem na pirataria, e no final a música chega de qualquer jeito para as pessoas não sendo valorizado de verdade todo o trabalho que ela leva.

Você já· morou no Brasil, como foi sua passada por aqui? Quais os lugares mais incríveis que conheceu aqui e quais os melhores para se tocar?
Brasil é minha segunda terra, eu gosto demais, acho que algo muito especial. Eu já toquei em quase 14 estados, mas cada lugar tem algo especias e energias muito poderosas. Muitas pessoas legais, amigos e pessoas anciosas de entregar o real espírito psy.

Eu gostei muito das ediçõs do Universo Paralello o qual estive 5 vezes, tocando. A Bahia é a Bahia ! Galera da Ecologic em Vitória, além da Amazonia e todo o Nordeste tem algo familiar. São Paulo tem algumas festas muito boas de conceito, como a Respect e a Mystic Tribe, que continuam divulgando o verdadeiro espírito da música psytrance.

Em relação ao cenário eletrônico mundial como está o Brasil? O que temos que melhorar ou acrescentar e o que temos a ensinar?
Acho que o Brasil está demais!! Eu já toquei em vários lugares da Europa e acho que não tem nada que invejar de lá, no Brasil há gente muito alegre, pacífica e dançante.

Acho que a real cena psicodelica está cada dia crescendo e mais gente curtindo e se conectando com este espírito.

Uma apresentação inesquecível e por quê?
Universo Paralello sem dúvida, nada melhor que as praias da Bahia em um grande festival como o UP, acho que é um dos melhores do mundo com certeza!!

Na sua opinião, cite alguns projetos / produtores que estão em um grande momento e outros que estão em ascensão.
Os meus favoritos: Dickser, Burn in Noise, The first Stone, Logica, Avalon, Sonic Species…..

Se pudesse tocar ao lado de um DJ qual seria?
Acho que já toquei ao lado de quase todos os meus projetos favoritos!!! (Risos) Agradeço por isso...

Como é o Daniel fora das pickups? O que faz, o que houve, onde vai?
Eu dedico minha vida à música, só faço isso, todo dia! É meu trabalho e como artista, como falei antes, é minha missão canalizar e divulgar a mensagem de luz do universo, através de nossa arte... acho que temos muito para despertar em nosso espírito, assim como as pessoas e acho que a música é um meio muito poderoso para a transmissão de energia divina para esse despertar do espírito universal.

Acho que todos somos guerreiros de luz e cada pessoa leva essa luz no coração e a despertamos em diferentes momentos da vida.... mas no final desse caminho, vamos todos para o mesmo lugar. Assim como uma simples pessoa, os melhores desejos para todos os seres que chegaram, que estão e que virão a chegar na terra.

Para o ano de 2010 existe alguma novidade? Vem um novo CD por ai?
Claro, prontamente já vem meu novo EP 2010 que vai sair pela minha gravadora Antu  Records do Chile, minha compilação é para julho e logo meu novo albúm para julho/ agosto... espero que a galera goste e o sinta, porque todo meu trabalho foi feito com muito carinho para todos os amantes do psy.

Além de vários tours pelo Brasil e pela Europa em julho e agosto, tem vários festivais e festas pela Alemanha, Suíca e Portugal por agora...

Estou muito ancioso pra minha participação no BOOM festival 2010, um dos grandes festivais do mundo!!!! Obrigado Deus e grato à vida.

Mais: myspace.com/itallive
Agradecimentos: Iohannah Hardy

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segunda-feira, 29 de março de 2010

"Não existe droga segura"

Essa semana foi quase impossível achar algo de interessante nas revistas semanais, o julgamento dos Nardoni, invadiram todas as editorias dos principais veículos do país. Alguns inclusive só faltaram crucificar o casal em praça pública. Mas fazer o que…

É isso que o povo gosta, é isso que o povo quer ver. Viva o “panis et circenses”.

Porém na edição 2158 da revista VEJA achei uma excelente entrevista com Nora Volkow. A psquiatra fala sobre as drogas, seus efeitos e vicios.

A diretora do Instituto Nacional sobre Abuso de Drogas afirma que nem mesmo a maconha nem muito menos a DMT, presente no chá do Santo Daime, podem ser consideradas inofensivas

A psiquiatra mexicana Nora Volkow, 54 anos, é uma das mais importantes pesquisadoras sobre drogas no mundo. Quando, porém, o assunto são os danos neurobiológicos que essas substâncias causam, Volkow pode ser considerada a número 1. Foi a psiquiatra quem primeiro usou a tomografia para comprovar as consequências do uso de drogas no cérebro e foi também ela quem, nos anos 80, mostrou que, ao contrário do que se pensava até então, a cocaína é, sim, capaz de viciar. Desde 2003 na direção do Instituto Nacional sobre Abuso de Drogas, nos Estados Unidos, Volkow esteve no Brasil na semana passada para uma palestra na Universidade Federal de São Paulo. Dias antes de chegar, falou a VEJA, por telefone, de seu escritório em Rockville, próximo a Washington.

Há quinze dias, um cartunista brasileiro e seu filho foram mortos por um jovem com sintomas de esquizofrenia e que usava constantemente maconha e dimetiltriptamina (DMT), na forma de um chá conhecido como Santo Daime. Que efeitos essas drogas têm sobre um cérebro esquizofrênico?
Portadores de esquizofrenia têm propensão à paranoia, e tanto a maconha quanto a DMT (presente no chá do Santo Daime) agravam esse sintoma, além de aumentar a profundidade e a frequência das alucinações. Drogas que produzem psicoses por si próprias, como metanfetamina, maconha e LSD, podem piorar a doença mental de uma forma abrupta e veloz.

Que efeitos essas drogas produzem em um cérebro saudável?
Em alguém que não tenha esquizofrenia, os efeitos relacionados com a ansiedade e com a paranoia serão, provavelmente, mais moderados. Não é incomum, porém, que pessoas saudáveis, mas com suscetibilidade maior a tais substâncias, possam vir a desenvolver psicoses.

Estudos conduzidos pela senhora nos anos 80 provaram que a cocaína tinha, sim, a capacidade de viciar o usuário e de causar danos permanentes ao cérebro. Até então, ela era considerada uma droga relativamente "segura". Existe alguma droga que seja segura no que diz respeito à capacidade de viciar e de causar danos à saúde?
Não existe droga segura, a não ser a cafeína. Como ela é estimulante e produz efeitos farmacológicos nos receptores de adenosina, é, sim, uma droga. Mas não há evidências de que vicie nem de que seja tóxica - a não ser que você tenha problemas cardiovasculares. Ainda não sabemos se é prejudicial a crianças e adolescentes, mas para adultos não há nenhum problema.

E a maconha?
Há quem veja a maconha como uma droga inofensiva. Trata-se de um erro. Comprovadamente, a maconha tem efeitos bastante danosos. Ela pode bloquear receptores neurais muito importantes. Estudos feitos em animais mostraram que, expostos ao componente ativo da maconha, o tetraidrocanabinol (THC), eles deixam de produzir seus próprios canabinoides naturais (associados ao controle do apetite, memória e humor). Isso causa desde aumento da ansiedade até perda de memória e depressão. Claro que há pessoas que fumam maconha diariamente por toda a vida sem que sofram consequências negativas, assim como há quem fume cigarros até os 100 anos de idade e não desenvolva câncer de pulmão. Mas até agora não temos como saber quem é tolerante à droga e quem não é. Então, a maconha é, sim, perigosa.

A senhora concorda que ela seja a porta de entrada para outras drogas?
Se você olhar os dados, verá que a maior parte dos usuários de cocaína começou com a maconha. Mas, ao olharmos os dados de quem fuma maconha, veremos que essas pessoas geralmente começaram com cigarros ou álcool. Qual seria a verdadeira droga de entrada, então? Uma das leituras sobre essa questão é que, durante a adolescência, as pessoas bebem e fumam cigarros porque esses produtos estão disponíveis e são legais e, quando crescem, elas se tornam propensas a usar drogas mais pesadas. Uma leitura alternativa é que a exposição à nicotina e ao álcool na juventude faz com que as pessoas fiquem mais vulneráveis aos efeitos de outras drogas. Para mim, essa é a hipótese correta. A exposição precoce às drogas muda a sensibilidade do sistema de recompensa do cérebro. Como esse sistema se torna menos sensível, os dependentes químicos buscam uma compensação nas drogas.

Por que em geral as pessoas começam a usar drogas na adolescência?
O cérebro do adolescente é muito menos conectado do que o de um adulto. Como resultado, os adolescentes não conseguem controlar e regular a intensidade de suas emoções e desejos da mesma forma que os mais velhos. Isso faz com que vivam de maneira mais vigorosa, mas, ao mesmo tempo, assumam riscos maiores, como experimentar drogas.

O uso de drogas na adolescência é mais perigoso do que na vida adulta?
Certamente, porque o cérebro de um adolescente é mais plástico e mais sensível aos estímulos externos que vão moldá-lo. A forma que seu cérebro vai tomar na idade adulta depende muito dos estímulos que você recebeu quando criança e adolescente. O risco de desenvolver o vício também é maior para o adolescente. O motivo é o mesmo: a plasticidade cerebral nessa fase, que faz com que o jovem apreenda informações muito mais facilmente do que o adulto.

Por que é tão difícil quebrar o ciclo de desejo, compulsão e perda de controle que o vício traz?
É difícil porque o cérebro, em consequência do uso de drogas, é modificado de maneira física. A dependência química é uma doença cerebral que muda a bioquímica, a função e a anatomia do cérebro. Ocorre da seguinte maneira: todas as drogas aumentam a concentração de dopamina no cérebro. Quando o sistema dopaminérgico é ativado vez após outra pelo consumo repetido dessas substâncias, ele sofre modificações, de forma que passa a não funcionar mais quando a pessoa não está sob efeito da droga. Com isso, o usuário procura usar mais drogas - para tentar compensar esse déficit.

O que faz alguém se viciar em uma droga?
Isso pode variar de pessoa para pessoa e de acordo com o tipo de droga. Mas, de modo geral, é preciso que a pessoa seja exposta à substância repetidamente. Mesmo nessas condições, nem todos os usuários se viciam. Porém cerca de 10% deles desenvolvem o vício depois de pouco tempo de uso. Nos casos em que isso ocorre, o usuário tem uma vulnerabilidade que pode ser de ordem biológica ou social. Isso significa que ele pode ter uma predisposição genética para o vício ou estar sob algum tipo de stress que ajudou a disparar o gatilho da adição. Os traumas mais potentes ocorrem na infância: abandono, repetidas negligências, abusos físicos, sexuais, convivência com pais presos ou portadores de doenças mentais. Mas é claro que nada disso resulta em vício se a pessoa não tiver acesso às drogas.

É possível curar o vício?
Nós não podemos curá-lo atualmente, apenas tratá-lo. Quando você tem uma infecção bacteriana, toma um antibiótico e está curado. Agora, se você tem asma ou diabetes, tem de tomar algum tipo de medicamento ao longo de sua vida. É um tratamento para sua condição, não uma cura. Hoje, existem apenas tratamentos para o vício, que combinam medicamentos e terapias comportamentais. Estamos desenvolvendo uma vacina contra o vício de cocaína e nicotina, mas são apenas pesquisas ainda.

É possível, depois de se reabilitar, voltar a usar drogas sem se viciar?
Há casos já identificados. Por muito tempo se disse, principalmente sobre o alcoolismo, que, se você é alcoólatra, nunca, mas nunca mesmo, poderá chegar perto de novo da droga. Em pesquisas, há evidências de que alguns alcoólatras conseguem voltar a beber um ou dois copos de vez em quando sem se viciar, mas eles são a minoria. O problema é que não sabemos quem será capaz de se ater a apenas alguns drinques e quem vai se viciar de novo, por isso recomendamos clinicamente que todos fiquem afastados da droga.

Está em curso no Brasil uma campanha para descriminalizar a maconha. A senhora concorda com isso?
Não concordo porque, ao descriminalizar a maconha, você estará contribuindo para que mais gente a consuma. Há quem não fume por medo da repercussão negativa que a atitude pode provocar - e descriminalizá-la significa dizer: "Se você fumar, está tudo bem".

Um grupo de pesquisadores brasileiros está discutindo a possibilidade de permitir o uso medicinal da maconha. Quais são os benefícios já comprovados da droga?
As pesquisas mostram que os canabinoides, inclusive o THC, têm algumas ações terapêuticas úteis. Por exemplo, diminuem a resposta à náusea, o que é muito útil para pacientes com câncer que estão enfrentando uma quimioterapia. Outra vantagem comprovada é que eles aumentam o apetite e podem ajudar a combater a anorexia que acomete pacientes com doenças como a aids, por exemplo. Além disso, podem ter benefícios analgésicos e diminuir a pressão interna do olho, o que pode evitar um glaucoma. O que nosso instituto apregoa é que você pode ter o benefício dos canabinoides sem os efeitos colaterais que resultam do fumo da maconha, como a perda de memória, por exemplo. Por isso, estamos encorajando o desenvolvimento de medicamentos que maximizem as propriedades terapêuticas da droga sem seus efeitos danosos. No mercado americano, já existem algumas pílulas, como a Marinol, que permitem isso.

Em suas pesquisas a senhora descobriu que o córtex orbitofrontal, a principal área do cérebro afetada por quem tem transtorno obsessivo-compulsivo, também está ligado ao vício. É essa a chave da compulsão pelas drogas?
Eu concluí que a pessoa viciada em drogas desenvolve uma obsessão e uma compulsão pela droga similares às daquela que tem transtorno obsessivo-compulsivo. O que o vício e o TOC têm em comum é que ambas as doenças afetam as mesmas áreas do cérebro, aquelas relacionadas aos hábitos e aos controles. Mas, embora o local afetado seja o mesmo e a apresentação dos sintomas se dê de forma parecida, os mecanismos que levam a essas anormalidades não são.

A senhora também estudou a função da dopamina em quem come compulsivamente. Que relações se podem fazer entre a obesidade e o vício em drogas?
Ambos resultam em uma busca compulsiva por uma recompensa: no caso da obesidade é a comida e no caso da adição é a droga. Nos dois, há a perda de controle. Quem é patologicamente obeso come mesmo quando não quer. Podemos dizer que algumas pessoas parecem ser viciadas em comida, embora até o momento isso não tenha sido aceito nas comunidades clínica e científica.

A secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton, disse recentemente que o povo americano tem uma demanda insaciável por drogas. A senhora acredita que essa demanda é mesmo mais intensa nos EUA do que em outros países?
O prazer oriundo das drogas é uma comodidade que você compra, como um luxo. Então há, sem dúvida, um elemento econômico nessa discussão. Também existem elementos relacionados à estrutura social e às normas. Os americanos são mais tolerantes em relação a comportamentos diferentes do que muitos outros povos. Isso resulta também em maior aceitação do uso de drogas.

A senhora nunca sentiu vontade de experimentar alguma droga?
Bebo de vez em quando um copo de vinho e experimentei cigarros quando era adolescente. Nunca usei cocaína, maconha nem outro tipo de droga ilícita. Amo meu cérebro e nunca pensei em estragá-lo.

Por: Kalleo Coura
Fonte: Revista VEJA (ed. 2158 – 29/03/2010)

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domingo, 28 de março de 2010

Trancedownloader.ru de cara nova

Um dos mais tradicionais e conhecidos sites sobre música eletrônica está com data marcada para estreiar um novo visual.

No próximo dia 1º, quem acessar o trancedownloader.ru encontrará um site totalmente remodelado e com várias modificações que irão facilitar a busca pelos albuns.

O administrador do TD, liberou com exclusividade um preview de como será o novo site. Veja abaixo como ficará e no primeiro minuto do dia primeiro acesso o portal para conferir o visual completo.

 

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(02.04) Salada Cartel – A Feira

Está em São Paulo e não sabe o que fazer no feriado? Fica ai uma ótima dica:

Salada Cartel apresenta: A FEIRA, a noite que traz o sabor das cores e culturas.

Aqui se prova de todos mundos, se brindam invenções de todos cantos, de todas as pessoas, de todos os sorrisos... Juntos, buscaremos alegria coltiva, folia, euforia e música boa até o amanhecer.

A FEIRA vem divertida, vem descontraída, vem coroar vocês!
Pegue sua sacola de pano, sorria e pisque um olho ;-)

Line Up:
FunGu
Razi b2b Surv
Di Schmidt Vs. Patu
Deep Trip b2b Margul

Preços: H/M: lista - $10 / porta - $15
Listas: saladacartel@hotmail.com (listas até 1hra da manhã)

Local: Livraria da Esquina
RUA DO BOSQUE, 1236 (Lado "B")
(Barra Funda) São Paulo/SP

Sobre Salada Cartel

Baseada principalmente nos grooves do House, do Techno e da World Music, aqui se prega uma nova visão da dance music moderna, sendo talvez, muito visionária para alguns, ou mística e viajante demais para outros

Amantes da boa música por natureza, André, Gustavo, Ítallo, Marcio e Rodrigo compartilham de uma paixão mútua pelo novo, pela desconstrução do que existe hoje, pela remodelação do que já existiu há tempos, por sons mais orgânicos e por uma diversidade mais ousada e surrealista

“Nós, jovens e entusiastas, sentimos o desejo de criar um “cartel” que levasse nossa “salada” musical à alforria. Algo que fosse direcionado a qualquer pessoa que pudesse se identificar. O objetivo principal é fazer do dancefloor uma porta para o mundo das crenças inusitadas, das selvas tropicais, das culturas pouco conhecidas e da diversidade artística e musical que existe no planeta, além de ir a fundo na busca por diretrizes mais atuais e excêntricas dentro do house e do techno. O som que brota desta salada traz temperos africanos, orientais, latinos, americanos, europeus... E, como não poderia faltar, também o inconfundível sabor brasileiro. Pois, é com uma pitada de cada pedacinho do mundo que se faz pleno o nosso prato, que é feito com amor, para trazer as pessoas para mais perto de si mesmas, para fazê-las enxergar a música eletrônica como algo que hoje caminha lado a lado com toda a cultura universal, e, é claro, para que todos celebrem o viver junto aos seus e junto a nós. E, assim, dançando, todos hão de se conectar desde ao misticismo oculto cravado nas civilizações “pagãs” até à sensualidade e às belezas que transbordam do jazz de New Orleans, das cordas flamencas, da música originalmente “canarinha” e do tango argentino."

"Queremos lhe apresentar o nosso circo, os nossos queridos amigos, o nosso furor e as nossas paixões... Queremos lhe apresentar os bálcãs brutos e debochados, os aborígenes australianos ensandecidos, os sacerdotes xamãs, os feiticeiros tribais, a profecia dos profetas, a sensualidade das dançarinas espanholas, os sultões, a fauna das savanas, os anseios primitivos, os monarcas, os bobos da corte, os ciganos, os faraós, os samurais, os monges, os dissimulados, os trôpegos, os ticanos, os guerreiros, os clérigos, os aristocratas egocêntricos, os céticos, os eremitas, os filósofos, os artistas, os opulentos, os loucos, as bruxas, os fanáticos, os tupiniquins, os errantes, os larápios, os bêbados, os mercenários, os santos, os sábios, as lendas, os cabarés, os dementes, os freaks, a noite, os bambas, as mulatas, as polacas, as meretrizes, as orientais, os rituais, as cantoras alcoólatras, os trumpetistas asmáticos, os cubanos exagerados, os cantos ocultos, as docas, as ideias, os ideais, as políticas, as minorias, o empoeirado, o suburbano, as terceiras intenções, o surreal, o folclórico, o imprevisível, as vontades, os sabores, a força de exprimir, os sentimentos, as vozes da terra, as vozes do espaço, as vozes do inconsciente... O mundo, a arte e o amor. Entre, fique a vontade, beba alguma coisa e sorria... Bem vindo à nossa salada!” :)

Mixes Salada Cartel.

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sábado, 27 de março de 2010

Boom Festival colabora com a ONU

O BOOM FESTIVAL foi convidado pela ONU para fazer parte da United Nations Environmental and Music Stakeholder Initiative (M&E).

A iniciativa foi lançada no dia 22 de Março na cidade de Arendal, Noruega, e contou com a presença dos festivais com melhores programas ambientais em todo o mundo. Apenas 10 festivais foram convidados  pelas Nações Unidas, o BOOM FESTIVAL é o único evento português.

O objectivo da United Nations Environmental and Music Stakeholder Initiative (M&E) – projecto criado pela United Nations Environment Programme (UNEP) - é a de utilizar a popularidade da música para promover a consciência ambiental junto do público.

Segundo as Nações Unidas o BOOM FESTIVAL é encarado como um dos líderes mundiais de soluções sustentáveis para eventos. “O Boom é um case-study junto da ONU”, refere a esse propósito Meegan Jones, autora do primeiro manual sobre sustentabilidade em eventos, “Sustainable Event Management”.

O BOOM FESTIVAL, para além de ser o único evento português a ser convidado pelas Nações Unidas, é também o único festival de cultura independente, sem apoios comerciais, a fazer parte da United Nations Environmental and Music Stakeholder Initiative (M&E).

Do lançamento da iniciativa foram criadas cinco áreas de actuação: Cooperação dos agentes da indústria discográfica (produtores, músicos, produtores de grandes eventos, consultores); Soluções Técnicas; Regulação (Certificação); Recursos (Humanos, Educação); e Audiências (Comunicação, Educação).

O BOOM FESTIVAL convidou a Câmara Municipal de Idanha-a-Nova para participar na reunião. Através do Vereador da Cultura, Armindo Jacinto, Idanha-a-Nova e a ONU acordaram uma parceria para a criação de um gabinete técnico no Interior de Portugal. O BOOM é assim a força-motriz para novos projectos culturais e ambientais na região da Beira Interior.

O convite do BOOM FESTIVAL à autarquia originou ainda que a data da próxima reunião da United Nations Environmental and Music Stakeholder Initiative (M&E) se realize em Portugal, mais concretamente em Idanha-a-Nova, em Setembro de 2010.

Lista de Participantes na United Nations Environmental and Music Stakeholder Initiative (M&E):

  • BOOM FESTIVAL – Único agente da indústria criativa portuguesa a participar, vencedor do Greener Festival Award 2008 – Outstanding Prize (boomfestival.org)
  • Agderforskning – Organização que desenvolve soluções sustentáveis (agderforskning.no)
  • Munícipio de Arendal – Anfitrião do evento (arendal.kommune.no)
  • Meegan Jones – Autora do livro “Sustainable Event Management” (onde figurou o Boom Festival)
  • Bucks University – Universidade britânica com programa de sustentabilidade ambiental (bucks.ac.uk)
  • Canal Street – Arendal Blues and Jazz Festival (canalstreet.no)
  • CO2Penhagen – Festival dinamarquês com vasto programa ambiental (co2penhagen.com)
  • Festival Republic – Empresa que organiza o Glastonbury Festival (festivalrepublic.com)
  • Hard Rain Project – Série de exposições sobre temática ambiental (hardrainproject.com)
  • Hove Festival – Evento inglês (hovefestival.com)
  • Julie’s Bicycle – Organização inglesa que visa criar standards de sustentabilidade (juliesbicycle.com)
  • Lollapalooza – Festival dos Estados Unidos (lollapalooza.com)
  • Paléo Ridge Festival – Evento histórico da Suiça (paleo.ch)
  • Peats Ridge Festival – Festival da Austrália com inúmeros projectos ambientais (peatsridgefestival.com.au)
  • Roskilde Festival – Maior evento da Escandinávia (roskilde-festival.dk)
  • Studio Incaible – Estúdio do México  (studioincaible.com)
  • UNEP/GRID- Arendal – Delegação da UNEP na Noruega (grida.no)
  • Øya Festival – Maior festival da Noruega (oyafestivalen.com)

Fonte: BOOM Festival Press

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