domingo, 7 de junho de 2009

Vinil, você ainda tem um desses? Ou nem de graça?

Desde que a nostalgia virou moda e ser indie é bem bacaninha o vinil deixou as feiras de barganha e, novamente, deu as caras por aqui - mesmo que com certa timidez. Até dizem que a vitrola e o bolachão podem voltar a ser objeto de desejo nas vitrines...

Não a toa, os criadores do projeto Record Store Day continuam na luta para incentivar a venda de discos de vinil. E, agora no próximo dia 20 de junho, vem mais uma iniciativa: a primeira edição do Vinyl Saturday, um dia onde as lojas independentes dos Estados Unidos e da Europa oferecem o material gratuitamente.

Record Store Day partiu da vontade de um grupo de empresários independentes americanos, e teve a sua primeira edição no dia 18 de abril deste ano. Com um objetivo simples: incentivar não só o mercado americano e europeu, mas contaminar o resto do mundo a criar eventos desse tipo. E, em contrapartida, promover junto às gravadoras lançamentos e edições limitadas para a data.

É legal lembrar que a primeira edição do evento não foi apenas bem recebida pelo público, mas também garantiu o apoio de vários artistas e organizadores, podendo assim continuar com a ação e ampliar as apostas do projeto. Agora a iniciativa, que antes ocorreria anualmente, será realizada no terceiro sábado de cada mês.

Com isso na cabeça, fui atrás de pessoas que ainda compram vinis, a busca foi rápida e em poucos minutos encontrei compradores e assíduos ouvintes de vitrola. Afinal, com tanta tecnologia a troco de quê um evento desse tipo faria sentido? As respostas não variaram muito. Os pontos levantados, na maioria, é que além dos discos serem baratos e esteticamente bonitos, a qualidade do som grave é bem maior do que a encontrada no CD. Fora que a vitrola, ou toca-discos, ainda consegue ser um objeto decorativo para o ambiente.

O legal é que existem títulos incríveis que podem ser encontrados em sebos, e num preço quase simbólico. Um amigo contou que havia comprado naquela mesma tarde a Sinfonia de Beethoven pela bagatela de R$ 1 mísero real.

Outro dia o jornal britânico New Musical Express publicou uma matéria sobre o assunto, dizendo que mais de quinhentas lojas de discos fecharam suas portas no Reino Unido, nos últimos dois anos. Hoje, com a possibilidade de download gratuito, essa é a realidade de qualquer lugar do mundo. Para muitos, o comodismo de se fazer tudo em casa tirou o consumidor das lojas de discos, o objeto físico do vinil ou até mesmo do CD virou peça de colecionadores e fanáticos pelos formatos.

Assim, o mais importante de ações como o Record Store Day é trazer novamente vida ao vinil, e não deixar que ele se torne apenas um objeto empoeirado de museu.

Por: Paula Romano - Essential

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