sexta-feira, 10 de julho de 2009

Luís Inácio avisou e eu não quis ouvi-lo

No inicio da década de 90 os Paralamas já cantavam o seguinte trecho na música "Luís Inácio 300 Picaretas"

Papai quando eu crescer, quero ser anão
Pra roubar, renunciar, voltar na próxima eleição
E se eu fosse dizer nomes a canção era pequena
João Alves, Genebaldo, Humberto Lucena
De exemplo em exemplo aprendemos a lição
Ladrão que ajuda ladrão ainda recebe concessão
De rádio FM e de televisão...

Pois é as vezes acho que, quando criança deveria ter prestado mais atenção na letra desta música e me tornado político. Hoje lendo a Gazeta do Povo, o jornal de maior circulação aqui de Curitiba, me deparo com a notícia: "Carli Filho espalha outdoors para agradecer orações". Para quem não se lembra Carli Filho foi o ex-deputado que se envolveu em um acidente de automóvel, no dia 07 de maio, em Curitiba e MATOU dois jovens.

Como consta na matéria essa atitude de Carli é para tentar recuperar sua imagem pública que ficou manchada após o acidente. Não seria mais humano doar o dinheiro gasto com esses 20 outdoors (R$ 200 em cada) para alguma instituição, assumir publicamente que errou ao pegar a direção do seu veículo após beber "algumas" garrafas de vinho?

No cenário nacional temos o exemplo do presidente do senado, José Sarney, que após várias acusações - a última de ter desviado, pelo menos R$ 500 mil dos recursos repassados pela Petrobrás para patrocinar um projeto cultural - ainda continua no poder e com o apoio do presidente Lula (aquele mesmo da música dos Paralamas).

Já o deputado federal Edmar Moreira (DEM-MG) também é um "exemplo", ou não - para quem não liga o nome a pessoa, é o famoso construtor do Castelo Monalisa (foto ao lado) - acaba de ser absolvido duas vezes pelo Conselho de Ética da Camara. Mesmo com todas as investigaçõs indicando que ele havia utilizado notas frias para justificar mais de R$ 200 mil gastos com a construção do seu castelo.

O blogueiro André Gonçalves comenta sobre o assunto em seu blog.

Além do julgamento, Edmar ganhou afagos dos companheiros. Em especial de Sérgio Moraes (PTB-RS), aquele que disse que “se lixava” para a opinião pública. Moraes declarou que depois dos julgamentos o colega deveria andar de cabeça erguida pelo Congresso Nacional.

E foi mais além. Disse que os parlamentares não devem dar tanta importância à imprensa, porque o que conta é o apoio popular. Também garantiu que tem eleitores suficientes para se eleger mais uma vez em 2010.

Dentro da lógica de muitos parlamentares, Edmar e Moraes estão absolutamente corretos. Se eles e outros tantos agem assim e sempre são reeleitos, é porque a população não se incomoda com esse tipo comportamento. Afinal de contas, eles vivem em um mundo próprio, com suas próprias regras, avalizadas pelas urnas.

Como dizem: "Cada povo tem o governante que merece" e cada vez mais acredito nessa frase. Tenho certeza que nas próximas eleições veremos nomes como os de Carli Filho, Sarney, Collor, Edmar Moreira, Sérgio Moraes e querem apostar como eles irão nos "representar" mais uma vez?

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