quarta-feira, 8 de julho de 2009

Onde está o ícone da música eletrônica?

Michael Jackson: O menino que se tornou 'rei' Muitos choraram com a morte de Michael Jackson na última semana, alguns ainda choram, carregam flores, cartazes, usam camisetas do ídolo que se foi. Depois de confirmada a morte do rei do pop os fãs se reuniram em todas as partes do mundo para rezar e reviver os momentos que marcaram suas vidas graças às músicas daquele menino prodígio que aos 24 anos, se tornaria superstar com o lançamento do álbum Thriller.

Dias após a sua morte, as vendas de seus discos dispararam em todos os cantos, suas músicas ocupavam os 15 primeiros lugares entre os álbuns mais vendidos pela loja virtual Amazon.com, os ingressos da turnê This is It, que o astro faria em Londres no próximo mês já começam a circular em sites de leilões como o eBay por milhares de dólares.

Kurt Cobain o último ícone do rock Voltando um pouco mais no tempo, há 15 anos, outro símbolo de uma cultura musical fez admiradores chorarem. Em 1994, o líder e vocalista da banda Nirvana, Kurt Cobain, é encontrado morto em sua casa, na cidade de Seatle (EUA), deixando a esposa - Courtney Love -, uma filha – Frances Bean e milhões de fãs ao redor do mundo. O Nirvana foi o responsável pelo “BOOM” do grunge em todo o mundo, rompeu a censura que existia em torno do rock alternativo e levou um pouco do underground para as massas.

Aqui no Brasil, outro artista que entrou para o mítico e seleto grupo dos gênios da música que se foram cedo demais foi Renato Russo, principal compositor da Legião Urbana, fez história no rock nacional com suas canções. Alguns fãs criavam uma relação com o compositor que chegava a ser messiânica (adoravam o cantor como se fosse um deus), até brincavam com o nome da banda: Religião Urbana. Morreu no dia 11 de outubro de 1996 em conseqüências de complicações causadas pela AIDS (era soro positivo desde 1989).

Renato Russo a inspiração dos 'trovadores solitários' O depoimento da professora Eliana de Freitas  descreve com precisão a reação da maioria dos jovens brasileiros quando souberam da morte do artista: “Quando cheguei ao SENAC muitos alunos estavam chorando, se descabelando e a maioria veio em cima de mim dizendo: professora, hoje não pode ter aula, o Renato morreu, nós não temos cabeça”.

Além desses citados, é lógico que não podemos esquecer os ícones: Jonh Lennon, Elvis Presley entre outros que escreveram seus nomes na história do pop / rock mundial e também da “rainha do pop” Madonna que quando “passar desta para melhor”, com certeza jornais dedicarão suas páginas; TVs e emissoras de rádios horas de suas programações para contar a história da diva.

Mas e na música eletrônica? Será que existe ou existiu um nome que possamos considerar o “rei” ou a “rainha” da e-music? Alguém que quando deixar este mundo irá reunir multidões em torno do planeta, assim como Michael, Renato e Cobain?

Estive pensando um apenas um nome e confesso que não consegui imaginar nenhum. Lógico que cogitei nomes como Kraftwerk um dos precursores da música eletrônica, Fatboy Slim - o inglês que conseguiu reunir 250 mil pessoas em uma apresentação na cidade de Bringhton –, Chemical Brothers e também os brazucas Marky, Cohen, Gabe (Wrecked Machines) e Gui Boratto.

"a cena ainda carrega essa ideologia ‘anti-ícones’, em que público e artista estão no mesmo nível, sem o distanciamento entre ídolos e fãs que a cena pop consagrou” (Eli Iwasa)

 

 

 

Os nomes citados à cima, assim como muitos outros, com certeza têm uma parcela importantíssima na história da evolução do cenário eletrônico mundial, então por que não conseguir enxergá-los como ícones?

Para Eli Iwasa , DJane e sócia do clube campineiro Kraft, “Sempre houve uma vontade de valorizar mais a música do que o artista em si, mais o conteúdo que o visual e de alguma maneira, a cena ainda carrega essa ideologia ‘anti-ícones’, em que público e artista estão no mesmo nível, sem o distanciamento entre ídolos e fãs que a cena pop consagrou” e completa “Com o crescimento da cena, o fortalecimento de uma mídia especializada em música eletrônica nos anos 90, começaram a aparecer artistas que puderam ser considerados estrelas e estouraram no mercado mainstream: Moby, Fatboy Slim, até DJs como Paul Oakenfold e Tiesto, e houve grande popularização da cultura de DJs, mas acho que de maneira geral, sempre vai haver mais proximidade entre os artistas e o público na cena eletrônica - lógico que sempre existirão artistas que admiramos e respeitamos, até mesmo nos espelhamos - mas essa coisa de idolatrar produtores e DJs acaba ficando de lado.”

Para Malana, DJane curitibana, o fato de não existir uma mídia especializada em música eletrônica dificulta um pouco essa “criação de um ícone”. “o fato de não termos uma quantidade suficiente de lojas especializadas assim como a falta de divulgação na grande mídia dificulta o acesso, portanto, diminui a possibilidade do grande público conhecer esses artistas, entender suas produções e diferenciar os estilos.”

E você, consegue enxergar algum ícone como Michael Jackson na música eletrônica?

1 comentários:

Anônimo disse...

Goa Gil

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