Quem nunca assistiu um único episódio da “família mais amada do mundo” que atire a primeira pedra.
Era Simpsoniana
Série de animação Os Simpsons, criada por Matt Groening, completa duas décadas em exibição e vira tema até de selos postais
Para medir o impacto que Os Simpsons tiveram no mundo de 1989 para cá, talvez seja o caso de dividir a história da televisão em a.S. e d.S. – “antes dos Simpsons” e “depois dos Simpsons”.
Parte da cultura popular há exatos 20 anos, o desenho retrata uma típica família dos Estados Unidos e já recebeu diversos prêmios, um lugar na calçada da fama e um verbete no dicionário Oxford de língua inglesa (que lista a interjeição “D’oh”, do patriarca Homer Simpson, como uma forma de expressar frustração). É um feito de fazer inveja ao “Yabadabadoo”, de Fred Flintstone.
Celebridades de peso como o ex-beatle Paul McCartney, o escritor Thomas Pynchon e até o jogador de futebol Ronaldo Fenômeno gravaram participações em episódios da série.
Já a quantidade de mercadorias vendidas a partir das figuras criadas por Matt Groening é impressionante. Eles viraram até selos dos Correios nos Estados Unidos. Videogames e versões de jogos de tabuleiro como Monopólio e Damas com a “família não-pré-histórica mais amada do mundo” (como o próprio programa se definiu em um dos episódios) continuam a ser lançados ano a ano.
Para marcar os 20 anos do desenho, um filme homônimo para o cinema foi realizado em 2007 e rendeu US$ 180 milhões só nos EUA, segundo o Internet Movie Database (www.imdb.com).
No Brasil, a série provocou uma polêmica em 2002 que por pouco não se tornou um incidente internacional. No episódio “Blame it on Lisa” (“A culpa é de Lisa”, cujo título brinca com o filme de 1984 Blame it on Rio), Lisa Simpson traz sua família ao Rio de Janeiro para encontrar um menino carente adotado financeiramente por ela, mas Homer é sequestrado por um taxista. A história mostra macacos na praia atacando pessoas, uma apresentadora infantil que hipnotiza as crianças com uma dança sexy e uma cobra que engole Bart Simpson inteiro.
Como era de se esperar, as piadas provocaram uma reação enfurecida da Secretaria de Turismo do Rio de Janeiro, que quis processar o programa por mostrar uma versão distorcida da cidade maravilhosa, alegando que tanto sarcasmo destruiria os efeitos de uma campanha milionária para atrair turistas estrangeiros para o país.
As dores de cabeça criadas pelo episódio só não foram maiores porque o produtor James L. Brooks pediu desculpas e o processo foi arquivado.
Os Simpsons seguem quebrando todos os recordes em matéria de seriados de tevê (animados ou não). O mais notável é o de longevidade. A produção teve 441 episódios em 20 temporadas – hoje ela está na sua 21.ª. O time de roteiristas está entre os mais premiados do gênero e soma 29 escritores fixos, além dos mais de 50 colaboradores. Venceu mais de 80 prêmios, sendo 22 Emmys, o Oscar da tevê americana.
Por trás deste empreendimento monstruoso está uma única pessoa: Matt Groening. O criador dos Simpsons – que pegou emprestado nomes de seus familiares para os personagens – foi listado em quarto lugar na lista dos 100 gênios vivos, publicada pelo jornal britânico The Daily Telegraph, ficando à frente de nomes como o político sul-africano Nelson Mandela, o arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer e o escritor norte-americano Philip Roth.
Por: Yuri Al’Hanati (Gazeta do Povo)
1 comentários:
Homer Simpson é Idolo Total!
Postar um comentário