sábado, 8 de agosto de 2009

(entrevista) John Acquaviva

A revista House Mag (edição julho/agosto) publicou uma entrevista bem descontraída com o criador do revolucionário portal beatport, Jonh Acquaviva. Nela o DJ declara seu amor pela música e revela sua outra grande “paixão”. Vale a pena a leitura.

Quando começou seu envolvimento com a música?
Sempre tive o vírus da dance music. Quando era mais novo, no colégio, comprava os discos que mais gostava e tocava para meus amigos nas festas. Continuei sendo o cara que organizava e selecionava as músicas, até que passei das festas do colégio para assumir residências em clubs. Aos 19 anos me tornei o residente de um club em 1982. Comecei a comprar equipamentos de estúdio, conheci o Richie Hawtin e iniciei minha carreira internacional em 1989-90.

Sua carreira deu um salto em 1989, quando você fundou junto com Richie Hawtin o selo Plus 8 Records. Como você descreve o mercado naquela época? Afinal vocês foram bem precursores… Muitas dificuldades?
Não havia e-music por si só ainda. Era analógico na maioria das festas. Era um mundo diferente, certamente. As pessoas que faziam música nos anos 80 e início de 90 eram em sua maioria “freaks”, acreditando em um futuro tecnológico. Eu não me sinto mais como uma “aberração”.

O Definitive Records, também em parceria com Richie, já completou mais de 15 anos. Como você avalia hoje o selo?
Semos uma grande família. Eu mantenho meu foco no Definitive, que é um pouco mais House, e Richie tem o Minus (projeto que se tornou selo) e també a Plus 8 (selo) que também são minimal e techno. Sinto como se fôssemos irmãos, crescemos juntos e damos forças aos nossos artistas como se fossem nossos filhos.

Uma DJ brasileira, a Ingrid, está no seu casting, certo? Algum outro artista do Brasil você destacaria?
Sim, tivemos um release com a Ingrid. Eu adoro a energia dela. Lançamos uma música do Nyllon, Ulisses Nunes, Ilan Kriger e eu tenho muitas produções brasileiras que eu adoro e toco. Os produtores brasileiros, assim como os DJs, estão muito fortes agora.

Em qual DJ que hoje voê conhece e aponta como uma grande revelação para a cena eletrônica?
Acredito que todo mundo conhece ele. Meu talento preferido é o Oliver Giacomotto.

Como surgiu a idéia de lançar o Beatport.com?
Quando muitos de nós começamos a tocar com laptos e tecnologia “final scratch” percebemos a necessidade de mais conteúdo digital. Um grupo nosso sentiu que era finalmente o momento de tornar nossas músicas internacionais, mais acessíveis para um número maior de pessoas, via internet. Hoje ajudamos artistas e labels a chegar nos DJs que são pagos pelo conteúdo. Também oferecemos melhores preços para o cliente que estava pagando muito dinheiro para os vinis e CDs.

Você está praticamente numa permanente turnê mundial. Quais países te chamaram mais a atenção até hoje?
Non-stop tour, é verdade! Estou em turnê há 20 anos. Eu sou um verdadeiro viciado em viagens e música! Assim como comida, eu gosto de várias opções, então cada país e cidade tem seu próprio charme. A América do Sul é demais com o Brasil a frente. Os países pequenos e as cidades pequenas guardam as maiores surpresas porque você nunca sabe o que esperar.

Você tem um histórico de muitas gigs em grandes festivais. Prefere tocar em festivais ou em clubs?
A cada 100 gigs talvez eu toque em 20 festivais. Nossa música é sobre clubs e clubbers. Mas os festivais são os bônus e o lado grande do nosso negócio. Eles têm uma energia muito maior como os grandes concertos tendem a ter. É muito divertido tocar nesses eventos intensos e imensos. Os clubs são muito bons porque você pode fazer sets mais longos e tentar diferentes sons e grooves.

Como você avalia essas duas décadas de carreira como DJ? Pretende seguir na carreira, produzindo e viajando, ainda por um bom tempo?
Estou na primeira divisão internacional por 20 anos, só motivos para ficar feliz e agradecer. Eu amo música e sempre quis tocar as pessoas com ela, seja ela minha própria música ou tocando músicas de outros produtores que admiro. Ainda faço e, mais importante, as pessoas ainda me convidam. Então, pra que parar?

Imagina-se em outra profissão?
Sim e não. Música é a minha vida e eu vivo quase tudo que faz parte deste universo. Eu adoro comida e cozinho por hobbie, então se não estivesse fazendo música diria que faria esportes o dia inteiro e pensaria seriamente sobre cozinhar o tempo todo.

Suas produções influenciam milhares de DJs ao redor do mundo. O que te inspira na hora de produzir?
Ouvir e, mais importante, achar a nova “música-bomba” de um novo artista/label. Como um verdadeiro viciado, eu vivo para mais uma “bola”. Essa busca me mantém renovado.

Quais tracks/EPs você lançou recentemente?
Dêem uma olhada e registrem-se no meu recém-inaugurado podcast cia meu website ou myspace. Ao menos uma hora a cada mês com playlists da mais novas e melhores faixas.

www.myspace.com/acquavivadj

Por: Davi Paes e Lima (revista House Mag – Julho/Agosto)
Colaborou: Alan Watkins

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