quarta-feira, 8 de abril de 2009

Cigarro em bares e clubes já era

Podem me xingar, me chamar de inimigo da saúde pública, mas não consigo comemorar a nova lei anti- fumo do governador José Serra que os deputados estaduais aprovaram nesta terça (7/4).

Se você não está por dentro é o seguinte: com a nova lei, o fumo fica proibido em qualquer ambiente coletivo fechado. Ou seja, nada mais de fumar cigarrinho na mesa do bar ou na pista de dança. O Estado de São Paulo, assim, se iguala em termos de legislação a cidades como Nova York, Berlim e Londres.

Sem fumódromos
O lobby anti-fumo é poderoso. A demonização do fumante vem crescendo a cada ano. E, mesmo que não existam provas conclusivas de que um não-fumante que frequente, digamos, uma vez por semana um clube ou bar onde se fuma, será prejudicado a longo prazo pela fumaça dos outros, o lobby anti-fumo acho que não é o caso de correr riscos.

A coisa é severa, draconiana. Fumódromos ou áreas especiais também foram vetados na nova lei. É não e pronto. Se quiser fumar, que o faça em casa ou na rua.

Bom para as open air
Confesso que tenho um pouco de medo desses "avanços" em nome do bem-estar geral às custas de liberdades individuais.

Quem garante que daqui a alguns anos não se inventa de proibir o consumo de mais de duas doses de destilado por pessoa numa balada? Ah, pra evitar problemas, melhor proibir o álcool de uma vez por todas. Mais fácil, não?

O que deve acontecer com os fumantes na balada, que não são poucos (em algumas delas, não sei nem se são minoria)? O que geralmente acontece com pessoas proibidas de usufruir do seu hábito. Vão fazer escondido, em outros lugares, em lugares onde seja permitido.

Dá pra esperar então um aumento no número de festas em casa, festas privadas, para poucos, festas ao ar livre e festas clandestinas.

Suor e flatulência
Dá para esperar também pelo surgimento de pelo menos três situações novas, como bem descritas por um artigo do Resident Advisor um tempo atrás: uma explosão de odores diferentes no ambiente, como suor e flatulência; pistas de dança inquietas, constantemente saindo para fumar seu cigarrinho lá fora; tumulto de entra e sai de fumantes na portas das boates.

Por outro lado, ninguém mais será queimado pelo rasante do cigarro de um dançarino empolgado, nem voltará com cheiro de fumaça na sua camisa nova.

São os novos tempos. Para o bem e para o mal, é bom ir se acostumando.

Por: Camilo Rocha - rraurl.com

3 comentários:

KIKO disse...

Em lugares onde a qualidade e expectativa de vida alcançam índices elevados, uma carteira de cigarro chega a custar U$15 e por aqui não deveria ser diferente. Nós, não fumantes não temos nada a ver com o vício dos outros que atinge tantos fumantes passivos. Querem fumar, fumem em casa e não incomodem mais as narinas alheias. Quem sofre de rinite sabe bem do que falo!
Que aumentem ainda mais o imposto sobre esse mal, que só no Brasil, tira 200 mil vidas por ano e superlota ainda mais os hospitais desse país.
Que a atitude de Serra contagie outros governantes, principalmente o governos federal.

Tiago Jaques disse...

Kiko, concordo contigo em partes...

Acho que todos sabemos de todos os males ou acha que até hoje com tanta informação não sabemos ainda? Não estamos aqui para discutir isso e sim a posição do Governador Serra. Pra mim, isso só prejudica os locais, comércios, bares, boates entre tantos outros estabelecimentos com a perda frequentadores. O que custa você criar uma área para os fumantes que geram renda para aquele estabelecimento? Não estaríamos na pista de dança incomodando ninguém e pouparia problema de ter que sair do estabelecimento a cada hora que fôssemos fumar. Se for assim, vamos fazer o seguinte, eu não bebo e tenho que me ver sempre em festa com pessoas embriagadas fazendo besteiras, matando pessoas que não tem nada haver e só estavam voltando pra casa. Acho eu que não funciona dessa forma que o serra IMPÔS.

é a minha opinião... :P

Abraços!

Izildo Souza disse...

Esta Lei é inconstitucional, certamente será derrubada em breve.

Minha opinião é de que cada um faz o que quer, desde que não interfira nas outras pessoas.

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