terça-feira, 14 de abril de 2009

Cinco Perguntas para Dusty Kid

Sobre o novo disco, morar na Sardegna e fãs obcecados

Como o gênio produtor por trás de numerosas faixa de techno/trance incluindo "The Riot", "Tsunamy", "The Twister" e mais recentemente "Train Number 1", o italiano de 20-poucos anos Dusty Kid já é reconhecido mundialmente, ainda que ele se sinta desconfortável com a atenção que atrai. "Às vezes acontece", ele concorda, quando perguntado sobre ser perseguido por fãs, digamos, obcecados "mas eu nunca acreditei que seja famoso, ainda que em alguns países existam pessoas tão completamente viciadas na cena techno que te tratam como se você fosse um superstar. Esse tratamento às vezes me faz feliz, mas normalmente me deixa profundamente entediado", diz. Conversando comigo hoje, seu foco principal é seu álbum de estréua, A Raver's Diary, um projeto que o deixa super entusiasmado.

"Eu concebi a idéia de um álbum conceitual, que é algo que eu sempre quis fazer, e comecei com a visão de fazer algo que descreva meus sentimentos pessoais e as sensações de uma rave", ele diz, "A Raver's Diary é o resultado e eu honestamente posso descrever a realização dele como uma experiência fantástica".

Com um background de longos estudos de música clássica como uma criança-prodígio em um concervatório musical de elite, não é surpresa que ele sempre exceda na criação de uma música com profundidade e emoção, ainda que em A Raver's Diary, como ele faz questão de apontar, a ênfase esteja no techno "sério".

"Algumas poucas faixas no disco são bastante orientadas para a pista de dança e eu já tive o feedback de algumas pessoas dizendo que ficaram surpresas com sua energia" diz "as duas primeiras faixas em particular 'Here Comes the Techno" e "The Underground Persistence" são deliberadamente pensadas como faixas para clubs, é exatamente o que elas são".

Jonty Skrufff: Por onde você normalmente começa quando está fazendo uma faixa: uma batida? Uma linha de baixo? Um riff? Qualquer outra coisa?
Dusty Kid: Isso depende. Normalmente eu começo tocando melodias estúpidas no piano, fazendo alguma bagunça, até encontrar algo interessante, então eu tento encontrar uma batida que combine com essa melodia. Outras vezes eu tenho alguma idéia bastante precisa na minha cabeça e tento reproduzir. Acho que essa é a forma mais difícil de começar uma nova cançao, por que nem sempre eu consigo replicar a mesma idéia que imaginei.

Quanto tempo você levou para fazer "The Riot" (2007) do começo ao fim?
Acho que uns 2 dias, eu só gravei aquele crescendos com um sh-101 e coloquei algumas batidas. Recentemente eu soube que o Jutice sampleou um dos barulhos para uma faixa deles.

Ela tem uma introdução de uns 15 segundos, algo complicado para um DJ mixar, o quanto disso foi de propósito para confundir alguns DJs?
99% das faixas para pista sempre começam com batidas, para ajudar os DJs a mixa-las. Eu odeio esse tipo de introdução, prefito usar algo diferente. Eu não sou um DJ, o que significa que pessoalmente eu não trabalho da mesma forma que eles. Eu prefiro fazer "músicas" ao invés de "faixas". Parece que todo mundo é um DJ hoje em dia, mas eu prefiro fazer e tocar minha própria música, ao invés das músicas dos outros. Eu acho que em uns 5 anos a maioria dos DJs estará fazendo live sets.

Em uma entrevista de 2007 você disse ainda estar "atraído pelo mundo da música pop, ainda escrevendo canções pop e sonhando com o dia em que poderei trabalhar com artistas que venho escutando hà anos, como Coldplay e Madonna".
Eu continuo atraído pelo mundo da música pop, escrevendo canções pop e sonhando com o dia em que poderei trabalhar com artistas que venho escutando hà anos, como Coldplay e Madonna.

Na última vez em que conversamos você disse que talvez mudasse para Berlim. Essa ainda é uma opção?
Certamente não. Nos últimos meses eu tenho tocado tanto que eu perdi muito do prazer de ir aos clubs. Eu adoraria ficar em Berlim por algumas semanas para ter a chance de descobrir o que está acontecendo no mundo da eletrônica, mas eu atualmente vivo na Sardenha. Eu realmente amo muito inha ilha e tenho uma casa por lá, para onde espero retornar em junho. Eu não poderia viver em nenhum outro lugar".

A Raver's Diary do Dusty Kid sai em 20 de abril pela Boxer Recordings.

Por: Jonty Skrufff - rraurl

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