quinta-feira, 9 de abril de 2009

(entrevista) Emok

Emok é simplesmente um dos fundadores e sócios da maior gravadora de Progressive do mundo, a famo sa e respeitada Iboga Records, da Dinamarca. Se não bastasse tamanha responsabilidade, o sueco ainda encontra tempo para dedicar-se às suas próprias produções musicais e viajar o mundo inteiro para apresentar o seu projeto Maelstrom.

Há cerca de 2 anos atrás quando estava apenas começando o seu projeto, Emok concedeu uma entrevista exclusiva para o Balada Planet falando sobre o que pretendia alcançar com suas músicas próprias. Era o primeiro álbum daquele que já estava na cena há muitos anos e que já havia feito muita coisa por ela. Naquela época, poucos, ou quase ninguém o conhecia. Seu sucesso para muitos ainda era uma interrogação jogada no ar. Mas não há nada que o tempo não possa responder e o segundo álbum dele está chegando para provar isso.

Seja pela sua enorme rede de amigos e influências obtidas pelo status de ser dono de uma das maiores gravadoras mundiais, seja pelo seu carisma com o público ou técnica apurada e inspirações vindas de todos os cantos do mundo, hoje em dia o live do Maelstrom é uma afirmação de que com persistência e objetividade tudo pode ser alcançado. Ele já se apresentou em todos os continentes do globo e sua agenda está bem repleta de gigs, tentando sempre concilia-las com as inúmeras tarefas apresentadas pela própria gravadora, tais como bookings, compilações de álbuns, lançamentos e etc.
Para você que já conhece esse projeto e quer saber um pouco mais sobre ele essa entrevista é uma boa oportunidade. Agora, para você que nunca ouviu falar em Maelstrom e tampouco no Emok, essa é uma ótima oportunidade. Divirtam-se!

Maelstrom é seu projeto solo após você ter feito parte do aclamado Phony Orphants. Como esse projeto nasceu e até onde você acredita que ele terá fôlego para chegar?
Eu tenho trabalhado e focado meu tempo no estúdio pelos últimos 10 anos ou até mais que isso, na maior parte do tempo produzindo músicas do Phony Orphants como você falou. Desde que a gravadora e a carreira de DJ me ajudaram a decolar eu passei a viver intensamente isso, eu tenho muito mais tempo para dedicar ao estúdio e então decidi fazer meu próprio projeto e colocar meu nome e minhas habilidades um nível acima.

No início foi muito difícil porque eu estava acostumado a sempre trabalhar com alguém do meu lado, para poder debater algumas idéias e aproveitar as qualidades do outro completando-as com as minhas. De repente eu me vi produzindo músicas, sozinho, naturalmente, mas muitas vezes me vi completamente empacado com as minhas produções pois eu escutava tanto elas e não tinha mais ninguém para me ajudar a dar uma perspectiva diferente para o som, faltavam idéias novas. Então resolvi fazer várias participações especiais com outros artistas como Ticon, Liquid Soul, Perfect Stranger e Atmos, apenas para nomear alguns, e todos esses caras me ensinaram muito como olhar a música de uma maneira diferente.

Hoje quando eu vou para o estúdio eu já sei exatamente o que deve ser feito e como deve ser feito e é por isso que hoje em dia eu estou muito mais produtivo.

O que o público pode esperar do Live do Maelstrom?
Agora meu novo álbum está pronto e nos próximos dois ou três meses eu utilizarei o meu tempo no estudio para criar um verdadeiro live com 8 canais no computador, opções para fazer todas as músicas diferentes sempre que eu tocar e adicionar vários novos aspectos às minhas músicas e sons, então quando as pessoas escutarem meu novo Live eles terão um set diferente a cada vez e nunca soará igual ao anterior e tampouco às músicas lançadas no novo álbum. Leva muito tempo para construir um live set desse estilo, verdadeiro, autêntico, mas eu estou dando duro esses dias então podem esperar, quando eu for me apresentar será para arrebentar de uma vez só.

E o que os Djs e fans encontrarão no novo material que virá no segundo álbum do Maelstrom?
Eu dediquei muito tempo para criar vários tipos de músicas com estilos diferentes para esse segundo álbum, então algumas músicas serão realmente focadas para Club, com sons mais lentos e outras serão mais pesadas e rápidas, tendo assim um tipo de música para cada ocasião e horário. Também, boa parte de todo esse tempo foi gasto para que eu atingisse o nível mais perfeito possível das minhas produções, deixando-as da melhor maneira possível que eu consegui. Novamente eu recebi ajuda de alguns outros artistas nesse álbum, uma das músicas será com o Rinkadink e outra eu fiz junto com Lenny Ibizarre.

Diga-nos então sobre essa nova colaboração com Lenny Ibizarre, por favor.
Lenny é um bom e velho amigo nosso, ele também é um louco e mora em Ibiza. Recentemente decidimos compilar um CD duplo que será lançado em Maio então eu fui para Ibiza por uma semana para planejar tudo direitinho com ele, mas ao invés de planejar nós ficamos no estúdio dele pelos primeiros 5 dias e fizemos as 3 primeiras músicas juntos. Nós trabalhamos muito bem juntos e com certeza haverão muitas músicas nossas no futuro próximo. O Lenny Ibizarre também fez alguns remixes para a Iboga, um remix para Maelstrom, um para Liquid Soul e um para Riktam & Banzi (GMS) para nossa próxima compilação. Nosso próximo single será lançado pela Iboga Digital em Abril e é chamado ‘’Lenny Ibizarre & Maelstrom – Broken Economy’’. Vocês devem conferir, é algo realmente pesado!

Você tem um belo estúdio junto com Banel (Behind Blue Eyes) e Jeppe. Como que ocorreu essa evolução e progresso desde que vocês começaram em 1996?
Parece brincadeira mas mesmo após 13 anos o estúdio continua crescendo. Nós compramos um novo escritório no verão passado e eu decidi criar um novo estúdio para a Iboga. Levou 4 meses para ser construído mas agora a gente tem tudo que sempre sonhou. A Iboga também comprou alguns equipamentos novos e muito legais como um GML EQ, um MOOG Voyager, um amplificador Neuman Summing e um Neve Stereo. Isso tudo faz muita diferença para o som que nós fazemos. Eu amo todos esses hardwares, você obtém um som totalmente diferente se comparado com os que são produzidos totalmente através do computador.

Você está se aprimorando cada vez mais nas técnicas de masterização, qual é seu interesse nesse ramo?
‘’ Masterização é como garotas, uma garota bonita vai parecer mais bonita com um pouco de maquiagem, mas uma garota feia nunca parecerá bonita mesmo que ela faça muita maquiagem.’’
Desde que eu comecei a masterizar eu aprendi muito. É uma área totalmente diferente da produção musical, apesar de parecer a mesma coisa. Você precisa saber um monte de habilidades novas e também você precisa do Hardware exato para fazer um som bem feito. Minha masterização continua melhorando a cada dia e eu continuo aprendendo, isso é uma coisa meio complexa que não se aprende do dia para a noite. Uma coisa para os produtores terem na cabeça: Masterização é como garotas, uma garota bonita vai parecer mais bonita com um pouco de maquiagem, mas uma garota feia nunca parecerá bonita mesmo que ela faça muita maquiagem. A mesma coisa ocorre com a produção musical antes da masterização.

Qual que é o melhor equipamento que você já trabalhou e qual foi o resultado que você alcançou com ele?
No momento meu equipamento favorito é o Juno 106, eu continuo fazendo sons realmente ‘’gordos’’, ‘’pesados’’ com ele. Eu utilizei ele em todas as faixas do meu novo álbum mas paralelamente a isso eu também devo mencionar o GML EQ, é alucinante, faz o som soar muito melhor do que qualquer plug-in.

Qual é a sua motivação como DJ, o que você pretende dar ao seu público e a você mesmo ao fazer um DJ Set?
Fazer um DJ Set é sempre um desafio novo. Eu gosto de dar as pessoas que escutam meus DJ Sets o que eles esperam de mim e também um pouco mais do que eles nunca esperam. O problema é que o público pode ser muito diferente dependendo do local que você toca no mundo. Como eu sou um dos managers da Iboga Records é natural que as pessoas queiram que eu toque músicas da gravadora, o que eu faço com toda certeza. Mas as vezes eles querem que eu toque sons que variem de 135 a 138 BPM e as vezes eles querem que eu toque sons mais lentos, que variem de 128 a 130 BPM. Pessoalmente o meu gosto varia com muita freqüência, tem épocas que eu prefiro tocar uma música mais rápida, mais puxada para o Trance e tem épocas que eu prefiro um som de Club, mais lento. Então quando eu tenho que tocar um set rápido, que é o que a galera deseja, e eu realmente quero tocar algo mais lento, acaba perdendo a graça. Mas graças a Deus isso não tem ocorrido com freqüência.

Há mais de 10 anos você e o Banel comandam a gravadora. Diga-nos rapidamente como isso começou e até onde vocês pretendem chegar com a Iboga?
Nossa gravadora começou apenas como uma plataforma para a música eletrônica na Dinamarca e Escandinávia, mas rapidamente nós começamos a lançar músicas de qualidade ao redor do mundo inteiro. Agora nós já temos a gravadora há 13 anos (meus Deus!) e continuamos a melhora-la a cada dia. Eu e Banel temos uma maneira de descrever qual é o nosso foco: nós lançamos apenas músicas que a gente gosta e toca e é isso ai. Se ela é a 135 BPM e mais puxada para o Progressive Psytrance ou se a música é a 122 BPM e mais puxada para o Minimal House, nós não nos importamos. Recentemente nós tivemos uma resposta muito boa com essa fórmula e recebemos muito respeito por parte do público, afinal somos uma das gravadoras mundiais que possui mais diversidade e pretendemos seguir dessa maneira.

O que o futuro reserve aos sub-gêneros da música eletrônica que vocês trabalham?
Acredito que será cada vez maior e maior. Hoje em dia a maioria dos antigos produtores de Psytrance estão criando novos projetos orientados ao Progressive e som de baladas indoors, então eventualmente o público também seguirá tais estilos. O ponto positivo para a Iboga Records é que sempre estivemos na fronteira de ambos os estilos, então fica mais fácil para nós lançarmos estilos de sons diferentes do que outras gravadoras. Portanto parece que o futuro nos reserva coisas ótimas.

Para terminar com chave-de-ouro, você poderia abrir o seu case para nós como se fosse fazer um DJ Set agora e nos dizer quais são as duas 10 músicas favoritas?
Vamos lá:
1. R&B (Riktam & Banzi) – Bass Master Zorro (Iboga)
2. Lenny Ibizarre & Maelstrom – Wasted Youth (Maelstrom Version) (Iboga)
3. Dnox & Beckers – Cala A Boca (Sprout)
4. Nyquist – Cubanizm (Hommega)
5. Tocadisco – This Is What You Need
6. Liquid Soul & Maelstrom – React (Rocky Remix) (Iboga)
7. Johnson & Haske – No Rest (Jerome Isma Ae & Daniel Portman Remix) (Flow Vinyl)
8. Eithan Reiter – Ups & Downs (Perfect Stranger Remix) (Iboga)
9. Ace Ventura – Judo Chop (Iboga)
10. Phony Orphants – Sweep Mamma (Upcoming album, Iboga)

Por: Gui Milani - baladaplanet

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