quinta-feira, 30 de abril de 2009

Direito de resposta: autor de “Festa Infinita” rebate acusações

No último dia 24 de abril, o Psyte publicou uma resenha da jornalista e produtora cultural Milene Sodré, que critica o livro “Festa Infinita – o entorpecente mundo das raves” e acusa do autor de supostas distorções em algumas transcrições das entrevistas. Como direito de resposta, postamos abaixo a réplica de Tomás Chiaverini, autor do livro.

Muito tem se falado, no meio eletrônico, sobre o livro “Festa Infinita”, que acabo de lançar. A maioria das críticas tem sido positiva, mas mesmo quando há comentários negativos, tenho os recebido em silêncio. Todos têm o direito de omitir suas opiniões livremente. Vez ou outra, contudo, os críticos exageram, chegando a disseminar boatos e fatos inverídicos. É esse o caso da resenha de Milene Sodré, e é neste caso que me sinto na obrigação de responder. Vou responder em tópicos apenas às afirmações que me parecem mais ofensivas e descabidas. Vamos a elas.

1) Milene Sodré, que é jornalista formada em uma das melhores universidades do país, não se deu ao trabalho de ler o livro inteiro antes de escrever sua resenha. Acho isso uma afronta ao meu trabalho.

2) Eu realmente publiquei um diálogo sem autorização dela, como apontado no texto. Acontece que, seguindo a ética jornalística para ocasiões deste tipo, não a identifiquei no texto. Repito, seu nome não aparece no texto.

3) O grupo Fuck for Forest, cujos integrantes têm o nome citado, concordaram em ser retratados no livro.

4) Eu tinha autorização dos produtores do festival para cobrir o evento e retratar todos os seus detalhes, desde que preservando o direito de privacidade dos participantes, como foi feito no caso de Milene Sodré, até que ela resolveu se identificar na própria resenha.

5) A conversa foi transcrita exatamente como aconteceu.

6) Surpreende-me muito o fato de uma jornalista formada na UnB desconhecer formas de jornalismo imersivo em que autores vão a fundo e buscam sentir experiências na própria pele para melhor transmitir uma realidade a seus leitores. Imagino, portanto, que ela nunca tenha ouvido falar de “novo jornalismo” ou de “jornalismo literário”. Imagino que ela deva desconhecer figuras icônicas do jornalismo mundial, como Gunter Wallraf (jornalista alemão que se disfarçou de turco para mostrar a condição dos imigrantes na Alemanha), ou de Gay Talese (que chegou a frequentar casas de massagem para escrever sobre costumes sexuais nos EUA, e que estará na Flip deste ano).

7) É humanamente impossível para qualquer jornalista cobrir todos as facetas de um assunto. Escolhi ir de ônibus ao Trancendece, porque assim retrataria um grupo de ravers. Infelizmente, não tive condições de ir também de carro.

8 ) Milene Sodré diz que nenhum produtor de rave me conhece, o que é uma grande besteira. Conheço muitos produtores, a maioria dos grandes de São Paulo e alguns de outros estados. Seus chefes, por exemplo, me conhecem bem, pois os entrevistei diversas vezes

9) Não recolhi informações de forma sorrateira, e sim investigativa. Todas as pessoas que tiveram o nome retratado no livro concordaram com isso e sabiam estar diante de um repórter.

10) Meu trabalho não se enquadra no jornalismo marrom, não é sensacionalista, e muito menos superficial. Passei um ano estudando o mesmo assunto e entrevistei quase 100 pessoas.

Para quem quiser uma resenha séria do livro, feita por um jornalista imparcial e competente, recomendo o blog do Mauro Ferreira

Por: Marcelo Fontenele - Psyte

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