quarta-feira, 6 de maio de 2009

Obra do jovem Stephan Doitschinof vira filme e vídeo

Rola amanhã no MAM o lançamento do livro Calma - The Art of Stephan Doitschinoff, acompanhado da exibição do documentário Temporal

O livro Calma - The Art of Stephan Doitschinoff é mais um motivo para a geração que apareceu ao grande público junto com o nascimento da Galeria Choque Cultural celebrar. Um dos expoentes da arte intitulada "de rua", Stephan tem agora a chance de imortalizar seu trabalho através de dois registros que qualquer artista sonharia transformar em realidade, já que, além do belíssimo livro, há o lançamento do documentário Temporal.

A publicação, que documenta seu trabalho nos últimos três anos, é da editora alemã Gestalten, e conta com textos de Tristan Manco, artista inglês autor do livro Grafitti Brasil, entre outros títulos, e Carlo McCormick, crítico, curador e editor chefe da revista americana Paper Mag. O próprio Stephan Doitschinoff tem cinco contos sobre o seu trabalho diário na cidade de Lençóis, uma comunidade quilombola na Bahia onde morou por dois anos e desenvolveu um trabalho que incorporou a cultura local, mesclando imagens sacras e de cultura regional, caveiras e símbolos alquimistas.

As obras anteriores à experiência em Lençóis e a produção da época de sua residência artística na Inglaterra também estão no livro. Já o curta-metragem Temporal abrange a experiência artística de Stephan, que relata suas impressões, desafios e êxitos neste projeto. O filme conta com o patrocínio da Plastik e da Evoke. Confira a entrevista que Stephan deu ao Skol Beats:

Você pinta motivos religiosos por influência dos seus pais e da sua educação? Como vê a religião hoje em dia? Segue alguma?
Cresci em São Paulo, numa família fundamentalista cristã, meu pai era pastor de uma igreja evangélica protestante e minha mãe trabalhava lá também, por isso eu praticamente cresci dentro da igreja. Como minha família não tinha muitas posses, e minha mãe não tinha uma babá, eu e minhas irmãs fomos criados dentro da igreja e acabávamos assistindo todos os cultos da semana. Ainda hoje lembro de memória várias passagens da bíblia e músicas religiosas. Acho que isso tudo influencia bastante meu trabalho hoje em dia.

O que tirou da experiência de morar em Lençóis para o seu trabalho e para a vida?
Ainda não digeri a experiência e nem tive tempo de pensar muito nisso, foram dois anos e acabei de voltar. Por enquanto, o que dá pra sentir é a vontade de ir embora de São Paulo de novo.

Consegue pintar em São Paulo?
Acabo pintando ou desenhando em qualquer lugar. Se tem uma infra, eu vou desenvolver uma peça maior e mais elaborada. Quando estou viajando, normalmente levo um caderno e vou desenhando e escrevendo.

O que gosta de ouvir para pintar? A música te influencia?
Sim, bastante. Tenho ouvido um álbum que eu peguei recentemente do N.O.T.A, "None of the Above", que é muito bom. Fora isso, escuto muito JawBreaker , JFA, Morto Pela Escola, Immortal Technique. Umas apresentações antigas do Bill Hicks, alguns áudio books e spoken words também.

O que mais te influencia?
O que me influencia mais é o que eu estou lendo ou estudando, o lugar onde estou morando, o que atravessa a retina e as pessoas que eu gosto e com quem me relaciono.

Gosta de música eletrônica?
Sim, tenho ouvido muito MixHell, Baron Zen, Zero Zero, Ill Bill, Ratatat e The Faint.

Como é ser tão jovem e já ter um livro e um filme sobre sua obra?
É um honra, principalmente pela maneira como tudo foi feito e pela oportunidade de poder trabalhar e me envolver com profissionais que eu admiro muito, como o Pedro Inoue, que fez a direção de arte e a tipografia do livro CALMA, além de colaborar com o documentário Temporal. E também com o Jair Peres, a Sonia Onate, a Nicole Heiniger, o Rafael Jacinto da CIA de foto, o Tristan Manco, o Carlo McCormick, e o pessoal da Gestalten, MovieArt, Evoke e Plastik.

Tem vontade de usar outras técnicas, mudar seu estilo ou o tema (religião)?
Tenho vontade de trabalhar mais com objetos e com escultura. Já estou trabalhando em duas séries e em uma nova escultura que estará na minha próxima expo, em novembro.

+ info

www.stephandoit.com.br

Carol Ramos, texto
Sonia Onate
, foto

Fonte: skolbeats

1 comentários:

Michely Looz disse...

Novos sucessos aparecendo. Parabéns a Stephan, uma carreira recente e promissora...

Postar um comentário